Faltava Bom Senso para o futebol brasileiro. Faltava…
Nasceu esta semana o Bom Senso F.C., grupo disposto a abrir uma conversa mais profunda com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sobre a situação atual do futebol brasileiro, sob um novo ponto de vista: o dos jogadores de futebol. O Bom Senso não tem relação com o Sindicato dos Atletas Profissionais, apontado (com pertinência) como inoperante pelos próprios jogadores, e traz a união de quem participa de clubes da […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2013 às 11h00.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h49.
Nasceu esta semana o Bom Senso F.C., grupo disposto a abrir uma conversa mais profunda com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sobre a situação atual do futebol brasileiro, sob um novo ponto de vista: o dos jogadores de futebol. O Bom Senso não tem relação com o Sindicato dos Atletas Profissionais, apontado (com pertinência) como inoperante pelos próprios jogadores, e traz a união de quem participa de clubes da Série A e B do futebol brasileiro.
O movimento nasce com a adesão de 75 atletas, parte deles com convocação recente para a seleção brasileira (como Alexandre Pato do Corinthians e Jefferson do Botafogo) ou passagens por ela (Elano do Grêmio, Elias do Flamengo e Júlio Baptista do Cruzeiro), e deve ver crescer o número de participantes.
A primeira e desafiadora meta do grupo é discutir a programação do calendário do futebol brasileiro. Segundo o Bom Senso, a gota d’água foi a recente divulgação da CBF do calendário para 2014, ano em que teremos Copa do Mundo. Uma das causas da revolta é a existência de apenas quatro dias entre a volta das férias e o primeiro jogo, a ocorrer logo no início de janeiro. Além de reduzir o número de partidas, os atletas pedem 30 dias ininterruptos de férias e direito a pré-temporada. O segundo item a ser discutido deve ser a qualidade dos gramados dos campos brasileiros.
O Bom Senso F.C. definirá seus próximos passos na próxima semana, em São Paulo, quando os 75 jogadores participantes farão a eleição de seus representantes formais para iniciar o diálogo com a CBF. Não devem ter, contudo, apoio da maioria dos presidentes de clubes e federações locais, porque o assunto envolve interesses de quem transmite as partidas. A Rede Globo já se mostra atenta, pois alteração no calendário implica em modificações em sua agenda de jogos transmitidos, necessariamente, mudanças também nas receitas geradas por tais exibições.
O Bom Senso F.C. aparece com possibilidades reais de mudar o atrapalhado futebol brasileiro. A luta não será das mais simples. Mas demonstra que será lutada por quem tem força para modificar e até parar o futebol brasileiro, pois travada por quem o pratica. Num país de gestão esportiva predominantemente amadora, os jogadores não podem se concentrar em fazer bem o que sabem (jogar). Precisam fazer hora extra para alertar sobre o óbvio: um campeonato que quer ser respeitado mundo afora precisa minimamente se respeitar e se levar a sério. E fazer o mesmo com quem dele participa ou o assiste. É questão de inteligência mínima. E de bom senso…
Siga-nos no Twitter: @viniciuslord e/ou @EXAME_EsporteEx
Nasceu esta semana o Bom Senso F.C., grupo disposto a abrir uma conversa mais profunda com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sobre a situação atual do futebol brasileiro, sob um novo ponto de vista: o dos jogadores de futebol. O Bom Senso não tem relação com o Sindicato dos Atletas Profissionais, apontado (com pertinência) como inoperante pelos próprios jogadores, e traz a união de quem participa de clubes da Série A e B do futebol brasileiro.
O movimento nasce com a adesão de 75 atletas, parte deles com convocação recente para a seleção brasileira (como Alexandre Pato do Corinthians e Jefferson do Botafogo) ou passagens por ela (Elano do Grêmio, Elias do Flamengo e Júlio Baptista do Cruzeiro), e deve ver crescer o número de participantes.
A primeira e desafiadora meta do grupo é discutir a programação do calendário do futebol brasileiro. Segundo o Bom Senso, a gota d’água foi a recente divulgação da CBF do calendário para 2014, ano em que teremos Copa do Mundo. Uma das causas da revolta é a existência de apenas quatro dias entre a volta das férias e o primeiro jogo, a ocorrer logo no início de janeiro. Além de reduzir o número de partidas, os atletas pedem 30 dias ininterruptos de férias e direito a pré-temporada. O segundo item a ser discutido deve ser a qualidade dos gramados dos campos brasileiros.
O Bom Senso F.C. definirá seus próximos passos na próxima semana, em São Paulo, quando os 75 jogadores participantes farão a eleição de seus representantes formais para iniciar o diálogo com a CBF. Não devem ter, contudo, apoio da maioria dos presidentes de clubes e federações locais, porque o assunto envolve interesses de quem transmite as partidas. A Rede Globo já se mostra atenta, pois alteração no calendário implica em modificações em sua agenda de jogos transmitidos, necessariamente, mudanças também nas receitas geradas por tais exibições.
O Bom Senso F.C. aparece com possibilidades reais de mudar o atrapalhado futebol brasileiro. A luta não será das mais simples. Mas demonstra que será lutada por quem tem força para modificar e até parar o futebol brasileiro, pois travada por quem o pratica. Num país de gestão esportiva predominantemente amadora, os jogadores não podem se concentrar em fazer bem o que sabem (jogar). Precisam fazer hora extra para alertar sobre o óbvio: um campeonato que quer ser respeitado mundo afora precisa minimamente se respeitar e se levar a sério. E fazer o mesmo com quem dele participa ou o assiste. É questão de inteligência mínima. E de bom senso…
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