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Exclusiva com NBA: Por que querem tanto o Brasil?

Uma das ligas esportivas que melhor sabe olhar para o esporte como oportunidade de entretenimento, a NBA estreia no Brasil com uma partida oficial disputada entre Chicago Bulls e Washington Wizards. Promovido em parceria com a IMX, o NBA Global Games Rio faz parte da pré-temporada 2013 e será disputado no Rio de Janeiro, no dia 12 de outubro, na HSBC Arena. O evento faz parte da estratégia de expansão […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2013 às 10h52.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h51.

Uma das ligas esportivas que melhor sabe olhar para o esporte como oportunidade de entretenimento, a NBA estreia no Brasil com uma partida oficial disputada entre Chicago Bulls e Washington Wizards. Promovido em parceria com a IMX, o NBA Global Games Rio faz parte da pré-temporada 2013 e será disputado no Rio de Janeiro, no dia 12 de outubro, na HSBC Arena. O evento faz parte da estratégia de expansão global da NBA, que já conta até com um escritório fixo no Brasil, e tem 80% de seus quase 14 mil ingressos vendidos. Mas a disputa é só uma pequena parte do que a NBA prepara para o Brasil. Em entrevista exclusiva concedida ao Esporte Executivo/Exame.com, o diretor-executivo da NBA no Brasil, Arnon de Mello, fala dos planos da liga americana para o país, da complexidade para realização do evento no Rio de Janeiro e aponta: “Não demorará para termos um jogo oficial da NBA no Brasil”.

Esporte Executivo: Como foi feita a opção pelas equipes que participarão do jogo no Brasil? Certamente Chicago Bulls e Washington não foram escolhidos aleatoriamente…

Arnon de Mello, NBA: Foi uma escolha cuidadosamente pensada. O Washington por ter o Nenê, brasileiro que é ídolo na NBA e o Chicago por ser o time de maior torcida da NBA no Brasil. Em nossa loja aqui no país é a equipe com maior representatividade nas vendas. Aliás, fora dos EUA, o Chicago é o time com maior torcida em todo o mundo.

A realização do jogo no dia 12 de outubro, um feriado nacional, também foi escolhida. Quais os motivos?

É um sábado, mas muita gente trabalha normalmente aos sábados. Ser feriado ajuda, as pessoas podem acompanhar. Também tem o dia das crianças… Além disso, e confesso que só descobrimos após termos fechado a data, 12 de outubro é dia do basquete no Brasil. O fato é que para a NBA esse evento precisava acontecer em outubro, porque os jogos da pré-temporada acontecem fundamentalmente nesse mês. Precisávamos viabilizar esse período do ano.

Como está a venda de ingressos?

Muito bem. Temos mais de 30 dias até o dia do evento e já vendemos mais de 80% dos ingressos. Um dado interessante é que os ingressos mais caros e mais foram os primeiros a serem comercializados totalmente. E foi coisa de dias até se esgotarem. Isso mostra que nosso público no Brasil é diversificado e estaremos atentos a isso.

Já está fechada a transmissão televisiva?

Ainda estamos negociando. Estamos bem perto de fechar com uma tv fechada, mas ainda não posso revelar.

E haverá transmissão do jogo daqui para os EUA?

Com certeza. A NBA tem um sinal global, a NBATV, com alcance superior a 60 milhões de pessoas, que transmitirá. A ESPN também já pediu autorização pra transmitir para Chicago, por considerar o evento significativo. Outros países da América Latina também transmitirão.

NBA Brasil Quais ações vocês têm trabalhado no Brasil para divulgar o evento?

Temos trabalhado muito as redes sociais. Nossa página no Facebook, por exemplo, tem crescido consideravelmente nesse último ano e já estamos com cerca de 230 mil pessoas. Ainda há outras ações, como o ‘NBA 3X’, evento que envolve um campeonato de trios e várias outras atividades de entretenimento, que teve a segunda edição agora em maio de 2013. Além disso, temos nossos parceiros de mídia, como a ESPN, que estão empenhados nessa divulgação. Temos também vários parceiros de longa data da NBA, globais e no Brasil (já confirmados: Adidas, Netshoes, Sprite, Gatorade, Cisco, Bimbo, NBA 2k e SAP) que até já pediam nossa vinda pra cá. Mas o foco mesmo é o público. Há uma demanda reprimida muito grande. Queremos estar próximos dos nossos fãs e trazer essa experiência para o Brasil.

Este será o primeiro jogo da NBA na América Latina que não ocorrerá no México, certo?

Exato. No México já fizemos mais de 20 partidas. Inclusive nessa temporada a Cidade do México receberá pela primeira vez um jogo da temporada regular (San Antonio Spurs x Minnesota Timberwolves). Mas também é uma questão de logística. O México fica extremamente próximo aos EUA; é mais perto ir de Orlando para a Cidade do México que para Los Angeles.

E qual será a estrutura montada para esse evento?

Pra você ter uma ideia da importância desse evento pra nós, o Adam Silver, atual vice-comissário da liga e que será o principal executivo da NBA a partir de 2014, virá para o Brasil. Teremos os principais executivos da NBA por aqui. Estamos trazendo mais de 150 funcionários da equipe NBA diretamente dos EUA para realizarmos esse evento.

Recentemente você mencionou que a ideia é continuar trazendo jogos da NBA para o Brasil…

Queremos fazer muito em breve ao menos um jogo por ano no Brasil. O país entraria no calendário da NBA. E olha que a concorrência é imensa. Pouquíssimos países tem essa possibilidade atualmente. Quem sabe, num futuro próximo, não trazer até algum jogo da temporada regular da NBA pra ser disputado no Brasil? Honestamente, acho que não demorará para conseguirmos isso. Claro que vai depender muito dessa primeira experiência, mas dá pra viabilizar. Temos tido muito trabalho, muitos desafios, mas tudo tem corrido muito bem. A NBA tem mostrado interesse em expandir ainda mais sua atuação fora dos EUA. É um caminho natural.

Pensando nessa expansão, qual a relevância do mercado sul-americano, e mais especificamente o brasileiro, para a NBA?

É enorme. Vou te contar um dado que dará a dimensão dessa relevância para nós. Quando tivemos a paralização da NBA em 2011, quando perdemos quase metade da temporada, o “negócio” NBA ficou estagnado, sem qualquer crescimento de receita. O único lugar do mundo em que o mercado apresentou crescimento foi na América Latina. E não foi pequeno, alcançou dois dígitos. Entre esses países, sem nenhuma dúvida, o Brasil foi o principal alicerce. Das vendas de nossos produtos na América Latina, o Brasil é responsável por 40%.

E pode crescer?

Pode. Nossa meta é recuperar o basquete, fazê-lo voltar a ser o 2º esporte dos brasileiros. Nós tínhamos essa relevância em um passado não muito distante. Claro que não é um trabalho só nosso. Há uma grande responsabilidade da CBB (Confederação Brasileira de Basquete) e  LNB (Liga Nacional de Basquete). Mas não vamos nos esconder. Sabemos da nossa importância nesse processo de popularização do basquete, de voltar a fazê-lo ser praticado nas escolas. É importante aumentar o interesse no basquete.

Não seria possível, nesse sentido, partir de um amistoso entre equipes da NBA para um quadrangular com as equipes que forem campeãs, por exemplo, de Argentina e Brasil?

A NBA estuda muito bem qualquer entrada em um novo país. Uma liga talvez não faça sentido, mas um quadrangular sim e não só é possível como já é estudado. Isso faz todo sentido. A NBA tem a D-League (Liga de Desenvolvimento) e talvez o passo inicial seja trazer umas das equipes dessa liga para um evento como esse, para entender o funcionamento desse formato. Ou até levar equipes para os Estados Unidos, afinal, esse intercâmbio é importante. E seria muito legal, por exemplo, o campeão da D-League jogar contra o campeão brasileiro.

Como trabalhar a imagem de ídolos dos jogadores brasileiros da NBA no Brasil? Como a NBA trabalha possíveis ídolos estrangeiros?

Não precisa ser um grande entendedor de basquete… Quem entende um pouco de esporte sabe o quão fundamental é a figura do ídolo. Para a NBA é importante que os jogadores brasileiros que atuem na liga sejam ídolos no Brasil. O Nenê, por exemplo, já é um ídolo por lá e, se bobear, é mais conhecido nos Estados Unidos que no Brasil. Por isso que sempre que possível, principalmente no período de férias deles, fazemos eventos para que apareçam e deêm autógrafos, mesmo que não joguem. Deixo isso claro, porque é importante explicar que quando eles estão machucados, respeitamos. Nosso foco é a consolidação da imagem de ídolo.

Falando em jogadores machucados e em consolidação de imagem de ídolo, e olhando estritamente por esse foco, não seria importante que os jogadores brasileiros que disputam a NBA estivessem mais presentes na seleção brasileira?

Com certeza. É muito importante para nós que os atletas joguem pela seleção e se tornem ídolos no país. A NBA vê com muito bons olhos a participação de seus atletas em suas respectivas seleções. Na Olimpíada, por exemplo, cerca de 80% dos atletas que disputam o basquete atuam na NBA. Isso é um orgulho pra nós. Então tratamos com o maior carinho possível os eventos internacionais. Mas é claro que, como qualquer profissional, mesmo fora do esporte, às vezes as pessoas precisam descansar. Com os atletas não funciona de forma diferente. Mais do que cansaço, na maioria das vezes em que um atleta não participa de algum evento por sua seleção, é porque está lesionado gravemente. Contratualmente, deixo claro, a NBA não proíbe nenhum atleta de defender sua seleção.

Quais os planos de expansão da NBA para o Brasil?

Para a NBA é muito importante que tenhamos cada vez mais jogos sendo transmitidos para os brasileiros. Para que tenhamos mais fãs, e há essa demanda, precisamos de exposição ainda maior. Atualmente são poucos canais e, consequentemente, são poucos jogos transmitidos da NBA. Precisamos aumentar essa oferta, seja na tv fechada e aberta ou mesmo nas plataformas digitais. Além disso, queremos trazer a magia do basquete, via NBA, para os jovens. Isso pode acontecer tanto em escolas como em espaços públicos. Além disso, estudamos viabilizar novas partidas também fora do Rio de Janeiro. Essa ideia infelizmente esbarra na questão de estrutura. Poucos espaços no Brasil comportam o espetáculo que é a NBA.

Antes da NBA, você já trabalhou profissionalmente com futebol no Brasil. Você pensa que futuramente pode aproveitar essa experiência para desenvolver o basquete ou algum outro esporte por aqui?

Espero que sim. É um aprendizado muito grande para esse formato de liga, tão pouco explorado no Brasil e que funciona muito bem nos EUA. Há muitas coisas que poderíamos implantar no Brasil em diversos esportes. Não é a toa que a NBA alcança esse sucesso de fãs, exposição, faturamento… Tem razões pra isso. Se há uma palavra que resume bem é “profissionalismo”. Desde como o produto é tratado até o relacionamento com os parceiros comerciais. O esporte ainda tem muito a evoluir no Brasil. Espero ajudar para que consiga.

Siga-nos no Twitter: @viniciuslord e/ou @EXAME_EsporteEx

Esporte Executivo

Uma das ligas esportivas que melhor sabe olhar para o esporte como oportunidade de entretenimento, a NBA estreia no Brasil com uma partida oficial disputada entre Chicago Bulls e Washington Wizards. Promovido em parceria com a IMX, o NBA Global Games Rio faz parte da pré-temporada 2013 e será disputado no Rio de Janeiro, no dia 12 de outubro, na HSBC Arena. O evento faz parte da estratégia de expansão global da NBA, que já conta até com um escritório fixo no Brasil, e tem 80% de seus quase 14 mil ingressos vendidos. Mas a disputa é só uma pequena parte do que a NBA prepara para o Brasil. Em entrevista exclusiva concedida ao Esporte Executivo/Exame.com, o diretor-executivo da NBA no Brasil, Arnon de Mello, fala dos planos da liga americana para o país, da complexidade para realização do evento no Rio de Janeiro e aponta: “Não demorará para termos um jogo oficial da NBA no Brasil”.

Esporte Executivo: Como foi feita a opção pelas equipes que participarão do jogo no Brasil? Certamente Chicago Bulls e Washington não foram escolhidos aleatoriamente…

Arnon de Mello, NBA: Foi uma escolha cuidadosamente pensada. O Washington por ter o Nenê, brasileiro que é ídolo na NBA e o Chicago por ser o time de maior torcida da NBA no Brasil. Em nossa loja aqui no país é a equipe com maior representatividade nas vendas. Aliás, fora dos EUA, o Chicago é o time com maior torcida em todo o mundo.

A realização do jogo no dia 12 de outubro, um feriado nacional, também foi escolhida. Quais os motivos?

É um sábado, mas muita gente trabalha normalmente aos sábados. Ser feriado ajuda, as pessoas podem acompanhar. Também tem o dia das crianças… Além disso, e confesso que só descobrimos após termos fechado a data, 12 de outubro é dia do basquete no Brasil. O fato é que para a NBA esse evento precisava acontecer em outubro, porque os jogos da pré-temporada acontecem fundamentalmente nesse mês. Precisávamos viabilizar esse período do ano.

Como está a venda de ingressos?

Muito bem. Temos mais de 30 dias até o dia do evento e já vendemos mais de 80% dos ingressos. Um dado interessante é que os ingressos mais caros e mais foram os primeiros a serem comercializados totalmente. E foi coisa de dias até se esgotarem. Isso mostra que nosso público no Brasil é diversificado e estaremos atentos a isso.

Já está fechada a transmissão televisiva?

Ainda estamos negociando. Estamos bem perto de fechar com uma tv fechada, mas ainda não posso revelar.

E haverá transmissão do jogo daqui para os EUA?

Com certeza. A NBA tem um sinal global, a NBATV, com alcance superior a 60 milhões de pessoas, que transmitirá. A ESPN também já pediu autorização pra transmitir para Chicago, por considerar o evento significativo. Outros países da América Latina também transmitirão.

NBA Brasil Quais ações vocês têm trabalhado no Brasil para divulgar o evento?

Temos trabalhado muito as redes sociais. Nossa página no Facebook, por exemplo, tem crescido consideravelmente nesse último ano e já estamos com cerca de 230 mil pessoas. Ainda há outras ações, como o ‘NBA 3X’, evento que envolve um campeonato de trios e várias outras atividades de entretenimento, que teve a segunda edição agora em maio de 2013. Além disso, temos nossos parceiros de mídia, como a ESPN, que estão empenhados nessa divulgação. Temos também vários parceiros de longa data da NBA, globais e no Brasil (já confirmados: Adidas, Netshoes, Sprite, Gatorade, Cisco, Bimbo, NBA 2k e SAP) que até já pediam nossa vinda pra cá. Mas o foco mesmo é o público. Há uma demanda reprimida muito grande. Queremos estar próximos dos nossos fãs e trazer essa experiência para o Brasil.

Este será o primeiro jogo da NBA na América Latina que não ocorrerá no México, certo?

Exato. No México já fizemos mais de 20 partidas. Inclusive nessa temporada a Cidade do México receberá pela primeira vez um jogo da temporada regular (San Antonio Spurs x Minnesota Timberwolves). Mas também é uma questão de logística. O México fica extremamente próximo aos EUA; é mais perto ir de Orlando para a Cidade do México que para Los Angeles.

E qual será a estrutura montada para esse evento?

Pra você ter uma ideia da importância desse evento pra nós, o Adam Silver, atual vice-comissário da liga e que será o principal executivo da NBA a partir de 2014, virá para o Brasil. Teremos os principais executivos da NBA por aqui. Estamos trazendo mais de 150 funcionários da equipe NBA diretamente dos EUA para realizarmos esse evento.

Recentemente você mencionou que a ideia é continuar trazendo jogos da NBA para o Brasil…

Queremos fazer muito em breve ao menos um jogo por ano no Brasil. O país entraria no calendário da NBA. E olha que a concorrência é imensa. Pouquíssimos países tem essa possibilidade atualmente. Quem sabe, num futuro próximo, não trazer até algum jogo da temporada regular da NBA pra ser disputado no Brasil? Honestamente, acho que não demorará para conseguirmos isso. Claro que vai depender muito dessa primeira experiência, mas dá pra viabilizar. Temos tido muito trabalho, muitos desafios, mas tudo tem corrido muito bem. A NBA tem mostrado interesse em expandir ainda mais sua atuação fora dos EUA. É um caminho natural.

Pensando nessa expansão, qual a relevância do mercado sul-americano, e mais especificamente o brasileiro, para a NBA?

É enorme. Vou te contar um dado que dará a dimensão dessa relevância para nós. Quando tivemos a paralização da NBA em 2011, quando perdemos quase metade da temporada, o “negócio” NBA ficou estagnado, sem qualquer crescimento de receita. O único lugar do mundo em que o mercado apresentou crescimento foi na América Latina. E não foi pequeno, alcançou dois dígitos. Entre esses países, sem nenhuma dúvida, o Brasil foi o principal alicerce. Das vendas de nossos produtos na América Latina, o Brasil é responsável por 40%.

E pode crescer?

Pode. Nossa meta é recuperar o basquete, fazê-lo voltar a ser o 2º esporte dos brasileiros. Nós tínhamos essa relevância em um passado não muito distante. Claro que não é um trabalho só nosso. Há uma grande responsabilidade da CBB (Confederação Brasileira de Basquete) e  LNB (Liga Nacional de Basquete). Mas não vamos nos esconder. Sabemos da nossa importância nesse processo de popularização do basquete, de voltar a fazê-lo ser praticado nas escolas. É importante aumentar o interesse no basquete.

Não seria possível, nesse sentido, partir de um amistoso entre equipes da NBA para um quadrangular com as equipes que forem campeãs, por exemplo, de Argentina e Brasil?

A NBA estuda muito bem qualquer entrada em um novo país. Uma liga talvez não faça sentido, mas um quadrangular sim e não só é possível como já é estudado. Isso faz todo sentido. A NBA tem a D-League (Liga de Desenvolvimento) e talvez o passo inicial seja trazer umas das equipes dessa liga para um evento como esse, para entender o funcionamento desse formato. Ou até levar equipes para os Estados Unidos, afinal, esse intercâmbio é importante. E seria muito legal, por exemplo, o campeão da D-League jogar contra o campeão brasileiro.

Como trabalhar a imagem de ídolos dos jogadores brasileiros da NBA no Brasil? Como a NBA trabalha possíveis ídolos estrangeiros?

Não precisa ser um grande entendedor de basquete… Quem entende um pouco de esporte sabe o quão fundamental é a figura do ídolo. Para a NBA é importante que os jogadores brasileiros que atuem na liga sejam ídolos no Brasil. O Nenê, por exemplo, já é um ídolo por lá e, se bobear, é mais conhecido nos Estados Unidos que no Brasil. Por isso que sempre que possível, principalmente no período de férias deles, fazemos eventos para que apareçam e deêm autógrafos, mesmo que não joguem. Deixo isso claro, porque é importante explicar que quando eles estão machucados, respeitamos. Nosso foco é a consolidação da imagem de ídolo.

Falando em jogadores machucados e em consolidação de imagem de ídolo, e olhando estritamente por esse foco, não seria importante que os jogadores brasileiros que disputam a NBA estivessem mais presentes na seleção brasileira?

Com certeza. É muito importante para nós que os atletas joguem pela seleção e se tornem ídolos no país. A NBA vê com muito bons olhos a participação de seus atletas em suas respectivas seleções. Na Olimpíada, por exemplo, cerca de 80% dos atletas que disputam o basquete atuam na NBA. Isso é um orgulho pra nós. Então tratamos com o maior carinho possível os eventos internacionais. Mas é claro que, como qualquer profissional, mesmo fora do esporte, às vezes as pessoas precisam descansar. Com os atletas não funciona de forma diferente. Mais do que cansaço, na maioria das vezes em que um atleta não participa de algum evento por sua seleção, é porque está lesionado gravemente. Contratualmente, deixo claro, a NBA não proíbe nenhum atleta de defender sua seleção.

Quais os planos de expansão da NBA para o Brasil?

Para a NBA é muito importante que tenhamos cada vez mais jogos sendo transmitidos para os brasileiros. Para que tenhamos mais fãs, e há essa demanda, precisamos de exposição ainda maior. Atualmente são poucos canais e, consequentemente, são poucos jogos transmitidos da NBA. Precisamos aumentar essa oferta, seja na tv fechada e aberta ou mesmo nas plataformas digitais. Além disso, queremos trazer a magia do basquete, via NBA, para os jovens. Isso pode acontecer tanto em escolas como em espaços públicos. Além disso, estudamos viabilizar novas partidas também fora do Rio de Janeiro. Essa ideia infelizmente esbarra na questão de estrutura. Poucos espaços no Brasil comportam o espetáculo que é a NBA.

Antes da NBA, você já trabalhou profissionalmente com futebol no Brasil. Você pensa que futuramente pode aproveitar essa experiência para desenvolver o basquete ou algum outro esporte por aqui?

Espero que sim. É um aprendizado muito grande para esse formato de liga, tão pouco explorado no Brasil e que funciona muito bem nos EUA. Há muitas coisas que poderíamos implantar no Brasil em diversos esportes. Não é a toa que a NBA alcança esse sucesso de fãs, exposição, faturamento… Tem razões pra isso. Se há uma palavra que resume bem é “profissionalismo”. Desde como o produto é tratado até o relacionamento com os parceiros comerciais. O esporte ainda tem muito a evoluir no Brasil. Espero ajudar para que consiga.

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