Corinthians apequena sua imagem

Em uma semana, o Corinthians, sozinho, se apequenou. Primeiro uma negociação frustrada com o marfinense Didier Drogba, uma já decadente estrela mundial do futebol. Não ter chegado ao final feliz não é um problema. Problema é espalhar aos quatro ventos a existência da negociação e, ao final, colocar a estrela decadente acima da história do clube.

Na semana seguinte, a complicação de um a negociação com a Ponte Preta pelo atacante William Pottker simplesmente porque, durante as tratativas, não foram previstas hipóteses simples de condução do processo. Clubes acertaram a vinda do atacante para o final de abril. Mas até lá, em quais competições ele poderia jogar por seu ainda clube atual? Corinthians imaginou estar subentendido uma coisa. A Ponte, hábil, outra. Em uma negociação de quase 7 milhões de reais, não há espaço para subentendidos. Se essa não é uma questão a ser alinhavada previamente, qual será?

Por falhas grotescas em seu processo de contratação e comunicação, o Corinthians constrói uma imagem de clube desorganizado e pouco profissional em seu processo de negociação de jogadores. Em uma próxima oportunidade, se qualquer outro clube ou empresário for procurado pela agremiação, certamente se lembrará de que, sem muito esforço, pode levar vantagem – sem precisar ludibriar ninguém - na negociação. E ressalte-se o fato de que Flávio Adauto, diretor de futebol do Corinthians, chegou a ser na última década vice-presidente de comunicações do clube.

Corinthians ainda tem um saldo de boas negociações feitas nos últimos anos, quando seu quadro administrativo parecia estar mais ajustado. Mas o risco é grande, ao continuar com suas pataquadas em negociações, de ver sua reputação ser carimbada como sendo de um clube que não sabe conduzir um processo de contratação de atletas.