Exame Logo

Conteúdo pós título do Flamengo escancara crescimento de coberturas esportivas além da TV

Com opinião, menos rigidez e gratuidade, canais independentes ganham audiência do público do Esporte

Logotipo do YouTube refletido no olho de uma pessoa. (Dado Ruvic/Reuters)
VL

Vinicius Lordello

Publicado em 26 de fevereiro de 2021 às 14h19.

Última atualização em 26 de fevereiro de 2021 às 14h54.

Há tempos fala-se do fim do rádio que, é nítido, mantem-se vivo. Com a era digital, passaram (e ainda passam) por momentos de ajustes além do próprio rádio, jornais e revistas. A Tv entrou nesse balaio. Não é possível falarmos de substituição mas claramente de reorganização. Até porque o consumo de informação até poucos anos era em uma única fonte por vez. Vivemos atualmente uma era multitela e, nessa audiência também multifacetada, conteúdos diferentes vem conquistando seu espaço na cobertura esportiva.

Duas figuras que até pouquíssimo tempo atrás protagonizavam exclusivamente a cobertura televisiva, decidiram se testar também fora TV. Quando Mauro Cezar Pereira e Benjamin Back deixaram o Grupo Disney, por exemplo, eles mesmos poderiam não ter clareza da força que teriam nesse novo espaço (*atualização: Mauro contata o blog e aponta que tinha essa clareza). A cobertura pós título do Campeonato Brasileiro pelo Flamengo deu a medida disso. Com números próximos de bater pontuação no Ibope se a comparação fosse com TVs, atraíram centenas de milhares de pessoas. Obviamente essa audiência, entusiasmada, poderia também estar ligada à TV simultaneamente. E é justamente essa pluralidade que impressiona.

Forte no Instagram, Benjamin apostou em uma pauta diversa: Desde o profissional Marcos Braz direto do vestiário com imagens exclusivas, passando por Zico do Japão, Gabriel Pensador de Fernando de Noronha, Zé Aldo do RJ, até Fernando Pires cantando o hino do Flamengo. A cobertura menos analítica e mais festiva levou quase 180 mil pessoas a acompanhar tudo isso ao vivo. Sejamos claros: nem todos que querem ver o esporte buscam uma cobertura menos racional. Mas é exatamente em quem a busca que Benja, como é conhecido, aposta. "Um pós jogo em forma de show, e tudo feito por uma pessoa só! Foram quase três Maracanã lotados assistindo uma live apresentada, filmada e produzida por mim! Ou seja, ofereci um conteúdo diferente, espontâneo, divertido, 100% autêntico e com uma audiência superior a canais de TV por assinatura", comemora Benja.

Já Mauro Cezar Pereira, com conteúdos não raramente dedicados ao clube de maior torcida no Brasil -e não existe qualquer problema nisso-, aposta em uma produção mais opinativa e com informação mas, ainda assim, menos engessada. Considerando a totalidade da cobertura desde o último domingo, quando o Fla venceu o Inter e encaminhou o título, Mauro Cezar caminha para quase 500 mil views em seu canal no YouTube apenas para este período. Apenas o pós-jogo do título, já entrando a madrugada, eram mais de 200 mil pessoas ao vivo, com 37 mil likes. Já a live de domingo, que não invadiu a madrugada, chegou às 52 mil "likes" e já tem mais de 250 mil views. A manhã pós título veio com um vídeo que, em poucas horas, beira os 80 mil views. O caro leitor por gostar ou não do perfil de conteúdo e opiniões de Benjamin e Mauro Cezar, mas não podemos ignorar a força dos números.

Como Mauro e Benja, tantos outros produzem conteúdo de forma independente e, importante, gratuita. Esse processo é irreversível, mas não deve necessariamente subtrair números de outros meios. É preciso que cada formato encontre seu perfil de conteúdo e os profissionais que a ele melhor se adequam. É fato que o Esporte precisa ser lido e traduzido com cada vez mais informação e entretenimento. Isso não pode e não vai tirar o viés exclusivamente jornalístico de quem prefere com esse perfil seguir. O que é preciso ficar transparente para todos é que não existe mais um ou dois canais na concorrência. Toda a mídia é concorrente e coparticipante dessa transmissão. Tem espaço (não necessariamente audiência) para todo perfil de cobertura. Só não terá espaço para quem ficar em cima do muro sem saber a identidade que tem na relação com seu público.

Há tempos fala-se do fim do rádio que, é nítido, mantem-se vivo. Com a era digital, passaram (e ainda passam) por momentos de ajustes além do próprio rádio, jornais e revistas. A Tv entrou nesse balaio. Não é possível falarmos de substituição mas claramente de reorganização. Até porque o consumo de informação até poucos anos era em uma única fonte por vez. Vivemos atualmente uma era multitela e, nessa audiência também multifacetada, conteúdos diferentes vem conquistando seu espaço na cobertura esportiva.

Duas figuras que até pouquíssimo tempo atrás protagonizavam exclusivamente a cobertura televisiva, decidiram se testar também fora TV. Quando Mauro Cezar Pereira e Benjamin Back deixaram o Grupo Disney, por exemplo, eles mesmos poderiam não ter clareza da força que teriam nesse novo espaço (*atualização: Mauro contata o blog e aponta que tinha essa clareza). A cobertura pós título do Campeonato Brasileiro pelo Flamengo deu a medida disso. Com números próximos de bater pontuação no Ibope se a comparação fosse com TVs, atraíram centenas de milhares de pessoas. Obviamente essa audiência, entusiasmada, poderia também estar ligada à TV simultaneamente. E é justamente essa pluralidade que impressiona.

Forte no Instagram, Benjamin apostou em uma pauta diversa: Desde o profissional Marcos Braz direto do vestiário com imagens exclusivas, passando por Zico do Japão, Gabriel Pensador de Fernando de Noronha, Zé Aldo do RJ, até Fernando Pires cantando o hino do Flamengo. A cobertura menos analítica e mais festiva levou quase 180 mil pessoas a acompanhar tudo isso ao vivo. Sejamos claros: nem todos que querem ver o esporte buscam uma cobertura menos racional. Mas é exatamente em quem a busca que Benja, como é conhecido, aposta. "Um pós jogo em forma de show, e tudo feito por uma pessoa só! Foram quase três Maracanã lotados assistindo uma live apresentada, filmada e produzida por mim! Ou seja, ofereci um conteúdo diferente, espontâneo, divertido, 100% autêntico e com uma audiência superior a canais de TV por assinatura", comemora Benja.

Já Mauro Cezar Pereira, com conteúdos não raramente dedicados ao clube de maior torcida no Brasil -e não existe qualquer problema nisso-, aposta em uma produção mais opinativa e com informação mas, ainda assim, menos engessada. Considerando a totalidade da cobertura desde o último domingo, quando o Fla venceu o Inter e encaminhou o título, Mauro Cezar caminha para quase 500 mil views em seu canal no YouTube apenas para este período. Apenas o pós-jogo do título, já entrando a madrugada, eram mais de 200 mil pessoas ao vivo, com 37 mil likes. Já a live de domingo, que não invadiu a madrugada, chegou às 52 mil "likes" e já tem mais de 250 mil views. A manhã pós título veio com um vídeo que, em poucas horas, beira os 80 mil views. O caro leitor por gostar ou não do perfil de conteúdo e opiniões de Benjamin e Mauro Cezar, mas não podemos ignorar a força dos números.

Como Mauro e Benja, tantos outros produzem conteúdo de forma independente e, importante, gratuita. Esse processo é irreversível, mas não deve necessariamente subtrair números de outros meios. É preciso que cada formato encontre seu perfil de conteúdo e os profissionais que a ele melhor se adequam. É fato que o Esporte precisa ser lido e traduzido com cada vez mais informação e entretenimento. Isso não pode e não vai tirar o viés exclusivamente jornalístico de quem prefere com esse perfil seguir. O que é preciso ficar transparente para todos é que não existe mais um ou dois canais na concorrência. Toda a mídia é concorrente e coparticipante dessa transmissão. Tem espaço (não necessariamente audiência) para todo perfil de cobertura. Só não terá espaço para quem ficar em cima do muro sem saber a identidade que tem na relação com seu público.

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se