Como vendemos o maior clássico do futebol brasileiro?
O Brasil é um país continental e, por sê-lo, tem várias disputas que são vistas como verdadeiros clássicos do futebol nacional. Mas qual é, de fato, o maior clássico do futebol brasileiro? Porque para que pensemos em como vendê-lo, precisamos saber qual é. Temos, contudo, uma grande dificuldade para essa escolha, pois justamente em função do tamanho de nosso país, as partidas consideradas mais importantes, com maior história e rivalidade, […] Leia mais
Publicado em 2 de setembro de 2013 às, 09h56.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 08h52.
O Brasil é um país continental e, por sê-lo, tem várias disputas que são vistas como verdadeiros clássicos do futebol nacional. Mas qual é, de fato, o maior clássico do futebol brasileiro? Porque para que pensemos em como vendê-lo, precisamos saber qual é. Temos, contudo, uma grande dificuldade para essa escolha, pois justamente em função do tamanho de nosso país, as partidas consideradas mais importantes, com maior história e rivalidade, são regionais. Claro que algumas disputas saem na frente para os amantes do futebol nacional: Flamengo x Vasco, Corinthians x Palmeiras, Grêmio x Internacional, Atlético-MG x Cruzeiro, Bahia x Vitória, entre outros (são muitas, essas listadas estão longe de serem as únicas).
Evidente também que, para um campeonato ser internacionalmente desejado, como queremos que seja o campeonato brasileiro, os grandes clássicos são importantes, mas não fundamentais – na Inglaterra, por exemplo, não há uma partida que seja, comercialmente, encarada com a maior de todas. Mas notemos que na maioria dos países cujo futebol tem alguma relevância no cenário mundial, os grandes clássicos são referências. Exemplos não faltam: Real Madrid x Barcelona (Espanha), Benfica x Porto (Portugal), Boca Juniors x River Plate (Argentina), Schalke 04 x Borussia Dortmund (Alemanha), Lazio x Roma (Itália), Galatasaray x Fenerbahce (Turquia), entre tantos outros.
Seria salutar para as vendas de nosso campeonato que tivéssemos claramente definido algumas das principais disputas e que, inclusive, estas extrapolassem limites geográficos. Porque temos várias partidas consideradas importantes, disputadas entre equipes de estados diferentes. Mas nenhuma delas chega a ser, efetivamente, um clássico, como é Real Madrid x Barcelona na Espanha ou Olympiakos x Panathinaikos na Grécia.
Esse carimbo de clássico, claro, não pode ser forjado e precisa ser construído com história verdadeira. Aqui não propomos que seja diferente. Mas temos potencial para tanto ao, por exemplo, cravarmos que a disputa do último domingo estre Corinthians e Flamengo é o clássico das multidões. Sem forçar a barra, esses marcos começam a existir. Porque o “clássico das multidões” existe e é chamado assim há tempos. Mas não é trabalhado pelas equipes e pelo próprio campeonato como tal. Para isso, seria fundamental que os próprios clubes se debruçassem sobre um plano apara alavancar essa imagem. Parecido com que o próprio Corinthians fez com o Palmeiras recentemente. Os dois até já tentaram, mas sem grandes esforços.
E todos os clubes precisam entender que ter um ou alguns poucos clássicos não diminui a importância de outros tantos Brasil afora. Mas certamente ajudaria no despertar do interesse de possíveis novos expectadores dos países que acompanham o nosso futebol. Afinal, não podemos nos contentar com a pouca visibilidade atual que temos, por exemplo, na Europa. Atualmente, mais do que reclamar porque os países não compram de verdade a ideia de assistir ao nosso futebol, podemos repensar por quais motivos não vendemos a eles de forma mais atraente. E essa nossa dificuldade sim, já é um perfil clássico do esporte brasileiro.
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