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Clube com dono nem sempre investirá para ser campeão

Investidores não são torcedores abnegados

Futebol (Alan Thornton/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2023 às 19h20.

Última atualização em 4 de abril de 2023 às 19h21.

O Brasil sempre teve na maioria de seus clubes estrutura de associação civil sem fins lucrativos. Composta por sócios que, na maioria absoluta das vezes, eram torcedores do próprio clube.

Essa paixão nunca foi garantia de boa gestão, afinal, a tal paixão mais afasta a razão que o inverso. Mas um ponto esteve presente na maioria das oportunidades: a intenção de ver seu clube ter sucesso esportivo ou, traduzido em miúdos, ser campeão.

De maneira atabalhoada, sem governança, com gestões temerárias e irresponsabilidade, esse desejo de título sempre esteve preservado. E foram justamente essas características funestas que levaram os clubes para o abismo. Os clubes no Brasil estão, em sua maioria, absolutamente endividados, incapazes de se manterem vivos. Aliás, vivos ainda estão porque nossa legislação e políticos foram (e são) subservientes com seus erros.

Para alguns clubes não desaparecerem – Botafogo, Cruzeiro e Vasco são claros exemplos disso entre os grandes -, o Brasil fez nascer a figura da Sociedade Anônima do Futebol (SAF). O agora clube-empresa passa a ter uma estrutura profissional na gestão, o que visa impedir que o ciclo de derrocada administrativa se mantenha. Os clubes, ufa, serão salvos da inviabilidade.

Contudo, e é preciso deixar claro, nem todo time com dono investirá para ser campeão. Os investidores têm ideias distintas para seus projetos. Até podem querer títulos, mas não cabe espanto se a ideia for de reorganização da marca, equilíbrio das finanças e revenda por um preço maior adiante. É preciso que lembremos, sempre, que são investidores.

Os clubes do Brasil, e de alguma forma seus torcedores, pagam agora por décadas de gestões temerárias. Os próprios torcedores incentivaram – e ainda o fazem – que os títulos viessem ou venham independentemente do custo financeiro e estrutural disso. Como só um ganha o campeonato, a conta esportiva nunca fechou.

Os investidores chegam para salvar os clubes do fim, não para necessariamente fazer deles campeões. Até porque, na utopia de 20 clubes bem geridos em um Campeonato Brasileiro, 19 deles não serão campeões. Não há motivo para demonizar investidores que não coloquem dinheiro suficiente para conquistar títulos. Contudo, definitivamente, também não há motivos para endeusá-los porque os clubes não acabaram. Não impediram o fim por paixão, mas por negócios. E negócios são negócios, com ou sem títulos.

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O Brasil sempre teve na maioria de seus clubes estrutura de associação civil sem fins lucrativos. Composta por sócios que, na maioria absoluta das vezes, eram torcedores do próprio clube.

Essa paixão nunca foi garantia de boa gestão, afinal, a tal paixão mais afasta a razão que o inverso. Mas um ponto esteve presente na maioria das oportunidades: a intenção de ver seu clube ter sucesso esportivo ou, traduzido em miúdos, ser campeão.

De maneira atabalhoada, sem governança, com gestões temerárias e irresponsabilidade, esse desejo de título sempre esteve preservado. E foram justamente essas características funestas que levaram os clubes para o abismo. Os clubes no Brasil estão, em sua maioria, absolutamente endividados, incapazes de se manterem vivos. Aliás, vivos ainda estão porque nossa legislação e políticos foram (e são) subservientes com seus erros.

Para alguns clubes não desaparecerem – Botafogo, Cruzeiro e Vasco são claros exemplos disso entre os grandes -, o Brasil fez nascer a figura da Sociedade Anônima do Futebol (SAF). O agora clube-empresa passa a ter uma estrutura profissional na gestão, o que visa impedir que o ciclo de derrocada administrativa se mantenha. Os clubes, ufa, serão salvos da inviabilidade.

Contudo, e é preciso deixar claro, nem todo time com dono investirá para ser campeão. Os investidores têm ideias distintas para seus projetos. Até podem querer títulos, mas não cabe espanto se a ideia for de reorganização da marca, equilíbrio das finanças e revenda por um preço maior adiante. É preciso que lembremos, sempre, que são investidores.

Os clubes do Brasil, e de alguma forma seus torcedores, pagam agora por décadas de gestões temerárias. Os próprios torcedores incentivaram – e ainda o fazem – que os títulos viessem ou venham independentemente do custo financeiro e estrutural disso. Como só um ganha o campeonato, a conta esportiva nunca fechou.

Os investidores chegam para salvar os clubes do fim, não para necessariamente fazer deles campeões. Até porque, na utopia de 20 clubes bem geridos em um Campeonato Brasileiro, 19 deles não serão campeões. Não há motivo para demonizar investidores que não coloquem dinheiro suficiente para conquistar títulos. Contudo, definitivamente, também não há motivos para endeusá-los porque os clubes não acabaram. Não impediram o fim por paixão, mas por negócios. E negócios são negócios, com ou sem títulos.

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