Exame.com
Continua após a publicidade

CBRu e o Rugby no Brasil avançam com consistência no assunto Governança

CBRu lança segunda edição de seu Annual Report e o CEO Agustin Danza fala com exclusividade ao Esporte Executivo

 (Divulgação CBRu/Divulgação)
(Divulgação CBRu/Divulgação)
V
Vinicius Lordello — Esporte Executivo

Publicado em 19 de junho de 2019 às, 07h04.

Última atualização em 19 de junho de 2019 às, 07h04.

A onda do Rugby veio forte ao Brasil nos últimos anos e, a depender de sua gestão, não deve ir embora. A CBRu é tida como uma das confederações de modalidades olímpicas mais organizadas. De olho na evolução de sua gestão, lançou no último ano o primeiro Annual Report, referente a 2017. O documento é inspirado em um modelo que os All Blacks, da Nova Zelândia, fazem para divulgar seus números da temporada.

Agora a CBRu lança o segundo exemplar, referente a 2018, ano que a entidade teve lucro recorde, muito por conta da vinda dos All Blacks Maori ao Brasil. Nesse documento há uma novidade: uma autoavaliação, como somente os All Blacks fazem, divulgando o número. Além disso, a entidade promete um olhar mais carinhoso em relação à representatividade das mulheres e atletas em seu conselho. Para entender melhor esse momento, o Esporte Executivo falou com Agustin Danza, CEO da CBRu, que trouxe detalhes da visão de Governança da entidade.

Qual a relevância de se seguir rígidos padrões de Governança e Compliance?

Seguir bons padrões de Governança e Compliance é importante para garantir que estamos utilizando nossos recursos da melhor forma possível, alinhado com os nossos objetivos estratégicos e maximizando o impacto deles. Ao mesmo tempo, é importante para dar tranquilidade aos nossos patrocinadores, que saberão onde, como e porque estamos utilizando os recursos investidos por eles. Finalmente é importante para que toda a comunidade possa entender o planejamento da CBRu e avaliar a performance que estamos tendo.

Qual o impacto dessas observações na força que a marca tem hoje na atração de parceiros?

Ter um management profissional e uma governança benchmark e transparente é algo que o mercado valoriza. As companhias sabem que podem acreditar no nosso planejamento de longo prazo, que é audacioso, e ao mesmo tempo confiar na nossa operação e a nossa capacidade de entrega, sem se preocupar com potenciais escândalos que impactem a marca delas. Isto é muito importante para as companhias, já que elas devem sempre procurar um investimento com retorno positivo, ao mesmo tempo que protegem seu principal ativo, a sua marca, e com quem a associam.

Há um trabalho permanente de Gestão de Riscos operacionais e institucionais? Como funciona?

Existe um trabalho de gestão de riscos permanente, tanto internos como externos, operacionais e institucionais. Eles são detectados e analisados pelo staff profissional, as propostas de como lidar com eles são levadas para debate nos nossos Comitês e Conselhos (Gestão e Finanças, Fiscal, Alto Rendimento, Desenvolvimento) e posteriormente, caso seja necessário, para o nosso Conselho de Administração, que se reúne cerca de dez vezes por ano. Cabe ressaltar que tanto nos Comitês como no Conselho tem membros independentes, membros da base esportiva e representante de atletas.

Por favor, explique como funcionará a autoavaliação na CBRu.

A CBRu trabalha com um planejamento estratégico dividido nas 5 principais áreas de atuação que temos: Alto Rendimento, Desenvolvimento, Torneios e Eventos, Disseminação e Gestão. Cada área tem seus objetivos específicos, que estão projetados até 2023. Cada um desses objetivos também tem um peso específico, em função importância dele no plano geral da CBRU. A gente chama a este documento de Mapa Estratégico e ele se encontra publicado no nosso Portal de Governança.

Quando um ano finaliza, catalogamos cada um dos objetivos anuais como: atingido 100%, atingido parcialmente ou não atingido, o que outorga um peso de 100%, 50% ou 0% a esse objetivo dentro do Mapa Estratégico. Assim, catalogando cada objetivo e multiplicando o peso dele pelo % de atingimento, podemos chegar à avaliação final do ano, que também publicamos. Desta forma qualquer pessoa poderá avaliar a nossa gestão, entender onde estamos colocando nosso foco e porquê, além de acompanhar a nossa autoavaliação ao longo do tempo.

 Como tem sido cuidado o assunto de representatividade das mulheres na CBRu?

A representatividade feminina dentro da CBRu é algo prioritário para nós. Tratamos da mesma maneira as nossas duas seleções principais, a masculina e a feminina, lembrando que a feminina é Top 10 do mundo, e investimos recursos totalmente comparáveis no rugby feminino como no masculino, tanto no Alto Rendimento como nos torneios brasileiros femininos e masculinos de 1ª divisão nacional.

Nossa última iniciativa visando uma representatividade maior foi aprovada na reforma de estatuto de 2019, onde colocamos uma representação feminina mínima de 30% em todos os órgãos colegiados (Conselho de Administração, comitês, comissões, etc).

Faz muito tempo que temos uma seleção que é ganhadora e reconhecida internacionalmente, mas mais importante do que isso, uma seleção de grandes embaixadoras do Brasil, que inspiram gerações de crianças a jogar rugby, aprender seus valores, correr atrás dos seus sonhos e não se deixar intimidar por nenhuma barreira ou preconceito.