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A redenção de Cesar Cielo faz dele um ídolo?

O brasileiro César Cielo conquistou no último fim de semana, em Barcelona, seu terceiro título mundial na prova dos 50 metros nado livre. Durante este mundial, Cielo já havia subido ao lugar mais alto do pódio nos 50m borboleta. Com a conquista, Cesar Cielo entra para a história como o primeiro homem a conquistar o tricampeonato dos 50m nos Mundiais, já que também venceu em Roma-2009 e Xangai-2011. Ao todo, […] Leia mais

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Vinicius Lordello — Esporte Executivo

Publicado em 5 de agosto de 2013 às, 10h11.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 08h55.

O brasileiro César Cielo conquistou no último fim de semana, em Barcelona, seu terceiro título mundial na prova dos 50 metros nado livre. Durante este mundial, Cielo já havia subido ao lugar mais alto do pódio nos 50m borboleta. Com a conquista, Cesar Cielo entra para a história como o primeiro homem a conquistar o tricampeonato dos 50m nos Mundiais, já que também venceu em Roma-2009 e Xangai-2011. Ao todo, Cielo já havia conquistado quatro medalhas de ouro em mundiais anteriores.

Contudo, ter alcançado o tricampeonato mundial dos 50 m foi uma surpresa. Se não para o mundo da natação, para o próprio nadador, medalhista de bronze na mesma prova de 50m na Olimpíada de Londres do ano passado. Após o tri em Barcelona, Cielo explicou que por ter passado por intervenções cirúrgicas nos dois joelhos no último ano e pelo exíguo tempo que teve para a recuperação, não esperava vencer a prova. “Não queria que fosse uma redenção, mas não tem jeito. Passei o ano inteiro com o gosto amargo da Olimpíada e depois da cirurgia nos joelhos eu estava duvidando de mim mesmo”, disse Cielo, em entrevista ao Sportv. “Passei três meses duvidando se conseguiria fazer um salto de novo. Posso dizer que é a medalha mais emocionante da minha carreira”, cravou o brasileiro.

Foto: Satiro Sodré/SSPress.

Se até o Mundial de Barcelona Cielo já era um verdadeiro campeão, a ele ainda faltava uma aura de esportista referência, capaz de colocá-lo como destaque em relação aos demais atletas da mesma e até de outras modalidades. Ainda que em função da recuperação das cirurgias, ter duvidado de sua própria vitória não era um bom sintoma. Porque se ele duvidava, como fãs e patrocinadores potencias não duvidariam? Durante a recuperação, Cielo chegou a dizer que tinha uma foto do tenista Rafael Nadal e outra de Ronaldo Fenômeno em seu quarto. “Eles também sofreram graves lesões no joelho e conseguiram dar a volta por cima”, esclareceu à época o nadador. Cielo precisava de inspiração. E talvez justamente as cirurgias que fez nos joelhos tenham ajudado Cesar a transformar as vitórias recentes em um marco na sua carreira.

Nenhum grande atleta gosta de passar por momentos delicados por questões de saúde. Mas, de alguma forma, esses momentos despertam um algo a mais nos atletas que, quando conseguem recuperar sua condição de vitórias, se tornam especiais. Pois Cielo agora é especial. Há quatro meses este mesmo blog apontou que os brasileiros não sabiam dizer quem era o principal nadador do Brasil. Cesar Cielo já estava diretamente ligado à natação para os brasileiros, mas a natação ainda não nos remetia imediatamente ao seu nome. Cesar Cielo já deveria ser um ídolo no Brasil, mas sua imagem ainda não estava consolidada como tal. Claro que será fundamental o trabalho a ser desenvolvido por seu staff (incluindo marketing), além da manutenção de bons resultados, mas toda sua carreira vitoriosa aliada a esse momento de nítida superação permite que Cielo seja, finalmente, um verdadeiro ídolo. Porque merece estar na boca dos brasileiros sempre que o assunto natação vier à tona. Mas já merece ainda mais estar em fotografias, decorando quartos e sendo, a partir de agora, a própria personificação da inspiração. Grande Cielo!

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