A furada em que se meteu a Pirelli
O Mundial de Fórmula 1 atinge sua nona etapa, o Grande Prêmio da Alemanha. Mas se a disputa pela liderança chama atenção, a sequência de estouros de pneus ocorridos no último domingo, na corrida em Silverstone, tem chamado ainda mais. O brasileiro Felipe Massa (Ferrari), o inglês Lewis Hamilton (Mercedes), o francês Jean Eric Vergne (Toro Rosso) e os mexicanos Sergio Pérez (McLaren) e Esteban Gutiérrez (Sauber) tiveram um dos […] Leia mais
Publicado em 5 de julho de 2013 às, 10h40.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 08h57.
O Mundial de Fórmula 1 atinge sua nona etapa, o Grande Prêmio da Alemanha. Mas se a disputa pela liderança chama atenção, a sequência de estouros de pneus ocorridos no último domingo, na corrida em Silverstone, tem chamado ainda mais. O brasileiro Felipe Massa (Ferrari), o inglês Lewis Hamilton (Mercedes), o francês Jean Eric Vergne (Toro Rosso) e os mexicanos Sergio Pérez (McLaren) e Esteban Gutiérrez (Sauber) tiveram um dos pneus traseiros de seus carros estourado durante a prova. A Pirelli, fornecedora de pneus da F-1, anunciou que os pneus trarão mudanças em breve. Mas só a partir da décima etapa, na Hungria, já que em função do curto espaço entre a última e a próxima provas, mudanças imediatas não eram possíveis. O fato fez com que a Associação de Pilotos de Grandes Prêmios (GPDA) ameaçasse um boicote à próxima prova, se problemas semelhantes ocorrerem, com o justo argumento de que as vidas dos pilotos estão em jogo.
A Federação Internacional de Automobilismo agiu e liberou a participação dos pilotos titulares das equipes no teste para ajudar a Pirelli a entender melhor os problemas de seus produtos. A maioria dos pilotos, contudo, já torceu o nariz. “Não tenho nenhuma intenção de ir, a menos que a Ferrari me obrigue. Não sou piloto de testes da Pirelli” cravou o espanhol Fernando Alonso, companheiro de Felipe Massa na Ferrari.
Mas o clima já não é dos melhores. Ao explicar o que aconteceu na última prova, a Pirelli dividiu a culpa com as equipes. Informou que as explosões foram causadas pela inversão dos pneus traseiros, além de erros no ajuste da pressão e inclinação. Segundo a Pirelli, as equipes podem ter trocado os pneus esquerdos pelos direitos. “Os pneus fornecidos neste ano tem uma estrutura assimétrica, o que significa que não podem ser invertidos”, destacou a empresa italiana, em comunicado oficial.
A Pirelli, que retornou à F-1 em 2011 com a missão de criar pneus com diferentes níveis de desgaste para movimentar as corridas, está em uma situação difícil. Porque tem movimentado sim as corridas. Mas não da forma como esperava. E para a reputação da empresa, ter seu produto como motivo de desavença justamente no evento esportivo que dá a ela maior visibilidade, é tenebroso. A decisão de publicamente dividir a responsabilidade com as equipes pelos pneus estourados pode ter melhorado sua imagem com os consumidores comuns. Mas, ao que se sabe, piorou ainda mais a tensão existente com as equipes e pilotos.
A Pirelli não quis, e nem poderia, assumir o erro sozinha. Mas a F-1 deveria ter vindo a público junto da parceira. Mostrar unicidade. A solução esperada, simples, é que os pneus parem de estourar. E, claro, que a competição siga sem a continuidade de tais erros. Porque nesse momento, a Pirelli lida com um desgaste muito maior do que aqueles nos pneus, com o qual já está acostumada. O desgaste é na credibilidade. Que furada, hein, Pirelli?!
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