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Sustentabilidade: A revolução das frutas nativas da Mata Atlântica

Um exemplo notável do impacto ambiental positivo vindo do Estado de São Paulo

 (Instagram Instituto AUÁ)

(Instagram Instituto AUÁ)

Cris Arcangeli
Cris Arcangeli

CEO da beuty'in

Publicado em 23 de abril de 2025 às 20h41.

Você já ouviu falar em cambuci, uvaia e juçara? Essas frutas nativas da Mata Atlântica, um bioma rico e diversificado presente no estado de São Paulo, estão ganhando destaque graças a uma Cadeia Produtiva Local (CPL) que promove seu cultivo sustentável. Sob a coordenação do Instituto Auá, uma organização não governamental de empreendedorismo socioambiental localizada em Osasco, a CPL tem como missão tornar esses frutos mais conhecidos e acessíveis por meio do ecomercado e do fortalecimento da agricultura familiar.

Com o apoio do programa SP Produz, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, a cadeia produtiva recebeu um impulso significativo, adquirindo 50 freezers para a comercialização de sorvetes e outros produtos em novos pontos de venda, totalizando atualmente 70 locais. Essa iniciativa não apenas amplia o alcance das frutas nativas, mas também fortalece a economia local.

A CPL, que se estende pela faixa de Mata Atlântica do território paulista, incluindo a Serra do Mar, o Vale do Ribeira e o Vale do Paraíba, é composta por agricultores familiares que cultivam essas frutas de forma sustentável. Entre os 250 clientes da CPL, destacam-se empresas de varejo, empórios de produtos naturais, restaurantes e hotéis, que buscam oferecer aos consumidores produtos autênticos e de qualidade.

A parceria permite a produção de uma variedade de insumos, como sementes e mudas, além de uma gama diversificada de produtos, incluindo polpas, geleias, sorvetes e bebidas, que vão desde licores até cervejas artesanais feitas de cambuci, uvaia e juçara, fabricados no Recanto Magini, localizado em Parelheiros, na zona sul da capital.

Essas frutas são ricas em vitamina C, antioxidantes e ferro, e têm sido utilizadas em diversas receitas inovadoras, como massas de pizza, molhos barbecue e vinagretes, trazendo um toque especial à culinária local.

O Instituto Auá nomeia seus parceiros comerciais de "Guardiões da Mata Atlântica", reconhecendo seu papel fundamental em apoiar e fortalecer pequenos produtores agroecológicos que preservam o bioma. Com essa iniciativa, mais de 70 mil árvores nativas, incluindo espécies ameaçadas de extinção, foram plantadas, e mais de 120 toneladas de frutas nativas da Mata Atlântica foram produzidas e comercializadas nos últimos 10 anos.

Um exemplo notável do impacto ambiental positivo gerado por essa CPL é a preservação da palmeira-juçara, conhecida como o "açaí da Mata Atlântica".

Atualmente, essa espécie enfrenta risco de extinção devido ao desmatamento causado pela extração ilegal do palmito. A valorização e o cultivo sustentável de frutas nativas não apenas contribuem para a preservação do meio ambiente, mas também promovem a valorização da cultura local e a geração de renda para as comunidades envolvidas.

A revolução das frutas nativas da Mata Atlântica é um exemplo inspirador de como a união entre sustentabilidade, cultura e empreendedorismo pode gerar um impacto positivo tanto na economia local quanto na preservação do nosso patrimônio natural. É hora de valorizar e consumir o que é nosso, garantindo um futuro mais sustentável e próspero para todos.

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