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Quem dá as ordens no seu negócio?

Em sua coluna, Cris Arcangeli fala sobre o que significa ser empreendedor nos tempos atuais — e como isso pode mudar a qualquer instante

 (OstapenkoOlena/Getty Images)
(OstapenkoOlena/Getty Images)
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Cris Arcangeli — Empreender Liberta

Publicado em 15 de setembro de 2022 às, 09h00.

O que faz um empreendedor?

Tem uma paixão, uma ideia e cria um negócio, cria um produto ou um serviço.... Certo?

Sim, mas não basta só isso para dar certo. Estamos vivendo numa era em que os consumidores estão cada vez mais exigentes e conscientes das suas reais necessidades, do meio ambiente e do seu poder de compra.

Eles não querem “mais do mesmo”. Se o empreendedor se limitar a isso, a chance de seu produto ser vendido dependerá somente do preço, ao fato de ser mais barato e não diferente ou o melhor. E, assim, a esperada margem de lucro vai embora e com ela as perspectivas de crescimento, e o sucesso do negócio, porque sem lucro não. FATO!

Por isso jamais me canso de falar que a grande mola propulsora de qualquer empreendimento é a Inovação e a cultura da inovação.

É pela Inovação que os empreendedores conseguem fazer seus negócios escalarem de forma sustentável e tem a possibilidade de virar MODA e tracionar seus mercados. Não há mais tempo a perder: o espaço entre a criação e a execução é mínimo e por isso quem monta um negócio ou cria um produto precisa necessariamente estar ligado nas transformações do mundo dinâmico que vivemos, precisa se antecipar as mudanças, não pode perder as oportunidades e o timing.

Quem concorda comigo quando digo que inovar não é ficar atrás da tela do computador, buscando algo diferente que possa ser agregado num determinado produto ou começar algum outro “do zero”? Até porque, convenhamos, se a pesquisa por algo inovador na internet dá algum resultado, é porque isso já existe.

Isso significa que quem realmente quer inovar precisa observar o mercado, deve sempre pensar “fora da caixa” para encontrar soluções para um problema e ser resiliente. O empreendedor precisa sair para a rua, ter contato com seus pontos de venda, analisar como as pessoas agem, o que vestem, compram, comem... Ao agir de forma proativa, ele consegue entender a demanda que vem de fora para dentro e, assim, antecipar tendências e encontrar aquele Gap, aquela brecha, aquele espaço vazio que pode ser preenchido por algo realmente novo.

Futurismo – Eu, pessoalmente, acredito que o Futuro é o nosso presente e, assim, estou lançando um novo movimento voltado ao empreendedorismo, com o nome de Futurismo, inspirada numa proposta da vanguarda artística do início do século XX, principalmente de artes plásticas e literatura.

Minha ideia principal é incorporar a velocidade das novíssimas tecnologias, que não param de surgir, em diferentes áreas. Com o Futurismo assumimos o desafio de observar as evidências, explorar, investigar e acelerar possibilidades das novas descobertas da Ciência, concretizar novas tecnologias e, principalmente, olhar propostas inovadoras de empreendedorismo e de negócios. O futuro, por si só, é um enigma, mas podemos nos antecipar a ele pelo trabalho de inovadores, que captam e criam tendências. Quando transformamos a forma de fazer as coisas, transformamos mercados inteiros.

O Cliente - Mas como tudo depende de esforço, sabemos que inovar não é exatamente fácil, porque depende de tempo, investimentos, pesquisa & desenvolvimento e, principalmente, ensino. Sim. O público precisa ser “educado” para entender, aceitar e confiar em algo totalmente novo. E a tarefa do empreendedor é explicar tudo sobre ele, a partir de seu lançamento no mercado. Para isso pode usar ferramentas de marketing, de vendas, ações para chamar a atenção dos possíveis consumidores. Pode investir em mídia também. Mas a verdade é que nenhuma dessas opções tem mais efetividade do que uma verdadeira conexão com os clientes de uma determinada marca, produto ou serviço.

É preciso entender a fundo o que leva os clientes a comprar determinado produto, entender seu mindset e seus hábitos atuais para, com o tempo, prever futuros hábitos. Se interagimos direto com nossos clientes podemos ter insights sobre seus níveis de satisfação e qual a relevância de seu produto para eles ou, até mesmo, de melhorias que sejam necessárias para ampliar esta relevância e diminuir possíveis insatisfações.

O empreendedor precisa fazer com que o público compre, ame e precise de seu produto. Não basta a vontade de crescer e consolidar vendas, pois a médio e longo prazo o que vale é a necessidade do cliente, sua identificação com determinado produto e suas opiniões sobre ele. Precisa ter sempre em mente que o mais importante não é o produto: é o cliente.