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Programa Urbanshift da ONU quer criar cidades eficientes e inclusivas

Responsáveis ​​por cerca de 70% de todas as emissões de gases de efeito estufa, as cidades mantêm um ritmo constante e acelerado de crescimento

Você sabia que mais da metade da população mundial, cerca de 4,2 bilhões de pessoas, vivem em cidades? (Bloomberg/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2022 às 19h15.

Por: Cris Arcangeli

Hoje quero falar sobre resistência, transformação, reconstrução e sobre a possibilidade de um desenvolvimento urbano com abordagens integradas, que resultem em cidades eficientes, resilientes e inclusivas.

Você sabia que mais da metade da população mundial, cerca de 4,2 bilhões de pessoas, vivem em cidades? E que grande parte convive e enfrenta desafios como inundações, tempestades, ondas de calor provocadas pela crise climática, péssima qualidade de ar, falta de moradias acessíveis e divisões sociais cada vez mais evidentes?

Responsáveis ​​por cerca de 70% de todas as emissões de gases de efeito estufa, as cidades mantêm um ritmo constante e acelerado de crescimento. Por isso, precisamos de mudanças dramáticas para que, até 2050, quando deverão abrigar 70% da população mundial, elas possam se tornar neutras em carbono, mantendo o aumento da temperatura global abaixo de 1,5°.

Isso é possível? Creio que sim. Em 2021, durante a Semana do Clima de Nova York, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o Fundo para o Meio Ambiente Global (GEF) e outros parceiros lançaram a UrbanShift, uma iniciativa global que tem por meta melhorar vidas pela transformação das cidades em espaços verdes e habitáveis, ​​que possam contribuir efetivamente no combate contra as mudanças climáticas, perda de biodiversidade e poluição.

A princípio, este projeto está apoiando 23 cidades na Argentina, Brasil, China, Costa Rica, Índia, Indonésia, Marrocos, Ruanda e Serra Leoa, na adoção de abordagens integradas de desenvolvimento urbano, que ajudem a moldar cidades mais eficientes, resilientes e inclusivas. As propostas baseiam-se nas lições e experiências adquiridas por um programa piloto chamado Abordagem Integrada de Cidades Sustentáveis, lançado pelo GEF em 2019.

E como a UrbanShift trabalha? Promovendo abordagens integradas de desenvolvimento, criando soluções baseadas na Natureza, desenvolvendo sistemas de transporte público de baixo carbono, zonas de baixa emissão e gestão integrada de resíduos. O programa pretende evitar, com o tempo, a emissão de mais de 130 milhões de toneladas de CO2 equivalente, uma quantidade que pode ser comparada às emissões anuais de 32 usinas a carvão.

As cidades são personagens de destaque na crise de mudança planetária, perda de biodiversidade e poluição. Mas nós, que vivemos numa grande cidade como São Paulo, sabemos da nossa capacidade de enfrentar desafios e conhecemos nossa resiliência. O que o mundo precisa e a UrbanShift está propondo, é focar nas questões mais estratégicas das mudanças climáticas, para podermos repensar como nossas cidades funcionam e como poderão funcionar.

Para isso planejou envolver governos municipais, setor privado, agências da ONU, bancos multilaterais de desenvolvimento e parceiros que queiram apoiar governos nacionais e municipais. A UrbanShift já nasceu com um financiamento de US$ 146 milhões fornecidos pelo CEF e US$ 1,7 bilhão em cofinanciamento, que serão usados não somente no planejamento das cidades participantes programa, impactando a vida de mais de 58 milhões de pessoas, mas também na gestão e restauração de cerca de um milhão de hectares de terra.

Todo o trabalho realizado vai ser utilizado numa plataforma de conhecimento e aprendizado, cujo objetivo é conectar cidades com experiência global e pesquisa de ponta. E o que é mais importante, pelo menos no meu entender: vai oferecer um espaço para compartilhar experiências e forjar alianças.

Sempre acreditei que mudanças são possíveis. Que, com o esforço de todos, podemos refrear este desenvolvimento desenfreado do mundo e tornar nosso planeta um lugar mais inclusivo, receptivo e acolhedor para seus habitantes. Iniciativas como a UrbanShift demonstram que há empenho em promover essas mudanças. E, se cada um de nós já fizer sua parte, estas iniciativas se multiplicarão e todos serão beneficiados.

Por: Cris Arcangeli

Hoje quero falar sobre resistência, transformação, reconstrução e sobre a possibilidade de um desenvolvimento urbano com abordagens integradas, que resultem em cidades eficientes, resilientes e inclusivas.

Você sabia que mais da metade da população mundial, cerca de 4,2 bilhões de pessoas, vivem em cidades? E que grande parte convive e enfrenta desafios como inundações, tempestades, ondas de calor provocadas pela crise climática, péssima qualidade de ar, falta de moradias acessíveis e divisões sociais cada vez mais evidentes?

Responsáveis ​​por cerca de 70% de todas as emissões de gases de efeito estufa, as cidades mantêm um ritmo constante e acelerado de crescimento. Por isso, precisamos de mudanças dramáticas para que, até 2050, quando deverão abrigar 70% da população mundial, elas possam se tornar neutras em carbono, mantendo o aumento da temperatura global abaixo de 1,5°.

Isso é possível? Creio que sim. Em 2021, durante a Semana do Clima de Nova York, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o Fundo para o Meio Ambiente Global (GEF) e outros parceiros lançaram a UrbanShift, uma iniciativa global que tem por meta melhorar vidas pela transformação das cidades em espaços verdes e habitáveis, ​​que possam contribuir efetivamente no combate contra as mudanças climáticas, perda de biodiversidade e poluição.

A princípio, este projeto está apoiando 23 cidades na Argentina, Brasil, China, Costa Rica, Índia, Indonésia, Marrocos, Ruanda e Serra Leoa, na adoção de abordagens integradas de desenvolvimento urbano, que ajudem a moldar cidades mais eficientes, resilientes e inclusivas. As propostas baseiam-se nas lições e experiências adquiridas por um programa piloto chamado Abordagem Integrada de Cidades Sustentáveis, lançado pelo GEF em 2019.

E como a UrbanShift trabalha? Promovendo abordagens integradas de desenvolvimento, criando soluções baseadas na Natureza, desenvolvendo sistemas de transporte público de baixo carbono, zonas de baixa emissão e gestão integrada de resíduos. O programa pretende evitar, com o tempo, a emissão de mais de 130 milhões de toneladas de CO2 equivalente, uma quantidade que pode ser comparada às emissões anuais de 32 usinas a carvão.

As cidades são personagens de destaque na crise de mudança planetária, perda de biodiversidade e poluição. Mas nós, que vivemos numa grande cidade como São Paulo, sabemos da nossa capacidade de enfrentar desafios e conhecemos nossa resiliência. O que o mundo precisa e a UrbanShift está propondo, é focar nas questões mais estratégicas das mudanças climáticas, para podermos repensar como nossas cidades funcionam e como poderão funcionar.

Para isso planejou envolver governos municipais, setor privado, agências da ONU, bancos multilaterais de desenvolvimento e parceiros que queiram apoiar governos nacionais e municipais. A UrbanShift já nasceu com um financiamento de US$ 146 milhões fornecidos pelo CEF e US$ 1,7 bilhão em cofinanciamento, que serão usados não somente no planejamento das cidades participantes programa, impactando a vida de mais de 58 milhões de pessoas, mas também na gestão e restauração de cerca de um milhão de hectares de terra.

Todo o trabalho realizado vai ser utilizado numa plataforma de conhecimento e aprendizado, cujo objetivo é conectar cidades com experiência global e pesquisa de ponta. E o que é mais importante, pelo menos no meu entender: vai oferecer um espaço para compartilhar experiências e forjar alianças.

Sempre acreditei que mudanças são possíveis. Que, com o esforço de todos, podemos refrear este desenvolvimento desenfreado do mundo e tornar nosso planeta um lugar mais inclusivo, receptivo e acolhedor para seus habitantes. Iniciativas como a UrbanShift demonstram que há empenho em promover essas mudanças. E, se cada um de nós já fizer sua parte, estas iniciativas se multiplicarão e todos serão beneficiados.

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