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A nova geração do Vale do Silício

Apesar de grandes empresas possuírem um ecossistema maduro, outros modelos de negócios tem se destacado na região

Vale do Silício: fundo investe em negócios inovadores nacionais com potencial de sucesso nos Estados Unidos e vice-versa (Foto/Getty Images)
Vale do Silício: fundo investe em negócios inovadores nacionais com potencial de sucesso nos Estados Unidos e vice-versa (Foto/Getty Images)
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Cris Arcangeli — Empreender Liberta

Publicado em 2 de junho de 2022 às, 09h30.

Por Cris Arcangeli

É impossível pensar no Vale do Silício, e não o associar ao monopólio das grandes empresas de tecnologia como Intel, Google, Apple, Facebook (agora Meta), entre outras. Realmente, essas empresas fazem parte da história e da cultura dessa região da Baía de São Francisco em que se respira empreendedorismo, inovação e uma maneira ímpar de fazer negócios. Pude vivenciar isso de perto na minha recente viagem para Califórnia. E recomendo: Todo empreendedor deve participar dessa experiência incrível!

Mas, apesar dessas empresas, mundialmente já conhecidas, possuírem um ecossistema maduro e uma metodologia validada de inovação, gestão financeira, formação de equipe e tecnologia, outros modelos de negócios tem se destacado no Vale do Silício. São empresas que atuam nos mais variados setores, desde logística à área da saúde, que foram consideradas disruptivas e prometem ser a ‘nova geração de modelos de negócio’ do local conforme a lista anual do “Disruptor50”, recém-publicada pelo site americano CNBC.

Segundo a décima edição da lista do site, essas 50 empresas elencadas na pesquisa, além de conseguirem vencer altos e baixos na pandemia, levantaram meio trilhão de dólares em capital de risco (aportes de capital para aquisição de participações em empresas não listadas em bolsa de valores). Do total, pelo menos 41 são unicórnios, com avaliações de US$ 1 bilhão ou mais - 14 estão avaliados em mais de US$ 10 bilhões. Tais resultados desses modelos de negócio, demonstraram assim que essas empresas estão prontas para enfrentar os crescentes desafios econômicos e de consumo, conforme o CNBC.

Bom, por ser um lugar considerado completo para o desenvolvimento de negócios inovadores, focado em crescimento e desenvolvimento, onde se consegue juntar as maiores e mais qualificadas mentes de vários lugares do mundo, não me surpreende essa lista do site americano prevendo uma nova onda de empresas de diversos nichos utilizando recursos tecnológicos para alavancar ou aperfeiçoar a gestão dos seus negócios, pois algo que comprovei nessa viagem foi que: A tecnologia é o mercado do presente!.

Assim, comprovamos que a tecnologia, não trata-se apenas de internet ou mídias sociais, ela tem se tornado um grande diferencial de mercado e concorrência. Outro importante componente ressaltado nas empresas, do “Disruptor50’da CNBC, é que a grande maioria delas têm um propósito social ou ambiental que é central em seu modelo de negócios. Vejamos algumas delas:

  • Maven - é a maior clínica virtual para a saúde da mulher e da família e, a partir de agosto passado, também se tornou a primeira start-up de saúde focada na mulher avaliada em mais de US$ 1 bilhão. Oferece cuidados baseados em tecnologia para fertilidade, gravidez e parentalidade,
  • Zipline- A empresa parceira da rede Walmart, entre outras, entrega os suprimentos alimentícios e médicos críticos ATRAVÉS DE DRONES;
  • Jüsto-  é o primeiro supermercado 100% on-line e verticalmente integrado no México, com uma abordagem de negócios que mistura compras personalizadas baseadas em IA com entrega rápida e localizada e consciência social;
  • Virta – Plataforma de saúde focada em pessoas com diabetes. Se diferencia de seus concorrentes porque além de gerenciar a doença através da tecnologia, busca a reversão real dela. Cada paciente tem uma equipe de atendimento remoto - um treinador de saúde e um profissional médico, e recebe apoio comportamental e incentivo de seus treinadores e de uma comunidade on-line de seus colegas;
  • Cityblock Health-  Ajuda americanos idosos e de baixa renda a acessar os cuidados de saúde, principalmente aqueles que não se qualificam para o Medicaid (Seguro instituído em lei federal, através de um certificado de pobreza, que cobre famílias de baixa renda do EUA- estilo SUS do Brasil);
  • Flexport - a empresa de maior destaque dentro da lista do site CNBC, uma vez que a empresa facilita e agiliza a entrega de mercadorias enviadas em navios de carga, aviões, caminhões e ferrovias e transportadas para todo o mundo. Os serviços de frete e corretagem da empresa estão na nuvem, permitindo que ela analise custos, eficiência de contêineres e emissões de gases de efeito estufa de forma rápida e precisa do que os sistemas tradicionais.
  • Zum- Novo modelo de ônibus escolar que tem a missão de diminuir o impacto ambiental do transporte estudantil, tanto usando sua plataforma para reduzir o uso geral de veículos, quanto fazendo parceria com fabricantes de ônibus escolares elétricos para substituir ônibus movidos a gás. Ele tem um plano para eliminar totalmente os ônibus escolares a diesel de sua frota até 2025.

Enfim, poderia elencar aqui todas as 50 empresas, mas esse texto ficaria muito extenso, e essa não é a minha intenção. O meu objetivo aqui é compartilhar com você algumas das descobertas que fiz durante minha visita ao Vale do Silício, que pude comprovar na prática a partir da leitura dos modelos de negócios dessas empresas acima:

1-Todos tentam empreender e ninguém tem medo de falhar. Pois, eles partem da máxima que ‘quanto mais falhas você adquire executando uma ideia, mais chances você tem de ter sucesso’;

2-Lá eles focam no futuro, ou melhor fazem a antecipação do que será o futuro’. Isso chama-se INOVACAO!

BEM VINDO A NOVA GERAÇAO!