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Os bobos somos nós

Existe um ditado nas rodas de pôquer que em todo jogo tem pelo menos um bobo na mesa. Se você estiver demorando pra descobrir quem é o bobo, cuidado, o bobo é você! As notícias que atropelaram o país na quarta-feira, acusando o presidente da república Michel Temer e o senador e presidente do PSDB […]

MICHEL TEMER: “A corrupção virou oficialmente o inimigo em comum” / Ueslei Marcelino/ Reuters
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Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2017 às 11h45.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h08.

Existe um ditado nas rodas de pôquer que em todo jogo tem pelo menos um bobo na mesa. Se você estiver demorando pra descobrir quem é o bobo, cuidado, o bobo é você!

As notícias que atropelaram o país na quarta-feira, acusando o presidente da república Michel Temer e o senador e presidente do PSDB Aécio Neves de terem cometido atos ilícitos poucos meses atrás, mesmo depois de todas as prisões e descobertas da operação Lava-Jato, assustam. Passam a impressão que não há limites para a ousadia, para as transgressões e para a maldade. Fazem parecer que absolutamente todos que estão por aí têm envolvimento em esquemas e roubalheiras sem fim. Dão a certeza e a tristeza que os bobos da mesa somos nós.

Hoje é um daqueles dias difíceis de se acordar e sair da cama. O país parece estar sem rumo e sem líderes. Talvez a cena mais patética de ontem tenha sido a protagonizada pelos presidentes da câmara e do senado diante dos jornalistas. Rodrigo Maia, com semblante de pânico, fingia falar ao celular e fugia a passos acelerados para se esconder dentro de um automóvel. Eunício Oliveira sorria nervoso e, também mudo, fugia tropeçando em repórteres tentando achar uma saída urgente para sumir diante das câmeras e microfones. Logo eles, os dois na linha sucessória da presidência. De quem seria justo esperar liderança, firmeza e um norte para o país. Com a atitude de ontem já inauguraram o movimento #foramaia e #foraeunicio antes mesmo de sentarem no trono.

O país, porém, seguirá caminhando e as consequências para a economia serão menores do que as precificadas hoje pelos mercados. Temer já era um presidente sem qualquer popularidade ou legitimidade. Conseguiu na última pesquisa de intenção de votos, numa simulação do cenário eleitoral de 2018, ter incríveis 2% dos votos dos brasileiros! Um recorde mundial de impopularidade em se tratando de um presidente em exercício. Aécio já havia sido delatado por tantos outros envolvidos na Lava-Jato. Não o víamos há meses. Fora ou dentro da prisão, nossa vida na prática seguirá a mesma.

Mas finalmente o país terá de fazer um pacto de curto prazo. Não há alternativas. Esquerda e direita, intelectuais e empresários, terão de, nem que seja somente por alguns meses, estar juntos para atravessar esse mar de lama. E o farão, tenho certeza. Nada tem o poder de unir mais do que um inimigo em comum. A corrupção virou oficialmente o inimigo em comum.

É difícil prever, porém, o que virá. Ou como virá? Eleições diretas ou indiretas? Ciro Gomes, Lula, Marina ou Doria? O risco esta na mesa. Os estrangeiros deverão fugir do país neste primeiro momento o mais rápido que puderem. O dólar seguirá pressionado. A bolsa ficará volátil e ainda mais imprevisível, alternando momentos maníacos com outros depressivos. Mas antes do que se imagina tudo voltará a melhorar. Não há motivos para os juros não seguirem caindo, a inflação segue caindo e a atividade, fraca. As máquinas não foram quebradas. As pessoas não estão mais fracas fisicamente. As ideias não foram apagadas das cabeças das pessoas.

Se me perguntarem o que eu farei com o meu dinheiro a resposta é: abaixo de 55.000 pontos comprarei bolsa seguro de que terei um ótimo retorno em meu investimento, manterei a maior parte de meus investimentos nos fundos multimercado conservadores que podem se aproveitar desta volatilidade sem correr grandes riscos e seguirei investindo em ações de dividendos e fundos imobiliários que se beneficiam de um cenário de queda de juros.

É hora de investir no que você entende, e sair dos produtos que te prometem retornos enormes garantindo que não há maiores riscos. Muita gente no mercado vai sofrer muito com essa volatilidade. Os clientes que tenho orientado ao longo dos últimos anos, porém, passarão quase que ilesos.

Nosso único risco como cidadãos nessa confusão toda é o de achar que devemos dar uma trégua e aceitar o que esta sendo revelado e, “pelo bem do país”, dar um indulto a quem ainda não foi pego pela justiça. Devemos ir até o fim. E acreditem, há fim em tudo, até para este mar de lama.

Socios da Geração Futuro: Esquerda, Eduardo Moreira;

Direita, Evandro Pereira

Foto: Germano Lüders

16/12/2014

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Existe um ditado nas rodas de pôquer que em todo jogo tem pelo menos um bobo na mesa. Se você estiver demorando pra descobrir quem é o bobo, cuidado, o bobo é você!

As notícias que atropelaram o país na quarta-feira, acusando o presidente da república Michel Temer e o senador e presidente do PSDB Aécio Neves de terem cometido atos ilícitos poucos meses atrás, mesmo depois de todas as prisões e descobertas da operação Lava-Jato, assustam. Passam a impressão que não há limites para a ousadia, para as transgressões e para a maldade. Fazem parecer que absolutamente todos que estão por aí têm envolvimento em esquemas e roubalheiras sem fim. Dão a certeza e a tristeza que os bobos da mesa somos nós.

Hoje é um daqueles dias difíceis de se acordar e sair da cama. O país parece estar sem rumo e sem líderes. Talvez a cena mais patética de ontem tenha sido a protagonizada pelos presidentes da câmara e do senado diante dos jornalistas. Rodrigo Maia, com semblante de pânico, fingia falar ao celular e fugia a passos acelerados para se esconder dentro de um automóvel. Eunício Oliveira sorria nervoso e, também mudo, fugia tropeçando em repórteres tentando achar uma saída urgente para sumir diante das câmeras e microfones. Logo eles, os dois na linha sucessória da presidência. De quem seria justo esperar liderança, firmeza e um norte para o país. Com a atitude de ontem já inauguraram o movimento #foramaia e #foraeunicio antes mesmo de sentarem no trono.

O país, porém, seguirá caminhando e as consequências para a economia serão menores do que as precificadas hoje pelos mercados. Temer já era um presidente sem qualquer popularidade ou legitimidade. Conseguiu na última pesquisa de intenção de votos, numa simulação do cenário eleitoral de 2018, ter incríveis 2% dos votos dos brasileiros! Um recorde mundial de impopularidade em se tratando de um presidente em exercício. Aécio já havia sido delatado por tantos outros envolvidos na Lava-Jato. Não o víamos há meses. Fora ou dentro da prisão, nossa vida na prática seguirá a mesma.

Mas finalmente o país terá de fazer um pacto de curto prazo. Não há alternativas. Esquerda e direita, intelectuais e empresários, terão de, nem que seja somente por alguns meses, estar juntos para atravessar esse mar de lama. E o farão, tenho certeza. Nada tem o poder de unir mais do que um inimigo em comum. A corrupção virou oficialmente o inimigo em comum.

É difícil prever, porém, o que virá. Ou como virá? Eleições diretas ou indiretas? Ciro Gomes, Lula, Marina ou Doria? O risco esta na mesa. Os estrangeiros deverão fugir do país neste primeiro momento o mais rápido que puderem. O dólar seguirá pressionado. A bolsa ficará volátil e ainda mais imprevisível, alternando momentos maníacos com outros depressivos. Mas antes do que se imagina tudo voltará a melhorar. Não há motivos para os juros não seguirem caindo, a inflação segue caindo e a atividade, fraca. As máquinas não foram quebradas. As pessoas não estão mais fracas fisicamente. As ideias não foram apagadas das cabeças das pessoas.

Se me perguntarem o que eu farei com o meu dinheiro a resposta é: abaixo de 55.000 pontos comprarei bolsa seguro de que terei um ótimo retorno em meu investimento, manterei a maior parte de meus investimentos nos fundos multimercado conservadores que podem se aproveitar desta volatilidade sem correr grandes riscos e seguirei investindo em ações de dividendos e fundos imobiliários que se beneficiam de um cenário de queda de juros.

É hora de investir no que você entende, e sair dos produtos que te prometem retornos enormes garantindo que não há maiores riscos. Muita gente no mercado vai sofrer muito com essa volatilidade. Os clientes que tenho orientado ao longo dos últimos anos, porém, passarão quase que ilesos.

Nosso único risco como cidadãos nessa confusão toda é o de achar que devemos dar uma trégua e aceitar o que esta sendo revelado e, “pelo bem do país”, dar um indulto a quem ainda não foi pego pela justiça. Devemos ir até o fim. E acreditem, há fim em tudo, até para este mar de lama.

Socios da Geração Futuro: Esquerda, Eduardo Moreira;

Direita, Evandro Pereira

Foto: Germano Lüders

16/12/2014

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