Os ataques infundados da esquerda
Semana passada, aqui na coluna, falamos sobre argumentos usados pelos candidatos da direita para tirar a credibilidade (e os votos) dos candidatos de esquerda durante as eleições. A velha tática de deturpar uma ideia, um discurso, um conceito — normalmente radicalizando-o e simplificando-o— e atribuindo o posicionamento absurdo a um personagem. Depois é só repetir […]
Da Redação
Publicado em 13 de outubro de 2016 às 12h08.
Última atualização em 22 de junho de 2017 às 18h11.
Semana passada, aqui na coluna, falamos sobre argumentos usados pelos candidatos da direita para tirar a credibilidade (e os votos) dos candidatos de esquerda durante as eleições. A velha tática de deturpar uma ideia, um discurso, um conceito — normalmente radicalizando-o e simplificando-o— e atribuindo o posicionamento absurdo a um personagem. Depois é só repetir varias vezes o discurso e desfrutar dos louros políticos da tática desonesta e injusta. Na política, mais do que em qualquer lugar, os fins justificam quaisquer meios.
Mas a estratégia descrita semana passada não é exclusiva aos candidatos da direita. Os da esquerda também usam e abusam dela. E, como prometido, é sobre alguns absurdos atribuídos aos candidatos de direita que falaremos no artigo de hoje. Abaixo, seguem alguns dos ataque mais frequentes nessa linha, e a verdade dos fatos logo abaixo.
Ataque da esquerda: Os empresários são indivíduos cruéis que exploram a indefesa classe trabalhadora.
O fato: O Brasil é um dos países do mundo com maior taxa de mortalidade de empresas. Quase uma em cada três (dados SEBRAE SP) não chegam a completar seu primeiro ano. Ser empresário no Brasil é, antes de tudo, assumir um risco absolutamente desproporcional entre as possibilidades de sucesso e fracasso. Além de ter todos os custos de abertura, manutenção e fechamento da empresa, os donos das empresas tem também um dever legal, indelével, de pagar mensalmente no dia combinado o salário de seus funcionários. Um dever do empresário e um direito do trabalhador. São estes empresários que aceitam colocar em risco suas posses, seu tempo e sua reputação que movem a roda que sustenta toda a massa trabalhadora e põe o pão na mesa dos brasileiros. Demonizá-los de uma forma genérica é de uma desonestidade intelectual sem tamanho. O Brasil é um país onde os empresários estão mais para explorados do que para exploradores.
Ataque da esquerda: Os bancos são o câncer do capitalismo, que funciona primordialmente em prol do sistema financeiro
O fato: Existem bancos em todos os regimes. Na China comunista por exemplo, o Banco da China atua administrando bilhões de Yuans de pessoas e empresas através de operações de empréstimos e depósitos a vista e a prazo. Cobram juros também. É assim também no não menos comunista Vietnã onde milhões de dólares circulam diariamente no VietinBank e outros bancos por meio da moeda local, o Dong . Até Cuba, acreditem, tem bancos! E todos eles funcionam de maneira muito parecida com os daqui. Uma das maiores forças da economia brasileira é ter seu sistema bancário e de pagamentos entre os mais evoluídos do mundo. Não devemos transformar em problema o que é uma vantagem competitiva brasileira em relação a outros países. É inegável, porém, que por ser um segmento relevante da economia, os bancos possuem uma voz política grande e não raramente criam condições de mercado que inibem o surgimento de novas alternativas e competidores prejudicando o cidadão comum. Há muito a se melhorar no sentido de criar um sistema financeiro mais justo e menos oneroso para o brasileiro. O que é muito diferente de colocar os bancos como a explicação para as injustiças dos regimes capitalistas
Ataque da esquerda: O governo paga os juros da divida para agradar aos banqueiros. Os juros deveriam parar de ser pagos já!
O fato: Quase todos os investidores que tem aplicações em renda fixa estão recebendo juros pagos pelo governo. Direta ou indiretamente. Mesmo os que investem na poupança, por exemplo! Isso porque, os bancos que recebem depósitos a prazo de seus correntistas tem que rentabilizar seu dinheiro para poder pagá-los, e a maneira mais comum é através da compra de títulos de dívida do governo. Os juros do governo são pagos para todos que financiam suas atividades, e uma boa parte deles (quando seguimos a cadeia dos investimentos até a sua origem) são os investidores pessoas físicas. É, primeiro, incorreto atribuir o interesse dos juros altos aos banqueiros. Quando o Brasil teve a chance de trazer sua taxa de juros a níveis abaixo de 10%, os bancos quase todos apresentaram lucros recordes. Numa economia aberta, os juros são o resultado de um equilíbrio que precisa ser atingido para financiar as atividades do país. Se o país tem menos credibilidade e uma economia fraca, os juros tendem a ser maiores. Se deixa de pagá-los uma vez, a famosa moratória, então em todas as outras vezes em que precisar de dinheiro terá de pagar mais ainda.
A lista não tem fim. E não é a intenção do artigo esgotá-la. A ideia era querer trazer à razão os leitores para que saiam da armadilha criada pelos agentes políticos que aprisionam as pessoas em caixas herméticas com rótulos de esquerda e direita. Estudem os problemas do país. Façam suas próprias analises. E não escolham ideologias prontas como se escolhe um combo numa cadeia de fast food. Politico com fritas não cai nunca bem.
Semana passada, aqui na coluna, falamos sobre argumentos usados pelos candidatos da direita para tirar a credibilidade (e os votos) dos candidatos de esquerda durante as eleições. A velha tática de deturpar uma ideia, um discurso, um conceito — normalmente radicalizando-o e simplificando-o— e atribuindo o posicionamento absurdo a um personagem. Depois é só repetir varias vezes o discurso e desfrutar dos louros políticos da tática desonesta e injusta. Na política, mais do que em qualquer lugar, os fins justificam quaisquer meios.
Mas a estratégia descrita semana passada não é exclusiva aos candidatos da direita. Os da esquerda também usam e abusam dela. E, como prometido, é sobre alguns absurdos atribuídos aos candidatos de direita que falaremos no artigo de hoje. Abaixo, seguem alguns dos ataque mais frequentes nessa linha, e a verdade dos fatos logo abaixo.
Ataque da esquerda: Os empresários são indivíduos cruéis que exploram a indefesa classe trabalhadora.
O fato: O Brasil é um dos países do mundo com maior taxa de mortalidade de empresas. Quase uma em cada três (dados SEBRAE SP) não chegam a completar seu primeiro ano. Ser empresário no Brasil é, antes de tudo, assumir um risco absolutamente desproporcional entre as possibilidades de sucesso e fracasso. Além de ter todos os custos de abertura, manutenção e fechamento da empresa, os donos das empresas tem também um dever legal, indelével, de pagar mensalmente no dia combinado o salário de seus funcionários. Um dever do empresário e um direito do trabalhador. São estes empresários que aceitam colocar em risco suas posses, seu tempo e sua reputação que movem a roda que sustenta toda a massa trabalhadora e põe o pão na mesa dos brasileiros. Demonizá-los de uma forma genérica é de uma desonestidade intelectual sem tamanho. O Brasil é um país onde os empresários estão mais para explorados do que para exploradores.
Ataque da esquerda: Os bancos são o câncer do capitalismo, que funciona primordialmente em prol do sistema financeiro
O fato: Existem bancos em todos os regimes. Na China comunista por exemplo, o Banco da China atua administrando bilhões de Yuans de pessoas e empresas através de operações de empréstimos e depósitos a vista e a prazo. Cobram juros também. É assim também no não menos comunista Vietnã onde milhões de dólares circulam diariamente no VietinBank e outros bancos por meio da moeda local, o Dong . Até Cuba, acreditem, tem bancos! E todos eles funcionam de maneira muito parecida com os daqui. Uma das maiores forças da economia brasileira é ter seu sistema bancário e de pagamentos entre os mais evoluídos do mundo. Não devemos transformar em problema o que é uma vantagem competitiva brasileira em relação a outros países. É inegável, porém, que por ser um segmento relevante da economia, os bancos possuem uma voz política grande e não raramente criam condições de mercado que inibem o surgimento de novas alternativas e competidores prejudicando o cidadão comum. Há muito a se melhorar no sentido de criar um sistema financeiro mais justo e menos oneroso para o brasileiro. O que é muito diferente de colocar os bancos como a explicação para as injustiças dos regimes capitalistas
Ataque da esquerda: O governo paga os juros da divida para agradar aos banqueiros. Os juros deveriam parar de ser pagos já!
O fato: Quase todos os investidores que tem aplicações em renda fixa estão recebendo juros pagos pelo governo. Direta ou indiretamente. Mesmo os que investem na poupança, por exemplo! Isso porque, os bancos que recebem depósitos a prazo de seus correntistas tem que rentabilizar seu dinheiro para poder pagá-los, e a maneira mais comum é através da compra de títulos de dívida do governo. Os juros do governo são pagos para todos que financiam suas atividades, e uma boa parte deles (quando seguimos a cadeia dos investimentos até a sua origem) são os investidores pessoas físicas. É, primeiro, incorreto atribuir o interesse dos juros altos aos banqueiros. Quando o Brasil teve a chance de trazer sua taxa de juros a níveis abaixo de 10%, os bancos quase todos apresentaram lucros recordes. Numa economia aberta, os juros são o resultado de um equilíbrio que precisa ser atingido para financiar as atividades do país. Se o país tem menos credibilidade e uma economia fraca, os juros tendem a ser maiores. Se deixa de pagá-los uma vez, a famosa moratória, então em todas as outras vezes em que precisar de dinheiro terá de pagar mais ainda.
A lista não tem fim. E não é a intenção do artigo esgotá-la. A ideia era querer trazer à razão os leitores para que saiam da armadilha criada pelos agentes políticos que aprisionam as pessoas em caixas herméticas com rótulos de esquerda e direita. Estudem os problemas do país. Façam suas próprias analises. E não escolham ideologias prontas como se escolhe um combo numa cadeia de fast food. Politico com fritas não cai nunca bem.