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A queda de qualidade do Uber e a mão invisível dos mercados

Tenho ouvido de vários usuários do aplicativo UBER reclamações a respeito da qualidade do serviço prestado por seus motoristas. Carros cada vez mais sujos e maltratados, motoristas perdidos e mal vestidos, defeitos no sistema de roteamento usado pelo aplicativo e, pasmem, em alguns casos até a “aguinha gelada” não tem sido mais oferecida. Por outro […]

UBER: projeto de lei pode inviabilizar os aplicativos de transporte de passageiros no Brasil / Quique Garcia / Getty Images
DR

Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2016 às 13h19.

Última atualização em 22 de junho de 2017 às 18h04.

Tenho ouvido de vários usuários do aplicativo UBER reclamações a respeito da qualidade do serviço prestado por seus motoristas. Carros cada vez mais sujos e maltratados, motoristas perdidos e mal vestidos, defeitos no sistema de roteamento usado pelo aplicativo e, pasmem, em alguns casos até a “aguinha gelada” não tem sido mais oferecida. Por outro lado o serviço de táxi sofreu uma melhora perceptível. Motoristas cada vez mais educados, cuidando do asseio de seus carros, perguntando se seus clientes tem alguma rota de preferência e às vezes, pasmem novamente, até oferecendo uma água gelada. Ah, e o preço caiu 30% igualando-se ao oferecido pelo UBER mais barato, o tal X.

Muitos dirão que é a tal mão invisível dos mercados funcionando. A arbitragem que surgiu com o aparecimento de um serviço melhor e mais barato, rapidamente deu lugar a um reequilíbrio das forças atuantes no segmento. A zona de conforto em que se colocaram os que estavam na crista da onda fez com que a qualidade de seu serviço deslizasse a níveis piores enquanto o incômodo dos que ficaram na pior os incentivou a buscar novas iniciativas. Hoje, com uma qualidade de serviço e preços novamente parecidos, os táxis voltam a ganhar mercado rapidamente devido as vantagens competitivas que tem como, por exemplo, as faixas exclusivas.

A verdade é que existe uma incrível tendência — que pode ser aplicada a quase qualquer coisa — de retorno à média. Vale para produtos, serviços, performances esportivas, resultados de empresa e até para as funções fisiológicas do corpo (a famosa homeostase). Aceitar esta tendência ao invés de se iludir quando se está vivendo um momento de bonança, pode ser a diferença entre voltar logo à média ou conseguir passar mais algum tempo acima dela. Para isso, é preciso ser menos arrogante, prepotente, e saber que às vezes o motivo do sucesso momentâneo pode ser até simplesmente estatístico, como tão bem relata em seus livros o escritor americano Nassim Taleb, e, principalmente, criar parceiros em vez de se distanciar dos outros e criar inimigos. Quando você esta acima da média, as forças naturais já são muito fortes te puxando pra baixo. Faça de tudo para que elas sejam as únicas.

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Tenho ouvido de vários usuários do aplicativo UBER reclamações a respeito da qualidade do serviço prestado por seus motoristas. Carros cada vez mais sujos e maltratados, motoristas perdidos e mal vestidos, defeitos no sistema de roteamento usado pelo aplicativo e, pasmem, em alguns casos até a “aguinha gelada” não tem sido mais oferecida. Por outro lado o serviço de táxi sofreu uma melhora perceptível. Motoristas cada vez mais educados, cuidando do asseio de seus carros, perguntando se seus clientes tem alguma rota de preferência e às vezes, pasmem novamente, até oferecendo uma água gelada. Ah, e o preço caiu 30% igualando-se ao oferecido pelo UBER mais barato, o tal X.

Muitos dirão que é a tal mão invisível dos mercados funcionando. A arbitragem que surgiu com o aparecimento de um serviço melhor e mais barato, rapidamente deu lugar a um reequilíbrio das forças atuantes no segmento. A zona de conforto em que se colocaram os que estavam na crista da onda fez com que a qualidade de seu serviço deslizasse a níveis piores enquanto o incômodo dos que ficaram na pior os incentivou a buscar novas iniciativas. Hoje, com uma qualidade de serviço e preços novamente parecidos, os táxis voltam a ganhar mercado rapidamente devido as vantagens competitivas que tem como, por exemplo, as faixas exclusivas.

A verdade é que existe uma incrível tendência — que pode ser aplicada a quase qualquer coisa — de retorno à média. Vale para produtos, serviços, performances esportivas, resultados de empresa e até para as funções fisiológicas do corpo (a famosa homeostase). Aceitar esta tendência ao invés de se iludir quando se está vivendo um momento de bonança, pode ser a diferença entre voltar logo à média ou conseguir passar mais algum tempo acima dela. Para isso, é preciso ser menos arrogante, prepotente, e saber que às vezes o motivo do sucesso momentâneo pode ser até simplesmente estatístico, como tão bem relata em seus livros o escritor americano Nassim Taleb, e, principalmente, criar parceiros em vez de se distanciar dos outros e criar inimigos. Quando você esta acima da média, as forças naturais já são muito fortes te puxando pra baixo. Faça de tudo para que elas sejam as únicas.

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