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A importância dos dados

Foi Einstein, homem com uma das cabeças mais geniais que já pisou neste mundo, que disse que “Deus não joga dados”. Referia-se aos pequenos cubos numerados usados em jogos e apostas nas quais estatística e sorte andam sempre de mãos dadas. Realizei semana passada uma palestra para um grupo de empreendedores do setor de varejo. […]

BIBLIOTECA EM STANFORD: dados que podemos colher com nossos negócios são nossas bibliotecas; devemos cuidar deles como um de nossos maiores tesouros / Justin Sullivan / Getty Images (Eduardo Moreira/Stanford/Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2016 às 11h33.

Última atualização em 22 de junho de 2017 às 17h54.

Foi Einstein, homem com uma das cabeças mais geniais que já pisou neste mundo, que disse que “Deus não joga dados”. Referia-se aos pequenos cubos numerados usados em jogos e apostas nas quais estatística e sorte andam sempre de mãos dadas.

Realizei semana passada uma palestra para um grupo de empreendedores do setor de varejo. O tema: “As novas tecnologias disponíveis para o varejo”. Falávamos sobre aplicativos, meios de pagamento, e outras ideias que têm surgido para reanimar este setor que tanto sofreu com a crise que atingiu o mercado nos últimos anos. No palco, eu e outros diretores e donos de empresas de tecnologia. Ao final, os participantes podiam fazer suas perguntas. A primeira foi pra mim, e questionava sobre a importância de se tratar da forma correta os dados obtidos na execução dos negócios relacionados ao varejo.

Minha resposta talvez tenha sido um pouco dura. E acredito fortemente no que disse. Olhei para o lado e, me dirigindo aos outros palestrantes, afirmei que a grande maioria das empresas de tecnologia que hoje existem, em um ou dois anos será somente pó. Fui além e disse que o mesmo valia para nossas empresas. E para a maioria das gigantes também. Foi assim com o Orkut, com quase todas as empresas de compras coletivas, está sendo com as empresas de aplicativos para táxi, e para mim está claro que esta é a regra, e não a exceção. Talvez Google e Amazon estejam em outro patamar e portanto sejam mais resilientes. As outras, todas vivem sobre a corda bamba. Até o Facebook? Certamente, penso eu…

Segui minha resposta fazendo uma pergunta de volta a plateia. “E se fracassarmos, o que restará de nossas empresas? De nossas milhares de horas de trabalho? De nosso esforço hercúleo?”. Finalmente concluí dizendo que restarão apenas os dados. Não os de Einstein. Mas aqueles referentes às informações colhidas durante todo o tempo de vida da empresa. O conhecimento gerado sobre os clientes, seus hábitos, seus gostos, suas demandas e seu comportamento. E é exatamente esse conhecimento, este aprendizado, que será a pedra fundamental para a construção de uma nova iniciativa que provavelmente se aproximará mais do sucesso. Até que finalmente um dia ele seja atingido.

As antigas civilizações tinham como um dos primeiros alvos quando invadiam uma cidade inimiga suas bibliotecas. Destruir o conhecimento acumulado, a cultura guardada de um povo, é fragilizá-lo incrivelmente. Os dados que podemos colher com nossos negócios são nossas bibliotecas. Devemos cuidar deles como um de nossos maiores tesouros. Assim como uma biblioteca, é importante ser organizado e ter uma boa curadoria para maximizar seu valor e sua utilidade. Bons gestores de empresas, parafraseando Einstein, não jogam dados. Usam eles…

EDUARDO-MOREIRA-credito-coluna

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Foi Einstein, homem com uma das cabeças mais geniais que já pisou neste mundo, que disse que “Deus não joga dados”. Referia-se aos pequenos cubos numerados usados em jogos e apostas nas quais estatística e sorte andam sempre de mãos dadas.

Realizei semana passada uma palestra para um grupo de empreendedores do setor de varejo. O tema: “As novas tecnologias disponíveis para o varejo”. Falávamos sobre aplicativos, meios de pagamento, e outras ideias que têm surgido para reanimar este setor que tanto sofreu com a crise que atingiu o mercado nos últimos anos. No palco, eu e outros diretores e donos de empresas de tecnologia. Ao final, os participantes podiam fazer suas perguntas. A primeira foi pra mim, e questionava sobre a importância de se tratar da forma correta os dados obtidos na execução dos negócios relacionados ao varejo.

Minha resposta talvez tenha sido um pouco dura. E acredito fortemente no que disse. Olhei para o lado e, me dirigindo aos outros palestrantes, afirmei que a grande maioria das empresas de tecnologia que hoje existem, em um ou dois anos será somente pó. Fui além e disse que o mesmo valia para nossas empresas. E para a maioria das gigantes também. Foi assim com o Orkut, com quase todas as empresas de compras coletivas, está sendo com as empresas de aplicativos para táxi, e para mim está claro que esta é a regra, e não a exceção. Talvez Google e Amazon estejam em outro patamar e portanto sejam mais resilientes. As outras, todas vivem sobre a corda bamba. Até o Facebook? Certamente, penso eu…

Segui minha resposta fazendo uma pergunta de volta a plateia. “E se fracassarmos, o que restará de nossas empresas? De nossas milhares de horas de trabalho? De nosso esforço hercúleo?”. Finalmente concluí dizendo que restarão apenas os dados. Não os de Einstein. Mas aqueles referentes às informações colhidas durante todo o tempo de vida da empresa. O conhecimento gerado sobre os clientes, seus hábitos, seus gostos, suas demandas e seu comportamento. E é exatamente esse conhecimento, este aprendizado, que será a pedra fundamental para a construção de uma nova iniciativa que provavelmente se aproximará mais do sucesso. Até que finalmente um dia ele seja atingido.

As antigas civilizações tinham como um dos primeiros alvos quando invadiam uma cidade inimiga suas bibliotecas. Destruir o conhecimento acumulado, a cultura guardada de um povo, é fragilizá-lo incrivelmente. Os dados que podemos colher com nossos negócios são nossas bibliotecas. Devemos cuidar deles como um de nossos maiores tesouros. Assim como uma biblioteca, é importante ser organizado e ter uma boa curadoria para maximizar seu valor e sua utilidade. Bons gestores de empresas, parafraseando Einstein, não jogam dados. Usam eles…

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