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A resiliência corporativa na era da nuvem

Daniel Bilbao, fundador e presidente da startup Truora, é colunista da EXAME. Ele escreve sobre empreendedorismo, inovação e tecnologia

Home office: a rede interna das companhias foram embora junto com os colaboradores para suas casas (Truora/Divulgação)
Home office: a rede interna das companhias foram embora junto com os colaboradores para suas casas (Truora/Divulgação)
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Daniel Bilbao

Publicado em 5 de novembro de 2020 às, 08h40.

Última atualização em 5 de novembro de 2020 às, 09h52.

Vou iniciar este texto dizendo uma das lições mais valiosas que a pandemia está deixando para a sociedade: o fato de aprender a se adaptar e continuar em pouco tempo, da melhor maneira possível.

Imagine a dor dos milhões de empreendedores, donos das mais de 700.000 empresas brasileiras que segundo uma pesquisa publicada pelo IBGE em julho, fecharam suas portas desde o início da pandemia. Pessoas que perderam o negócio que, não só lhes permitiu ter uma melhor qualidade de vida, mas também os fez atuar como profissionais.

Hoje, quase sete meses após a chegada da covid-19 acabando com comércios, companhias e startups, essas mesmas pessoas estão começando de novo do zero, algumas a partir de um projeto completamente novo e outras reinventando planos já em andamento, mas agora entendendo quais foram aquelas debilidades que os forçaram naquele momento a baixar a bandeira.

Os líderes estão mudando sua forma de trabalhar para seguir em pé porque o planeta que conheciam mudou em sua totalidade, e isso é, em pouca palavras, o que conhecemos como resiliência corporativa, e o novo caminho das empresas na “nova normalidade”.

Protegendo os ativos a distância

Para as empresas de hoje, que vivem a “nova normalidade”, a maior mudança vem com a migração dos ativos essenciais para a nuvem, e embora os processos de transformação digital acontecessem de forma acelerada, é necessário reconhecer a urgente relevância de criar estratégias para a proteção de dados.

Uma organização resiliente que tem conhecimento próprio de seu destino e sucesso, implementa controles adequados sobre seus ativos existentes, possíveis ameaças, vulnerabilidades e riscos inerentes, por meio da criação de roles exclusivos que consigam criar um fluxo de colaboração entre as áreas de TI, jurídico, marketing e até de recursos humanos, a fim de desenvolver estratégias de acordo com as últimas tendências da indústria.

Mesmo assim, uma pesquisa feita pela Truora em agosto de 2020 com mais de 150 líderes de empresas latino-americanas, concluiu que os casos de fraude nas empresas entrevistadas aumentaram 20% desde o início da pandemia em março, principalmente nos setores de e-commerce, instituições financeiras e aplicativos de delivery. Sinal que indica que, embora invistam tempo e recursos na infraestrutura crítica da companhia, ainda falta esforço na identificação e gerenciamento do risco de segurança.

Desde o momento em que os funcionários começaram a fazer home office, a rede interna da companhia foi embora junto com os colaboradores para suas casas. Isso fez que com que o controle de risco a buscas pessoais, download de informações ou softwares que pudessem representar ameaça à segurança da empresa, se tornasse uma tarefa ainda mais complicada, fazendo com que fosse necessário considerar três coisas:

● Treinamentos frequentes dos empregados para que pudessem identificar, agir e reportar uma situação de alerta.

● Instalação de VPN nos notebooks de todos os funcionários para acessar a rede privada da organização a distância.

● Controle de firewalls e antivírus para proteção de ameaças avançadas.

Ser resiliente não é só para os líderes que representam suas empresas, mas também para os funcionários de todas as áreas que hoje fazem home office e tiveram suas rotinas e formas de trabalho afetadas pela mudança. Vamos encarar esse momento como um período de evolução e aprendizado que pode ou não, depende de cada um, nos ajudar como sociedade trabalhando juntos para melhorar, apesar da adversidade.