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Por uma escola mais solidária

Com o tema “Responsabilidade Social Educativa. Uma Responsabilidade de Todos”, o Papa Francisco liderou, no início deste mês, o IV Congresso Scholas, no qual tive a alegria e emoção de vivenciar uma semana inesquecível no Vaticano. O evento contou com a participação de educadores de diversas nações, que foram convidados a debater e compartilhar experiências de como a sociedade deve refletir sobre a escola e a educação das novas gerações. […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2015 às 19h48.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h08.

Com o tema “Responsabilidade Social Educativa. Uma Responsabilidade de Todos”, o Papa Francisco liderou, no início deste mês, o IV Congresso Scholas, no qual tive a alegria e emoção de vivenciar uma semana inesquecível no Vaticano. O evento contou com a participação de educadores de diversas nações, que foram convidados a debater e compartilhar experiências de como a sociedade deve refletir sobre a escola e a educação das novas gerações.

A pedido do Papa, o Scholas Occurrentes foi criado em Buenos Aires em 2013 pelo Arcebispo Jorge Bergoglio com o objetivo de unir estudantes dos cinco continentes em um programa sustentado pelo tripé arte – esporte – tecnologia. Sua principal missão é promover a integração social de diferentes comunidades, a cultura do encontro e a inclusão escolar, mudando a maneira como os estudantes aprendem.

Hoje, o projeto já congrega iniciativas de todo mundo para construção de escolas do futuro e para estimular iniciativas educacionais inovadoras, reunindo alunos de diversas religiões e níveis de ensino de 400 mil escolas públicas e particulares que formam uma rede global gratuita e colaborativa onde as instituições podem compartilhar seus projetos e dar apoio àquelas com menos recursos.

Nesta direção, uma das escolas presentes no Congresso foi o Colegio Padre Jacobo, de Málaga, na Espanha, que apresentou o projeto “Aulas Hermanadas”, um programa enriquecedor que tem na solidariedade seu principal ingrediente. Instalada em um bairro de classe média baixa, há cerca de 2 anos a escola deu início ao projeto em que, basicamente, cada aluno conta com o apoio e acompanhamento de um outro aluno. A proposta é que os mais velhos possam ajudar os mais novos no processo de adaptação na vida escolar, estimulando assim virtudes como amizade, solidariedade, amor e companheirismo.

Outra instituição, Rondine Cittadella Pace Onlus, de Arezzo, na Itália, trouxe para o Congresso um projeto que reforça o papel preponderante da escola de formar jovens que vivenciem e propaguem a cultura da paz e do diálogo entre os povos. A Rondine recebe estudantes de países que estão em guerra ou situação de conflito, como Israel, Palestina, Líbano, Kosovo, Sérvia, Rússia, Azerbaijão, Armênia e muitos outros, estimulando assim a convivência e a transformação da consciência para que não mais vejam seus colegas como “inimigos naturais”.

Por fim, outro projeto que despertou minha atenção veio do Colegio Concepción, do Chile, batizado de “Aprender-Sirviendo”. Nesta instituição, os alunos são estimulados a associar serviços solidários com o currículo escolar, desenvolvendo projetos sociais que nascem a partir de suas próprias discussões sobre problemas de suas comunidades. Em uma das iniciativas, por exemplo, os alunos e ex-alunos da escola dão aulas sobre computação básica para a comunidade, ajudando na disseminação do conhecimento e resultando em melhorias nos índices dos alunos, como redução das faltas disciplinares, melhoria da convivência na escola e nas relações interpessoais, bem como uma maior participação nas atividades sociais e solidárias.

Como representante do Instituto Crescer, apresentei duas iniciativas que lideramos no Brasil: o Curso Crescer em Rede e o Programa Aprender em Rede, que incentivam a inclusão de uso das novas tecnologias na educação.

O curso Crescer em Rede visa preparar professores para uso criativo e inovador das tecnologias digitais junto aos alunos. Hoje, a formação está consolidada e organizada em uma série de 3 volumes servindo como apoio à organização de grupos de estudo nas escolas. Já o Programa Aprender em Rede é uma iniciativa educacional que visa fomentar a prática de trabalho por projetos colaborativos online, para troca de experiências regionais e culturais, entre alunos de escolas públicas e privadas do Ensino Fundamental. O programa visa incentivar práticas pedagógicas inovadoras, baseadas em projetos intraescolares, que levem ao desenvolvimento de competências básicas para o Século XXI, além do conhecimento de outras realidades, culturas e pessoas.

A iniciativa louvável do Papa Francisco nos faz refletir sobre o principal e verdadeiro papel da escola, que não se restringe, de forma alguma, a simplesmente preparar para a vida profissional, mas a formar cidadãos solidários, voluntários e dedicados a construir um mundo mais justo. Como bem disse Sua Santidade em seu discurso de encerramento no Congresso: “não vamos mudar o mundo se não mudarmos a Educação”.

Com o tema “Responsabilidade Social Educativa. Uma Responsabilidade de Todos”, o Papa Francisco liderou, no início deste mês, o IV Congresso Scholas, no qual tive a alegria e emoção de vivenciar uma semana inesquecível no Vaticano. O evento contou com a participação de educadores de diversas nações, que foram convidados a debater e compartilhar experiências de como a sociedade deve refletir sobre a escola e a educação das novas gerações.

A pedido do Papa, o Scholas Occurrentes foi criado em Buenos Aires em 2013 pelo Arcebispo Jorge Bergoglio com o objetivo de unir estudantes dos cinco continentes em um programa sustentado pelo tripé arte – esporte – tecnologia. Sua principal missão é promover a integração social de diferentes comunidades, a cultura do encontro e a inclusão escolar, mudando a maneira como os estudantes aprendem.

Hoje, o projeto já congrega iniciativas de todo mundo para construção de escolas do futuro e para estimular iniciativas educacionais inovadoras, reunindo alunos de diversas religiões e níveis de ensino de 400 mil escolas públicas e particulares que formam uma rede global gratuita e colaborativa onde as instituições podem compartilhar seus projetos e dar apoio àquelas com menos recursos.

Nesta direção, uma das escolas presentes no Congresso foi o Colegio Padre Jacobo, de Málaga, na Espanha, que apresentou o projeto “Aulas Hermanadas”, um programa enriquecedor que tem na solidariedade seu principal ingrediente. Instalada em um bairro de classe média baixa, há cerca de 2 anos a escola deu início ao projeto em que, basicamente, cada aluno conta com o apoio e acompanhamento de um outro aluno. A proposta é que os mais velhos possam ajudar os mais novos no processo de adaptação na vida escolar, estimulando assim virtudes como amizade, solidariedade, amor e companheirismo.

Outra instituição, Rondine Cittadella Pace Onlus, de Arezzo, na Itália, trouxe para o Congresso um projeto que reforça o papel preponderante da escola de formar jovens que vivenciem e propaguem a cultura da paz e do diálogo entre os povos. A Rondine recebe estudantes de países que estão em guerra ou situação de conflito, como Israel, Palestina, Líbano, Kosovo, Sérvia, Rússia, Azerbaijão, Armênia e muitos outros, estimulando assim a convivência e a transformação da consciência para que não mais vejam seus colegas como “inimigos naturais”.

Por fim, outro projeto que despertou minha atenção veio do Colegio Concepción, do Chile, batizado de “Aprender-Sirviendo”. Nesta instituição, os alunos são estimulados a associar serviços solidários com o currículo escolar, desenvolvendo projetos sociais que nascem a partir de suas próprias discussões sobre problemas de suas comunidades. Em uma das iniciativas, por exemplo, os alunos e ex-alunos da escola dão aulas sobre computação básica para a comunidade, ajudando na disseminação do conhecimento e resultando em melhorias nos índices dos alunos, como redução das faltas disciplinares, melhoria da convivência na escola e nas relações interpessoais, bem como uma maior participação nas atividades sociais e solidárias.

Como representante do Instituto Crescer, apresentei duas iniciativas que lideramos no Brasil: o Curso Crescer em Rede e o Programa Aprender em Rede, que incentivam a inclusão de uso das novas tecnologias na educação.

O curso Crescer em Rede visa preparar professores para uso criativo e inovador das tecnologias digitais junto aos alunos. Hoje, a formação está consolidada e organizada em uma série de 3 volumes servindo como apoio à organização de grupos de estudo nas escolas. Já o Programa Aprender em Rede é uma iniciativa educacional que visa fomentar a prática de trabalho por projetos colaborativos online, para troca de experiências regionais e culturais, entre alunos de escolas públicas e privadas do Ensino Fundamental. O programa visa incentivar práticas pedagógicas inovadoras, baseadas em projetos intraescolares, que levem ao desenvolvimento de competências básicas para o Século XXI, além do conhecimento de outras realidades, culturas e pessoas.

A iniciativa louvável do Papa Francisco nos faz refletir sobre o principal e verdadeiro papel da escola, que não se restringe, de forma alguma, a simplesmente preparar para a vida profissional, mas a formar cidadãos solidários, voluntários e dedicados a construir um mundo mais justo. Como bem disse Sua Santidade em seu discurso de encerramento no Congresso: “não vamos mudar o mundo se não mudarmos a Educação”.

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