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O que vi na maior feira de tecnologia educacional do mundo

Bett Show 2017: o que vi e o que senti falta na maior feira de tecnologia educacional do mundo

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allanluciana

Publicado em 7 de fevereiro de 2017 às 17h09.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 07h18.

A Bett Show ( www.bettshow.com ) é uma ótima oportunidade para quem quer ficar por dentro das principais tendências do setor educacional. Maior feira de educação e tecnologia do mundo, ela é realizada desde 1985 e recebe anualmente, em Londres, cerca de 34 mil educadores e tomadores de decisão de 138 países. Entre as companhias participantes estão gigantes como Cisco, Google, Microsoft e Apple.

Não foi fácil selecionar os destaques para este artigo. Afinal, o evento reuniu mais de 700 empresas do mundo inteiro, incluindo startups desenvolvedoras de soluções que passam por softwares, hardwares e aplicativos até sistemas para auxiliar em diferentes etapas do processo pedagógico e de gestão escolar.

Além da feira, o encontro contou com palestras e debates sobre práticas e metodologias inovadoras. O evento também é realizado no Brasil – a edição deste ano da Bett Educar está marcada para maio, em São Paulo.

STEM e robótica em alta

Ao visitar os estandes e conversar com empreendedores e especialistas, fica evidente que vem ganhando força, na parte pedagógica, iniciativas que envolvem o aprendizado STEM, assim como projetos de robótica.

Isso demonstra que o movimento maker cresce e se consolida, especialmente nas áreas que envolvem programação e construção de protótipos de carros e robôs. No evento, havia até uma vila dedicada a esses assuntos. Além disso, outros destaques da feira foram as tecnologias e sistemas para gestão escolar e hardwares para diversas finalidades.

Senti falta, porém, de um número maior de ferramentas voltadas, por exemplo, à aprendizagem colaborativa, uma prática de ensino essencial para os alunos da era digital desenvolverem e aprimorarem competências que preparam para a vida e para o mercado.

Também vi pouquíssimos produtos de natureza diferente do STEM e robótica que apoiem o professor no trabalho com o currículo regular em sala de aula, que estimulem a criatividade e que possam ser personalizadas a cada contexto de aula ou perfil de grupo de alunos. Talvez este seja um caminho a ser explorado por novas startups!

Alguns destaques da Bett Show, organizados conforme o tema:

1. Cultura Maker

Aprender na prática, por meio de experimentos e protótipos, é uma tendência forte. Nesse quesito, o que me chamou atenção na Bett foram as iniciativas que vão além da construção de protótipos, envolvendo competições, por exemplo. Entre as empresas com ações desse tipo estão:

As ferramentas voltadas à gestão escolar estão em evidência e envolvem soluções para área administrativa, pedagógica e o relacionamento com diferentes públicos, como pais, alunos e professores.  Nessa área merecem destaque:

Na área de hardwares, continuam em alta as lousas inteligentes, com telas de alta definição e recursos variados. Vale também mencionar:

O que senti falta na Bett Show

Se foi fácil encontrar equipamentos relacionados a projetos STEM, gestão de sala de aula e hardwares em geral, o mesmo não aconteceu com ferramentas voltadas às novas metodologias.

O evento mostrou que empresas e startups estão investindo pouco em softwares ou aplicativos que explorem as habilidades dos estudantes, tais como tratar imagens e vídeos, fazer editoração eletrônica de revistas e sites, produzir infográficos, jogos digitais customizados etc.

Muitos destes recursos podem ajudar no desenvolvimento de competências comunicacionais tão importante quanto as presentes na área de exatas e bem exploradas em projetos STEM ou que envolvem robótica.

Da mesma forma, faltaram recursos que envolvam a formação continuada de professores e para interação entre pais e professores, com foco na parte pedagógica, permitindo que os pais acompanhem cada vez mais de perto o processo de aprendizagem dos filhos, o que é essencial para promover educação de qualidade.

Também esperava ter visto mais ferramentas que promovam a aprendizagem colaborativa, como softwares que promovem a interação entre alunos de diferentes escolas. A única solução desse tipo que tive acesso foi a apresentada pela Cisco. Numa visita que fiz ao Centro de Inovação da companhia – e também na feira -, pude conhecer o Cisco Spark Boad.

Trata-se de uma plataforma que conecta virtualmente equipes de alunos que podem ou não estar no mesmo local. Os estudantes podem acessar o ambiente virtual por meio do aparelho que desejarem, como smartphone, tablet ou notebook. O professor pode, por exemplo, criar diretórios, gerenciar trabalhos dos alunos conforme a turma ou tarefa em andamento, compartilhar telas e apresentações, fazer ligações e abrir chats.

A excursão pelos corredores da BETT em Londres traz uma clara dimensão de como as tecnologias digitais estão de fato impactando e gerando grandes transformações na educação para atender uma geração que nasceu conectada.

Mas não podemos esquecer que as tecnologias são meras ferramentas e a construção de uma educação capaz de preparar os jovens para o futuro implica em uma profunda revisão de conceitos e princípios seculares que ainda continuam moldando nossas escolas, gerando um total descompasso com as reais habilidades que os estudantes precisam desenvolver para trabalhar em um mundo cada vez mais pautado pela inovação e onde a capacidade de criar e estar pronto para encarar desafios é bem mais importante do que saber de cor a tabela periódica.

A Bett Show ( www.bettshow.com ) é uma ótima oportunidade para quem quer ficar por dentro das principais tendências do setor educacional. Maior feira de educação e tecnologia do mundo, ela é realizada desde 1985 e recebe anualmente, em Londres, cerca de 34 mil educadores e tomadores de decisão de 138 países. Entre as companhias participantes estão gigantes como Cisco, Google, Microsoft e Apple.

Não foi fácil selecionar os destaques para este artigo. Afinal, o evento reuniu mais de 700 empresas do mundo inteiro, incluindo startups desenvolvedoras de soluções que passam por softwares, hardwares e aplicativos até sistemas para auxiliar em diferentes etapas do processo pedagógico e de gestão escolar.

Além da feira, o encontro contou com palestras e debates sobre práticas e metodologias inovadoras. O evento também é realizado no Brasil – a edição deste ano da Bett Educar está marcada para maio, em São Paulo.

STEM e robótica em alta

Ao visitar os estandes e conversar com empreendedores e especialistas, fica evidente que vem ganhando força, na parte pedagógica, iniciativas que envolvem o aprendizado STEM, assim como projetos de robótica.

Isso demonstra que o movimento maker cresce e se consolida, especialmente nas áreas que envolvem programação e construção de protótipos de carros e robôs. No evento, havia até uma vila dedicada a esses assuntos. Além disso, outros destaques da feira foram as tecnologias e sistemas para gestão escolar e hardwares para diversas finalidades.

Senti falta, porém, de um número maior de ferramentas voltadas, por exemplo, à aprendizagem colaborativa, uma prática de ensino essencial para os alunos da era digital desenvolverem e aprimorarem competências que preparam para a vida e para o mercado.

Também vi pouquíssimos produtos de natureza diferente do STEM e robótica que apoiem o professor no trabalho com o currículo regular em sala de aula, que estimulem a criatividade e que possam ser personalizadas a cada contexto de aula ou perfil de grupo de alunos. Talvez este seja um caminho a ser explorado por novas startups!

Alguns destaques da Bett Show, organizados conforme o tema:

1. Cultura Maker

Aprender na prática, por meio de experimentos e protótipos, é uma tendência forte. Nesse quesito, o que me chamou atenção na Bett foram as iniciativas que vão além da construção de protótipos, envolvendo competições, por exemplo. Entre as empresas com ações desse tipo estão:

As ferramentas voltadas à gestão escolar estão em evidência e envolvem soluções para área administrativa, pedagógica e o relacionamento com diferentes públicos, como pais, alunos e professores.  Nessa área merecem destaque:

Na área de hardwares, continuam em alta as lousas inteligentes, com telas de alta definição e recursos variados. Vale também mencionar:

O que senti falta na Bett Show

Se foi fácil encontrar equipamentos relacionados a projetos STEM, gestão de sala de aula e hardwares em geral, o mesmo não aconteceu com ferramentas voltadas às novas metodologias.

O evento mostrou que empresas e startups estão investindo pouco em softwares ou aplicativos que explorem as habilidades dos estudantes, tais como tratar imagens e vídeos, fazer editoração eletrônica de revistas e sites, produzir infográficos, jogos digitais customizados etc.

Muitos destes recursos podem ajudar no desenvolvimento de competências comunicacionais tão importante quanto as presentes na área de exatas e bem exploradas em projetos STEM ou que envolvem robótica.

Da mesma forma, faltaram recursos que envolvam a formação continuada de professores e para interação entre pais e professores, com foco na parte pedagógica, permitindo que os pais acompanhem cada vez mais de perto o processo de aprendizagem dos filhos, o que é essencial para promover educação de qualidade.

Também esperava ter visto mais ferramentas que promovam a aprendizagem colaborativa, como softwares que promovem a interação entre alunos de diferentes escolas. A única solução desse tipo que tive acesso foi a apresentada pela Cisco. Numa visita que fiz ao Centro de Inovação da companhia – e também na feira -, pude conhecer o Cisco Spark Boad.

Trata-se de uma plataforma que conecta virtualmente equipes de alunos que podem ou não estar no mesmo local. Os estudantes podem acessar o ambiente virtual por meio do aparelho que desejarem, como smartphone, tablet ou notebook. O professor pode, por exemplo, criar diretórios, gerenciar trabalhos dos alunos conforme a turma ou tarefa em andamento, compartilhar telas e apresentações, fazer ligações e abrir chats.

A excursão pelos corredores da BETT em Londres traz uma clara dimensão de como as tecnologias digitais estão de fato impactando e gerando grandes transformações na educação para atender uma geração que nasceu conectada.

Mas não podemos esquecer que as tecnologias são meras ferramentas e a construção de uma educação capaz de preparar os jovens para o futuro implica em uma profunda revisão de conceitos e princípios seculares que ainda continuam moldando nossas escolas, gerando um total descompasso com as reais habilidades que os estudantes precisam desenvolver para trabalhar em um mundo cada vez mais pautado pela inovação e onde a capacidade de criar e estar pronto para encarar desafios é bem mais importante do que saber de cor a tabela periódica.

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