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Como criar uma geração de inovadores?

“Que a força esteja com você” Mestre Yoda, Star Wars Como educadora que vem acompanhando de perto uma nova legião de estudantes que já nasceu plugada, tenho sido constantemente questionada de quais são os porquês desta ser conhecida como uma ‘geração de distraídos’, uma garotada encostada, nada proativa, afogada em um tsunami de informações e que não consegue se concentrar em suas atividades porque está o tempo todo alienada no […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2015 às 09h31.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 07h50.

“Que a força esteja com você”

Mestre Yoda, Star Wars

Como educadora que vem acompanhando de perto uma nova legião de estudantes que já nasceu plugada, tenho sido constantemente questionada de quais são os porquês desta ser conhecida como uma ‘ geração de distraídos ’, uma garotada encostada, nada proativa, afogada em um tsunami de informações e que não consegue se concentrar em suas atividades porque está o tempo todo alienada no mundinho do celular.

É natural que empresas ainda enraizadas em modelos tradicionais de gestão, onde um manda (o chefe) e muitos obedecem (os empregados), tenham dificuldade em receber os legítimos representantes da era mobile. Afinal, é mais fácil culpar o que pode nos tirar da zona de conforto do que incorporar ferramentas poderosas para perseguir a inovação.

Reclamar que a moçada não larga o smartphone e acusar as novas tecnologias de serem as vilãs que os levam a um estado de letargia corresponderia a proibir Leonardo da Vinci e Galileu Galilei de entrarem em seus laboratórios em busca de novas fórmulas e invenções.

Então, ao invés de rotular toda uma geração, por que não a preparamos para incorporar as TICs na rotina profissional, criando desafios em projetos colaborativos que preparem os estudantes efetivamente para realidade do mercado de trabalho? Ou será que o melhor mesmo é desconectar o cabo de rede e gritar para que saiam do transe no qual mergulharam no momento em que transformaram o celular em uma extensão do próprio corpo?

Estou mais do que convencida de que a primeira alternativa não só é a mais sensata, mas a única capaz de alinhar as demandas corporativas com a chegada de novos profissionais, que, elementar, precisam encontrar no ambiente escolar os aparatos necessários para aprender sem que, assim como nas empresas, sejam dominados por modelos educacionais ultrapassados onde um manda (o professor) e os outros obedecem (os alunos).

É claro que tudo começa, então, em transformar a escola. Na semana passada participei do Congresso InovaEduca, que convidou professores de escolas públicas e privadas a apresentarem projetos educacionais “fora da caixa”. Fiquei gratamente surpresa e muito empolgada em conhecer vários docentes que, ao invés de lamentar, estão adotando muitas ferramentas tecnológicas já disponíveis para estruturar novos modelos de aprendizagem.

São educadores que acordaram para o poder dos gadgets, softwares, apps e games para engajar seus alunos e alcançar níveis elevados de compreensão e análise de conteúdos com a criação de projetos pedagógicos nos quais exerceram o papel de mentores e não de dominadores por serem os únicos a deter o saber.

Um dos cases que mais me impressionou veio, vejam só, de uma escola estadual rural de Tapiraí, no interior de São Paulo. Batizado pelo professor  Rodrigo Ayres de Araújo de ‘ Narrativa Gamificada ’, o projeto de gamificação da pedagogia foi aplicado com os alunos do 7oano, que foram desafiados a criar o game Aventuras de Manuel para celular com o objetivo de pesquisar e aprender sobre a história e a cultura de Portugal. Resultado: pura motivação e um mobile game que está disponível em Android para qualquer um que quiser baixar, jogar e, claro, aprender.

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Com o uso do Game Maker Studio para programar o jogo, os próprios alunos, a partir do que aprenderam nas aulas de História, desenharam os personagens e cenários do game, criaram as narrativas com o apoio da professora de Língua Portuguesa e foram os verdadeiros protagonistas do próprio aprendizado em uma estratégia de ensino multidisciplinar que, entre outros benefícios, trouxe à tona noções de empreendedorismo, estimulando-os a desenvolver um produto final que foi o prêmio pelas horas dedicadas aos estudos (e ao trabalho).

Ao invés do martírio de ficarem soterrados em livros didáticos entediantes, os pequenos empreendedores de Tapiraí exploraram todo conteúdo desenvolvendo um game, algo que jamais imaginaram ter talento e potencial. Afinal, se estão acostumados a desperdiçar um tempo valioso em jogos que em nada contribuem para o aprendizado, por que não adotar a gamificação em sala de aula para que estudem – e brinquem – através de uma linguagem com a qual estão familiarizados?

Mais do que somente aprender sobre a história portuguesa, os alunos do professor Rodrigo desenvolveram noções de cidadania, foram estimulados a debater, a ter responsabilidade e a trabalhar em equipe. E não é isso, afinal, que as empresas esperam dos futuros profissionais?

Enquanto as escolas e professores resistirem a rever suas estratégias de ensino iremos formar uma ‘geração de distraídos’. Mas, no momento em que se desvencilharem das amarras que os impedem de delegar aos alunos a responsabilidade pelo próprio desenvolvimento, aí sim pavimentaremos a estrada do conhecimento para o despertar de uma nova ‘geração de inovadores’.

PS: Durante o Congresso InovaEduca tive também a alegria de lançar meu livro “Escola.com. Como as Novas Tecnologias Estão Transformando a Educação na Prática”. #Ficaadica e o convite para que mergulhem comigo nesta jornada.

“Que a força esteja com você”

Mestre Yoda, Star Wars

Como educadora que vem acompanhando de perto uma nova legião de estudantes que já nasceu plugada, tenho sido constantemente questionada de quais são os porquês desta ser conhecida como uma ‘ geração de distraídos ’, uma garotada encostada, nada proativa, afogada em um tsunami de informações e que não consegue se concentrar em suas atividades porque está o tempo todo alienada no mundinho do celular.

É natural que empresas ainda enraizadas em modelos tradicionais de gestão, onde um manda (o chefe) e muitos obedecem (os empregados), tenham dificuldade em receber os legítimos representantes da era mobile. Afinal, é mais fácil culpar o que pode nos tirar da zona de conforto do que incorporar ferramentas poderosas para perseguir a inovação.

Reclamar que a moçada não larga o smartphone e acusar as novas tecnologias de serem as vilãs que os levam a um estado de letargia corresponderia a proibir Leonardo da Vinci e Galileu Galilei de entrarem em seus laboratórios em busca de novas fórmulas e invenções.

Então, ao invés de rotular toda uma geração, por que não a preparamos para incorporar as TICs na rotina profissional, criando desafios em projetos colaborativos que preparem os estudantes efetivamente para realidade do mercado de trabalho? Ou será que o melhor mesmo é desconectar o cabo de rede e gritar para que saiam do transe no qual mergulharam no momento em que transformaram o celular em uma extensão do próprio corpo?

Estou mais do que convencida de que a primeira alternativa não só é a mais sensata, mas a única capaz de alinhar as demandas corporativas com a chegada de novos profissionais, que, elementar, precisam encontrar no ambiente escolar os aparatos necessários para aprender sem que, assim como nas empresas, sejam dominados por modelos educacionais ultrapassados onde um manda (o professor) e os outros obedecem (os alunos).

É claro que tudo começa, então, em transformar a escola. Na semana passada participei do Congresso InovaEduca, que convidou professores de escolas públicas e privadas a apresentarem projetos educacionais “fora da caixa”. Fiquei gratamente surpresa e muito empolgada em conhecer vários docentes que, ao invés de lamentar, estão adotando muitas ferramentas tecnológicas já disponíveis para estruturar novos modelos de aprendizagem.

São educadores que acordaram para o poder dos gadgets, softwares, apps e games para engajar seus alunos e alcançar níveis elevados de compreensão e análise de conteúdos com a criação de projetos pedagógicos nos quais exerceram o papel de mentores e não de dominadores por serem os únicos a deter o saber.

Um dos cases que mais me impressionou veio, vejam só, de uma escola estadual rural de Tapiraí, no interior de São Paulo. Batizado pelo professor  Rodrigo Ayres de Araújo de ‘ Narrativa Gamificada ’, o projeto de gamificação da pedagogia foi aplicado com os alunos do 7oano, que foram desafiados a criar o game Aventuras de Manuel para celular com o objetivo de pesquisar e aprender sobre a história e a cultura de Portugal. Resultado: pura motivação e um mobile game que está disponível em Android para qualquer um que quiser baixar, jogar e, claro, aprender.

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Com o uso do Game Maker Studio para programar o jogo, os próprios alunos, a partir do que aprenderam nas aulas de História, desenharam os personagens e cenários do game, criaram as narrativas com o apoio da professora de Língua Portuguesa e foram os verdadeiros protagonistas do próprio aprendizado em uma estratégia de ensino multidisciplinar que, entre outros benefícios, trouxe à tona noções de empreendedorismo, estimulando-os a desenvolver um produto final que foi o prêmio pelas horas dedicadas aos estudos (e ao trabalho).

Ao invés do martírio de ficarem soterrados em livros didáticos entediantes, os pequenos empreendedores de Tapiraí exploraram todo conteúdo desenvolvendo um game, algo que jamais imaginaram ter talento e potencial. Afinal, se estão acostumados a desperdiçar um tempo valioso em jogos que em nada contribuem para o aprendizado, por que não adotar a gamificação em sala de aula para que estudem – e brinquem – através de uma linguagem com a qual estão familiarizados?

Mais do que somente aprender sobre a história portuguesa, os alunos do professor Rodrigo desenvolveram noções de cidadania, foram estimulados a debater, a ter responsabilidade e a trabalhar em equipe. E não é isso, afinal, que as empresas esperam dos futuros profissionais?

Enquanto as escolas e professores resistirem a rever suas estratégias de ensino iremos formar uma ‘geração de distraídos’. Mas, no momento em que se desvencilharem das amarras que os impedem de delegar aos alunos a responsabilidade pelo próprio desenvolvimento, aí sim pavimentaremos a estrada do conhecimento para o despertar de uma nova ‘geração de inovadores’.

PS: Durante o Congresso InovaEduca tive também a alegria de lançar meu livro “Escola.com. Como as Novas Tecnologias Estão Transformando a Educação na Prática”. #Ficaadica e o convite para que mergulhem comigo nesta jornada.

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