Crescer em Rede
Publicado em 9 de março de 2017 às 10h58.
Última atualização em 9 de março de 2017 às 10h59.
A necessidade de melhorar a educação brasileira é um consenso em toda a sociedade. Da mídia aos políticos, passando por educadores, empresas, pais e alunos, todos dirão que um bom sistema educacional é essencial para o desenvolvimento do País e que ainda temos um longo percurso até alcançar esse objetivo. A grande questão é: qual o caminho? Quais os passos para, de fato, dar um salto de qualidade na educação brasileira?
A lei da reforma do ensino médio, sancionada há alguns dias pelo presidente Michel Temer, é uma iniciativa criada com essa intenção. Um de seus méritos é ter trazido novamente à tona o debate sobre o ensino, mas o aperfeiçoamento da educação requer um olhar mais amplo.
Política pública
Para que o País realmente tenha uma educação de qualidade, é preciso implementar uma política pública que envolva todo o ecossistema educacional, com a participação conjunta de líderes políticos, gestores escolares, professores, pais, alunos, empresas e a própria comunidade do entorno das escolas.
O primeiro passo, para avançarmos neste sentido, é contar com diretrizes educacionais claras, guiadas por um planejamento estratégico com metas para curto, médio e longo prazos, além de promover a avaliação periódica de resultados. Paralelamente, é preciso consolidar uma rede de relacionamentos que, por meio da colaboração, descubra novos caminhos para a educação. Isso significa envolver nessa teia todos os stakeholders da educação.
Aos secretários de educação, por exemplo, cabe o papel de articuladores desse processo. Além de terem a capacidade de analisar resultados de avaliações externas e das próprias escolas, eles precisam promover o diálogo democrático com a sociedade e viabilizar a execução financeira, alinhada ao planejamento estratégico pré-definido.
Na escola, por sua vez, é necessário haver gestores competentes. Não podemos mais ter diretores indicados por motivações políticas – eles devem ser concursados, experientes e tecnicamente qualificados para cargos de liderança. Já os professores precisam ser bem formados, motivados e preparados para a realidade da Educação do século XXI, que tem a revisão dos tempos e espaços e o protagonismo de seus estudantes como alguns de seus alicerces.
É importante destacar também a participação da iniciativa privada. O desenvolvimento econômico e social do Brasil passa, obrigatoriamente, por mão de obra qualificada capaz de atender às demandas dos mais variados setores. E o empresariado local, que precisa de profissionais com boa formação, pode colaborar com a educação, abrindo a porta do seu estabelecimento para que jovens possam praticar e entender muitos dos conceitos trabalhados no dia a dia escolar.
Esses são apenas alguns dos fatores fundamentais que devem ser trabalhados para que o Brasil tenha uma educação de primeiro nível. Nos itens abaixo, detalho melhor alguns aspectos que, do ponto de vista da complexidade de fatores envolvidos no processo educacional, devem ser contemplados em uma política pública consistente para o setor.
Confira os dez pontos necessários para o Brasil ter uma educação de qualidade:
Como se nota, esses pontos englobam todos os envolvidos no processo educacional. Se implementados a partir de um amplo projeto de transformação do ensino, com uma visão holística e voltada a resultados, poderemos finalmente dar o salto de qualidade na educação que o Brasil tanto deseja e necessita. O que estamos esperando?