Exame Logo

BYOD NA PRÓXIMA AULA

Educação na nuvem, smartphones e mobile learning começam a ocupar o lugar do giz, da lousa, cadernos e livros na construção de uma nova escola – sem muros, conectada e onde os alunos aprendem usando seus próprios devices O professor encerra mais um dia e surpreende os alunos com um pedido que, com a explosão do uso de smartphones entre crianças e jovens, será cada vez mais comum: “Na próxima […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 5 de março de 2015 às 16h48.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h07.

Educação na nuvem, smartphones e mobile learning começam a ocupar o lugar do giz, da lousa, cadernos e livros na construção de uma nova escola – sem muros, conectada e onde os alunos aprendem usando seus próprios devices

O professor encerra mais um dia e surpreende os alunos com um pedido que, com a explosão do uso de smartphones entre crianças e jovens, será cada vez mais comum: “Na próxima aula tragam seus celulares ou tablets porque vamos fazer uma atividade on-line na aula de geografia e precisaremos consultar o Google Maps. Vamos também estudar matemática com um game que irá ajudar vocês a aprender frações de uma forma bem divertida. E não iremos ao laboratório de ciências, mas assistiremos um filme para fazermos uma viagem pelo corpo humano”.

Tendência nas corporações, o BYOD (Bring Your Own Device) começa pouco a pouco a ser adotado também em escolas de países como Estados Unidos e Reino Unido, enquanto aqui no Brasil ainda parece ser um tabu, mas que certamente irá romper os muros das instituições por trazer muito mais vantagens do que riscos.

Uma das principais é viabilizar a adoção da tecnologia na rotina de estudos sem que a escola precise fazer altos investimentos na compra, manutenção e atualização de hardwares. Outra é, evidentemente, o forte engajamento dos alunos nas atividades, já que o único ambiente onde não estão autorizados a usar seus smartphones e tablets é justamente a escola, que resiste a quebrar este paradigma por receio de que se dispersem, acessem conteúdos impróprios e não se concentrem no conteúdo da aula, desafios que podem ser vencidos com a implementação de sistemas de segurança e controle e a disponibilização de softwares educacionais que envolvem os alunos e determinam quais são as próximas atividades a ser realizadas.

Faz sentido coibir o uso de gadgets na sala de aula por uma geração que não conhece um mundo sem Internet e mesmo antes de falar as primeiras palavras já mexe intuitivamente em celulares e tablets sem que ninguém precise explicar como funciona? Não seria o caso, então, de deixar de lado a velha lousa, o giz, o caderno universitário e o atlas geográfico para sentar com os alunos, assumir o papel de mentor e ajudá-los a realizar projetos colaborativos em seus próprios devices com escolas conectadas que estão do outro lado do mundo?

Acostumados a usar smartphones e tablets para jogar, acessar redes sociais, assistir vídeos e ouvir música, os alunos da geração millenium estarão muito mais motivados a frequentar a escola e participar das atividades se puderem usar a tecnologia para estudar dentro e fora da escola, quando e onde quiserem, seja fazendo pesquisas em sites de busca e bibliotecas virtuais, gravando vídeos para apresentar projetos, compartilhar conteúdos, tirar dúvidas em comunidades on-line ou brincar em um quiz para testar seus conhecimentos sobre a Segunda Guerra Mundial.

O mobile learning, a educação em nuvem e o uso de programas de aprendizado adaptativo, como o desenvolvido pela empresa Knewton, são o alicerce para construção da escola do futuro, onde o aluno tem suas limitações e vocações respeitadas. Na medida em que estudam on-line, permitem que os professores usem ferramentas de learning analytics para avaliar quais são os pontos da matéria em que estão tendo maior dificuldade e precisem ser revisados ou mudem a metodologia de ensino para que aprendam de uma forma mais fácil e intuitiva.

No Condado de Wake, na Carolina do Norte (EUA), 13 escolas públicas implementaram recentemente um programa de BYOD. Anna Hayes, professora, diz já ter notado uma forte mudança no comportamento dos alunos, que estão mais engajados e chegam mais motivados para as aulas. A George Spencer Academy, em Nottinghamshire, foi uma das primeiras escolas do Reino Unido a permitir que os alunos acima de 13 anos tragam seus smartphones para as aulas. Paul Hynes, vice-diretor, conta que a aceitação foi tão natural que em breve trazer o celular para escola deverá ser compulsório.

No Brasil, há iniciativas de Mobile Learning que merecem destaque, como o Minha Vida Mobile, projeto cultural e educativo desenvolvido pela Vivo que estimula a criatividade ao capacitar estudantes e educadores para produção de conteúdos audiovisuais com celulares e os compartilhem no portal http://www.mvmob.com.br/, espaço onde se conectam com outras escolas e formam uma rede de aprendizagem interativa e de intercâmbio. Outra é a tecnologia educacional Mobile-L, uma plataforma na qual professores e alunos podem desenvolver aplicativos, games, e-books e imagens 3D interativas, além de oferecer materiais didáticos e ferramentas para gestão da aprendizagem.

Não é difícil imaginar o potencial para o surgimento de negócios na medida em que programas de BYOD e o mobile learning avançarem nas escolas. Desenvolvimento de aplicativos e softwares de aprendizado adaptativo, digitalização e criação de novos materiais didáticos, formação de redes sociais educativas, produção de games educacionais e muitas outras oportunidades irão emergir para quem estiver disposto a empreender na educação, uma das áreas que, aliás, está entre as que mais irá atrair a atenção de investidores nos próximos anos. Vamos fazer a lição de casa?

Em maio darei uma palestra sobre o tema BYOD e Cloud Computing nas Escolas no Congresso BETT Brasil Educar.

Mais informações em http://www.bettbrasileducar.com.br/

Links sugeridos:

Pesquisa da Sophic Capital sobre BYOD:

http://sophiccapital.com/wp-content/uploads/2015/01/Download-Full-Latest-Trends-in-EdTech-BYOD-Report-Here.pdf

Matéria em vídeo sobre o programa de BYOD implementado nas escolas públicas do Condado de Wake:

http://www.wncn.com/story/27579737/wake-schools-tests-bring-your-own-device-program

Série de vídeos sobre Mobile Learning:

http://www.edutopia.org/blog/film-festival-mobile-learning

51 aplicativos para Mobile Learning:

http://www.edutopia.org/blog/the-epic-byod-toolchest-vicki-davis

Estudo da UNESCO sobe Mobile Learning na América Latina:

http://unesdoc.unesco.org/images/0021/002160/216081E.pdf

Educação na nuvem, smartphones e mobile learning começam a ocupar o lugar do giz, da lousa, cadernos e livros na construção de uma nova escola – sem muros, conectada e onde os alunos aprendem usando seus próprios devices

O professor encerra mais um dia e surpreende os alunos com um pedido que, com a explosão do uso de smartphones entre crianças e jovens, será cada vez mais comum: “Na próxima aula tragam seus celulares ou tablets porque vamos fazer uma atividade on-line na aula de geografia e precisaremos consultar o Google Maps. Vamos também estudar matemática com um game que irá ajudar vocês a aprender frações de uma forma bem divertida. E não iremos ao laboratório de ciências, mas assistiremos um filme para fazermos uma viagem pelo corpo humano”.

Tendência nas corporações, o BYOD (Bring Your Own Device) começa pouco a pouco a ser adotado também em escolas de países como Estados Unidos e Reino Unido, enquanto aqui no Brasil ainda parece ser um tabu, mas que certamente irá romper os muros das instituições por trazer muito mais vantagens do que riscos.

Uma das principais é viabilizar a adoção da tecnologia na rotina de estudos sem que a escola precise fazer altos investimentos na compra, manutenção e atualização de hardwares. Outra é, evidentemente, o forte engajamento dos alunos nas atividades, já que o único ambiente onde não estão autorizados a usar seus smartphones e tablets é justamente a escola, que resiste a quebrar este paradigma por receio de que se dispersem, acessem conteúdos impróprios e não se concentrem no conteúdo da aula, desafios que podem ser vencidos com a implementação de sistemas de segurança e controle e a disponibilização de softwares educacionais que envolvem os alunos e determinam quais são as próximas atividades a ser realizadas.

Faz sentido coibir o uso de gadgets na sala de aula por uma geração que não conhece um mundo sem Internet e mesmo antes de falar as primeiras palavras já mexe intuitivamente em celulares e tablets sem que ninguém precise explicar como funciona? Não seria o caso, então, de deixar de lado a velha lousa, o giz, o caderno universitário e o atlas geográfico para sentar com os alunos, assumir o papel de mentor e ajudá-los a realizar projetos colaborativos em seus próprios devices com escolas conectadas que estão do outro lado do mundo?

Acostumados a usar smartphones e tablets para jogar, acessar redes sociais, assistir vídeos e ouvir música, os alunos da geração millenium estarão muito mais motivados a frequentar a escola e participar das atividades se puderem usar a tecnologia para estudar dentro e fora da escola, quando e onde quiserem, seja fazendo pesquisas em sites de busca e bibliotecas virtuais, gravando vídeos para apresentar projetos, compartilhar conteúdos, tirar dúvidas em comunidades on-line ou brincar em um quiz para testar seus conhecimentos sobre a Segunda Guerra Mundial.

O mobile learning, a educação em nuvem e o uso de programas de aprendizado adaptativo, como o desenvolvido pela empresa Knewton, são o alicerce para construção da escola do futuro, onde o aluno tem suas limitações e vocações respeitadas. Na medida em que estudam on-line, permitem que os professores usem ferramentas de learning analytics para avaliar quais são os pontos da matéria em que estão tendo maior dificuldade e precisem ser revisados ou mudem a metodologia de ensino para que aprendam de uma forma mais fácil e intuitiva.

No Condado de Wake, na Carolina do Norte (EUA), 13 escolas públicas implementaram recentemente um programa de BYOD. Anna Hayes, professora, diz já ter notado uma forte mudança no comportamento dos alunos, que estão mais engajados e chegam mais motivados para as aulas. A George Spencer Academy, em Nottinghamshire, foi uma das primeiras escolas do Reino Unido a permitir que os alunos acima de 13 anos tragam seus smartphones para as aulas. Paul Hynes, vice-diretor, conta que a aceitação foi tão natural que em breve trazer o celular para escola deverá ser compulsório.

No Brasil, há iniciativas de Mobile Learning que merecem destaque, como o Minha Vida Mobile, projeto cultural e educativo desenvolvido pela Vivo que estimula a criatividade ao capacitar estudantes e educadores para produção de conteúdos audiovisuais com celulares e os compartilhem no portal http://www.mvmob.com.br/, espaço onde se conectam com outras escolas e formam uma rede de aprendizagem interativa e de intercâmbio. Outra é a tecnologia educacional Mobile-L, uma plataforma na qual professores e alunos podem desenvolver aplicativos, games, e-books e imagens 3D interativas, além de oferecer materiais didáticos e ferramentas para gestão da aprendizagem.

Não é difícil imaginar o potencial para o surgimento de negócios na medida em que programas de BYOD e o mobile learning avançarem nas escolas. Desenvolvimento de aplicativos e softwares de aprendizado adaptativo, digitalização e criação de novos materiais didáticos, formação de redes sociais educativas, produção de games educacionais e muitas outras oportunidades irão emergir para quem estiver disposto a empreender na educação, uma das áreas que, aliás, está entre as que mais irá atrair a atenção de investidores nos próximos anos. Vamos fazer a lição de casa?

Em maio darei uma palestra sobre o tema BYOD e Cloud Computing nas Escolas no Congresso BETT Brasil Educar.

Mais informações em http://www.bettbrasileducar.com.br/

Links sugeridos:

Pesquisa da Sophic Capital sobre BYOD:

http://sophiccapital.com/wp-content/uploads/2015/01/Download-Full-Latest-Trends-in-EdTech-BYOD-Report-Here.pdf

Matéria em vídeo sobre o programa de BYOD implementado nas escolas públicas do Condado de Wake:

http://www.wncn.com/story/27579737/wake-schools-tests-bring-your-own-device-program

Série de vídeos sobre Mobile Learning:

http://www.edutopia.org/blog/film-festival-mobile-learning

51 aplicativos para Mobile Learning:

http://www.edutopia.org/blog/the-epic-byod-toolchest-vicki-davis

Estudo da UNESCO sobe Mobile Learning na América Latina:

http://unesdoc.unesco.org/images/0021/002160/216081E.pdf

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se