Carro é divertido, sim!
Car & Fun tem o desafio de encontrar as nuances do universo dos carros, seus criadores e donos, e mostrá-las de forma leve e descontraída
Da Redação
Publicado em 6 de agosto de 2019 às 16h20.
Última atualização em 6 de agosto de 2019 às 16h26.
O almanaque Autorama – Manual do Automóvel foi o meu primeiro contato com a literatura, digamos, especializada. Juntei as moedas e comprei essa espécie de gibi informativo quando tinha por volta dos dez anos de idade, depois de muito ir e vir diante de uma banca de jornal, hipnotizado com a figura do Pateta ao volante, dividindo-se entre um motorista tranquilo e um voraz piloto.
Uns três anos depois, foi a vez da minha primeira experiência prática com o mundo dos carros. Em momento de traquinagem, aprendi a domar uma Kombi do meu pai, subindo e descendo a rua em que morávamos, intercalando solavancos e freadas bruscas. Pelo que vivi e pelo que vim a descobrir acompanhando a cultura automobilística pelo mundo afora, passei a associar esse veículo, versátil, valente e generoso, ao lado alegre da vida.
Trabalhando como revisor no jornal O Estado de S. Paulo, com jornadas que avançavam madrugada adentro, a resistente Kombi do meu pai servia de socorro a mim e a vários colegas jornalistas que perdiam o último ônibus que saía da sede, no bairro do Limão, em São Paulo, em direção ao centro da cidade. Por uns poucos quilômetros, essa viagem era uma festa, como se estivéssemos a caminho da praia, lembrando as vezes em que fiz esse passeio em família.
O tempo passou, mas arrumei uma forma de manter por perto a histórica Kombi, ao menos simbolicamente. Certa vez, depois de visitar o Salão do Automóvel de Paris, já como jornalista especializado em automóvel, fui passear pelo Mercado de Pulgas, o chamado Marché aux Puces, e me deparei com uma reluzente pintura, feita em lata, com cores berrantes, parecendo uma manifestação de Pop Art do carro que encantou gerações de motoristas e, me dei conta, continuava a fazer parte de minha história. Comprei o obra na hora e a mantenho ao alcance dos olhos no meu ambiente de trabalho, como forma de me inspirar, trazer boas lembranças e, invariavelmente, chamar a atenção de um visitante.
Carro, usado de forma amistosa, conveniente e inteligente, pode ser um parceiro bem divertido — como se pode evidenciar na imagem deste Audi e-tron (no alto da página), barbarizando nas areais do deserto nos arredores de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.
Para muitos motoristas, pilotos, colecionadores, aficionados, curiosos, o carro está associado a uma série de valores que passa longe dos relacionados a meio de transporte, locomoção ou condução. Tem vínculo com lazer, viagem, estrada, velocidade, pista, estilo de vida, liberdade, emoção, prazer, bem-estar, passatempo, enfim, a tudo que traz alegria.
Car & Fun tem o desafio de encontrar essas nuances envoltas no universo dos carros, seus criadores e donos, e mostrá-las de forma leve e descontraída a um público amplo e heterogêneo, quem sabe até àqueles que não davam a mínima para o assunto, mas acabaram se rendendo aos encantos das máquinas e seus orgulhosos pilotos-motoristas.
Não se tem a intenção de esgotar a cobertura do setor. O propósito é fugir do noticiário convencional, do lugar-comum, mesclando informações, crônicas e curiosidades com um pouco da minha visão e da minha própria experiência, que, como os singelos exemplos acima mostraram, resultaram no entendimento de que carro pode rimar com diversão, sim!
Obs: “Carro é divertido, sim”, que eu chamo com toda licença poética de “post-manifesto”, foi o primeiro texto criado, dando origem ao conceito do blog Car & Fun.
*Chico Barbosa é doutor em comunicação e semiótica, jornalista, escritor e editor da CBNEWS
O almanaque Autorama – Manual do Automóvel foi o meu primeiro contato com a literatura, digamos, especializada. Juntei as moedas e comprei essa espécie de gibi informativo quando tinha por volta dos dez anos de idade, depois de muito ir e vir diante de uma banca de jornal, hipnotizado com a figura do Pateta ao volante, dividindo-se entre um motorista tranquilo e um voraz piloto.
Uns três anos depois, foi a vez da minha primeira experiência prática com o mundo dos carros. Em momento de traquinagem, aprendi a domar uma Kombi do meu pai, subindo e descendo a rua em que morávamos, intercalando solavancos e freadas bruscas. Pelo que vivi e pelo que vim a descobrir acompanhando a cultura automobilística pelo mundo afora, passei a associar esse veículo, versátil, valente e generoso, ao lado alegre da vida.
Trabalhando como revisor no jornal O Estado de S. Paulo, com jornadas que avançavam madrugada adentro, a resistente Kombi do meu pai servia de socorro a mim e a vários colegas jornalistas que perdiam o último ônibus que saía da sede, no bairro do Limão, em São Paulo, em direção ao centro da cidade. Por uns poucos quilômetros, essa viagem era uma festa, como se estivéssemos a caminho da praia, lembrando as vezes em que fiz esse passeio em família.
O tempo passou, mas arrumei uma forma de manter por perto a histórica Kombi, ao menos simbolicamente. Certa vez, depois de visitar o Salão do Automóvel de Paris, já como jornalista especializado em automóvel, fui passear pelo Mercado de Pulgas, o chamado Marché aux Puces, e me deparei com uma reluzente pintura, feita em lata, com cores berrantes, parecendo uma manifestação de Pop Art do carro que encantou gerações de motoristas e, me dei conta, continuava a fazer parte de minha história. Comprei o obra na hora e a mantenho ao alcance dos olhos no meu ambiente de trabalho, como forma de me inspirar, trazer boas lembranças e, invariavelmente, chamar a atenção de um visitante.
Carro, usado de forma amistosa, conveniente e inteligente, pode ser um parceiro bem divertido — como se pode evidenciar na imagem deste Audi e-tron (no alto da página), barbarizando nas areais do deserto nos arredores de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.
Para muitos motoristas, pilotos, colecionadores, aficionados, curiosos, o carro está associado a uma série de valores que passa longe dos relacionados a meio de transporte, locomoção ou condução. Tem vínculo com lazer, viagem, estrada, velocidade, pista, estilo de vida, liberdade, emoção, prazer, bem-estar, passatempo, enfim, a tudo que traz alegria.
Car & Fun tem o desafio de encontrar essas nuances envoltas no universo dos carros, seus criadores e donos, e mostrá-las de forma leve e descontraída a um público amplo e heterogêneo, quem sabe até àqueles que não davam a mínima para o assunto, mas acabaram se rendendo aos encantos das máquinas e seus orgulhosos pilotos-motoristas.
Não se tem a intenção de esgotar a cobertura do setor. O propósito é fugir do noticiário convencional, do lugar-comum, mesclando informações, crônicas e curiosidades com um pouco da minha visão e da minha própria experiência, que, como os singelos exemplos acima mostraram, resultaram no entendimento de que carro pode rimar com diversão, sim!
Obs: “Carro é divertido, sim”, que eu chamo com toda licença poética de “post-manifesto”, foi o primeiro texto criado, dando origem ao conceito do blog Car & Fun.
*Chico Barbosa é doutor em comunicação e semiótica, jornalista, escritor e editor da CBNEWS