Exame.com
Continua após a publicidade

Governança e tecnologia: o real caminho para a transformação dos negócios

Para retorno de investimentos, impulsionamento de talentos e gestão estratégica podem mudar os resultados organizacionais

Businessman works on laptop Showing business analytics dashboard with charts, metrics, and KPI to analyze performance and create insight reports for operations management. Data analysis concept.Ai (pcess609/Getty Images)
Businessman works on laptop Showing business analytics dashboard with charts, metrics, and KPI to analyze performance and create insight reports for operations management. Data analysis concept.Ai (pcess609/Getty Images)

Com a nova ordem de eficiência organizacional em vigor, acelerando ainda mais a transformação digital e a alavancagem da digitalização, a pressão sobre CFOs e CTOs para demonstrar retorno sobre o investimento (ROI) tecnológico se intensificou. Com isso, a maturidade nas operações de tecnologia se tornou um imperativo crítico.

Em relatório feito este ano pela empresa de pesquisas Gartner, 85% das empresas que adotaram estratégias digitais robustas relataram aumento significativo na eficiência operacional. Contudo, só 45% conseguiram traduzir esses ganhos em ROI mensurável. Não à toa, como destaquei em artigo anterior nesta coluna, apenas 20% dos CFOs estão satisfeitos com os resultados dos investimentos em tecnologia.

O principal desafio, segundo analistas da empresa de inteligência de mercado IDC, é a fragmentação das iniciativas digitais. Muitas organizações investem em tecnologias emergentes sem ter uma estratégia integrada. Isto acarreta silos tecnológicos que aumentam a complexidade e os custos operacionais, deixando aos CFOs a difícil tarefa de justificar investimentos a stakeholders cada vez mais céticos.

Para resolver essa questão, os líderes de tecnologia devem adotar uma abordagem sistêmica. É essencial que as empresas implementem uma governança sólida de TI para alinhar todas as iniciativas tecnológicas aos objetivos estratégicos. Esse alinhamento não só otimiza o uso dos recursos, mas também garante que cada projeto tenha um impacto direto e positivo no ROI.

Outro ponto crítico é a falta de habilidades e treinamento adequados. Um estudo de 2024 da IDC revelou que 60% dos CTOs identificaram a escassez de talentos qualificados como uma barreira significativa para a maturidade digital. Investir em programas de capacitação e desenvolvimento contínuo pode mitigar essa lacuna e, assim, permitir que as equipes de TI utilizem plenamente novas tecnologias e novos métodos ou práticas, como FinOps.

A mesma IDC apontou que, até 2023, empresas que adotaram práticas de FinOps tiveram redução média de 30% nos custos de nuvem logo no primeiro ano de implementação. Essas empresas também relataram melhoria de 40% na eficiência operacional devido à melhor gestão e otimização de recursos na nuvem.

Os CFOs têm um papel crucial em reorientar o foco das iniciativas digitais para resultados tangíveis. Dados de outra empresa de pesquisas, a Forrester, revelaram que organizações que implementaram métricas rigorosas de ROI em suas operações digitais viram um aumento médio de 20% na eficiência de custos.

Ao estabelecer indicadores claros e mensuráveis, os CFOs podem garantir que cada investimento tecnológico contribua diretamente para os resultados financeiros da empresa. Portanto, em última análise, a chave para alcançar a maturidade em operações de tecnologia e maximizar o ROI reside na colaboração entre o CFO e o CTO.

Juntos, CTO e CFO podem alinhar a estratégia tecnológica com os objetivos financeiros, assegurando investimentos eficientes ao mesmo tempo que criam uma cultura de inovação orientada por e para resultados. Afinal, a transformação digital não é apenas sobre tecnologia, mas sobre como a tecnologia pode transformar os negócios.