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Em tecnologia, já estamos em 2025... sem deixar 2024 de lado

Equilíbrio entre inovação e cautela será fundamental em 2025, com CIOs e CTOs priorizando IA, automação e governança diante da volatilidade econômica

Breno Barros - CTO da Falconi (Falconi)
Breno Barros - CTO da Falconi (Falconi)

À medida que 2025 se aproxima, os CIO e CTOs atualmente enfrentam um cenário econômico marcado por incertezas, exigindo um planejamento de TI mais criterioso do que nunca. Segundo um relatório recente da Forrester (Budget Planning Guide 2025: Technology Executives), embora a inflação esteja desacelerando, as taxas de juros permanecem elevadas, pressionando as empresas a equilibrar crescimento e controle de custos. Em meio a essa volatilidade, a chave para o sucesso será investir estrategicamente em áreas que aumentem a eficiência e apoiem o crescimento sustentável, atendendo às expectativas de CEOs e CFOs.

Uma das principais conclusões do relatório da Forrester é a necessidade de priorizar o orçamento de TI para impulsionar as habilidades críticas dos colaboradores e reduzir a dívida técnica. Em contribuição, dados das empresas de pesquisas Gartner e IDC corroboram essa análise, indicando que as organizações que investem em desenvolvimento de competências e na modernização de suas infraestruturas tendem a obter melhor retorno sobre o investimento (ROI). Com projeção de crescimento de 6% nos investimentos em software neste ano, a Gartner sublinha o foco em automação e ferramentas de Inteligência Artificial (IA), alinhando-se à estratégia de maximizar o impacto das tecnologias emergentes. Já para o ano que vem, a Forrester destaca que 89% dos líderes de TI planejam aumentar seus investimentos em dados e inteligência artificial.

O grande desafio reside em garantir que esses investimentos sejam sustentáveis e gerem valor real. A solução passa por uma governança robusta de dados, incluindo a implementação de práticas metodológicas como DataOps e ModelOps para garantir a qualidade e a segurança dos dados. Além disso, o uso de dados sintéticos está emergindo como uma alternativa promissora para aumentar a disponibilidade e a privacidade dos dados utilizados no treinamento de modelos de IA.

Outro ponto crítico para o planejamento de 2025 será a gestão eficaz da nuvem e a automação de processos manuais. A Forrester alerta para os riscos da proliferação descontrolada de recursos em nuvem, que pode gerar custos inesperados e desafios de conformidade. A prática de FinOps, que envolve a centralização da gestão de custos de nuvem, que já mencionei anteriormente aqui na Exame, emerge como uma solução essencial para otimizar recursos e manter a competitividade. Além disso, a automação de operações de TI, utilizando tecnologias como AIOps, permitirá que as equipes sejam mais produtivas e reativas a incidentes, economizando tempo e recursos.

Mas, a pressão para reduzir custos levará as empresas a repensarem suas estratégias de terceirização. A IDC aponta que a renegociação de contratos e a busca por alternativas de código aberto podem ser caminhos viáveis para reduzir despesas sem sacrificar a qualidade dos serviços. Ademais, a racionalização das pilhas tecnológicas personalizadas, que muitas vezes resultam em dívidas técnicas insustentáveis, certamente será uma prioridade para os líderes de TI no ano que vem, aonde boa parte da nossa atenção já está.

Por fim, é importante experimentar novas tecnologias e romper silos organizacionais para acelerar o tempo de resposta ao mercado e a inovar mais rapidamente. Plataformas de geração de aplicativos (AppGen), que combinam desenvolvimento assistido por IA com ferramentas de baixo código, estão se destacando como soluções eficazes para reduzir o tempo de lançamento de novos produtos. Essas plataformas não apenas simplificam o desenvolvimento, mas também permitem que os desenvolvedores, sejam eles profissionais ou amadores, contribuam para a criação de soluções, ampliando a capacidade de inovação das organizações.

Em síntese, o planejamento de TI para 2025 exige uma abordagem equilibrada entre inovação e cautela. Investir em áreas estratégicas como IA, automação e modernização de infraestrutura será essencial para alcançar o crescimento esperado por CEOs e CFOs. No entanto, a governança de dados, a gestão rigorosa de custos e a racionalização de recursos, já essenciais no presente, continuarão a ser cruciais para garantir que esses investimentos tragam o retorno desejado e posicionem a empresa para enfrentar os desafios futuros com resiliência.