Realizar sonhos para construir marcas: o caso Star Wars
“Marcas são lembranças na cabeça de um consumidor” é a frase que Al Ries e Jack Trout usam para definir o que é uma marca. E de fato é isso que elas são: lembranças. Mas como marcas criam uma imagem coletiva se as lembranças são individuais? Com o uso de um bem montado aparato de experiências de marca, que faz com que a maioria das interações das marcas com os […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 18 de novembro de 2015 às 21h59.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 07h50.
“Marcas são lembranças na cabeça de um consumidor” é a frase que Al Ries e Jack Trout usam para definir o que é uma marca. E de fato é isso que elas são: lembranças. Mas como marcas criam uma imagem coletiva se as lembranças são individuais? Com o uso de um bem montado aparato de experiências de marca, que faz com que a maioria das interações das marcas com os seus consumidores sejam impressionantemente similares.
No entanto, o potencial de gerar lembrança é limitado pela capacidade de gerar experiências que uma marca tem. Para uma marca de bens de consumo, vendida em supermercados, é mais difícil gerar experiências. Afinal, ela tem apenas as embalagens, seu produto e suas comunicações para tentar gerar experiências – e essas últimas nem sempre são percebidas por todos da maneira pretendida.
Outras marcas tem um maior potencial de gerar experiências. A marca Star Wars, que nasceu como um filme mas se transformou numa potência bilionária de múltiplas plataformas, tem diversas possibilidades. O seu formato original já é um produto que nos leva à uma experiência de imersão, aumentando o grau de experiência que os consumidores tem com a marca. O mesmo se aplica aos jogos, brinquedos, e outros produtos franqueados pela marca. A relação estabelecida entre a marca e o consumidor é tão forte que ela gera comunidade de marcas, legiões de fãs interessados em fazer parte do seu mundo mágico e ter acesso à fantasia que ela proporciona.
Por mais especial que isso seja para gerar lembranças, a marca pode incorrer num pequeno problema. Ela só consegue se comunicar com aqueles que escolhem adentrar no seu mundo mágico.
Como, então, conquistar novos consumidores fora desse círculo já fiel e estabelecido? Como a marca pode estar mais presente para pessoas que não dividem a mesma paixão pelo filme e seus personagens? Como deixar a marca mais real e próxima do cotidiano das pessoas?
Talvez este não seja nem parte de seus objetivos, mas a marca parece ter conseguido isso quando fez uma ação de oportunidade, mas cheia de boa intenção e profundidade: deixou um fã seu que tinha um câncer terminal ver o filme antes do resto do mundo, já que ele poderia não ter tempo de esperar o lançamento (veja aqui ). A ação tomou ares mais dramáticos quando a pessoa realmente acabou falecendo pouco depois de ter visto o longa (veja aqui ). A Star Wars conseguiu realizar um último sonho que seu fã tinha.
Ver sonhos sendo realizados é algo que toca os seres humanos, mesmo que eles não compartilhem do mesmo sonho. As demais pessoas podem nem ter interesse em ver o filme da Star Wars, mas ao perceber que a marca fez algo fora do ordinário para realizar o último desejo de alguém, nos sentimos automaticamente tocadas com a história, e mais próximos desta marca. A marca pode criar em nós uma experiência ou uma lembrança sem que ao menos fossemos impactados pelo seu produto.
Isso tira a marca do seu contexto “normal” de consumo e a eleva para um patamar diferente de humanização. Ela nos pareceu mais humana por ter emoções humanas: compaixão, entendimento, preocupação, solidariedade.
A marca Star Wars saiu do seu mundo de fantasia para entrar no mundo de fantasia de cada um de nós, rompendo as amarras do seu universo e entrando no universo das emoções humanas.
Este território é tão poderoso que outras marcas também estão buscando estar presente nestes momentos memoráveis da vida de alguns consumidores e, através das redes sociais, divulgar os seus feitos para o resto do mundo. Ações como a do McDonald´s e MasterCard, quando levam crianças para entrar com os jogadores da Copa do Mundo, proporcionam a mesma sensação. Apesar de serem apenas dezenas de crianças contempladas, os milhões de pessoas que veem o sonho realizado sentem que as marcas são mais humanas e mais próximas, melhorando o seu “goodwill” com relação à ela.
De tão poderosas, essas ações estão se tornando mais comuns. A Samsung, a Multiplan, a Lego e diversas outras marcas (veja aqui ) tem buscado soluções semelhantes como forma de criar lembranças positivas nos seus consumidores, realizando o sonho de poucos, mas gerando uma lembrança positiva para muitos. As marcas, para serem queridas pelas pessoas, devem gerar lembrança. E ver alguém realizando seu sonho, mesmo que não compartilhemos dele, é sempre uma lembrança memorável.
“Marcas são lembranças na cabeça de um consumidor” é a frase que Al Ries e Jack Trout usam para definir o que é uma marca. E de fato é isso que elas são: lembranças. Mas como marcas criam uma imagem coletiva se as lembranças são individuais? Com o uso de um bem montado aparato de experiências de marca, que faz com que a maioria das interações das marcas com os seus consumidores sejam impressionantemente similares.
No entanto, o potencial de gerar lembrança é limitado pela capacidade de gerar experiências que uma marca tem. Para uma marca de bens de consumo, vendida em supermercados, é mais difícil gerar experiências. Afinal, ela tem apenas as embalagens, seu produto e suas comunicações para tentar gerar experiências – e essas últimas nem sempre são percebidas por todos da maneira pretendida.
Outras marcas tem um maior potencial de gerar experiências. A marca Star Wars, que nasceu como um filme mas se transformou numa potência bilionária de múltiplas plataformas, tem diversas possibilidades. O seu formato original já é um produto que nos leva à uma experiência de imersão, aumentando o grau de experiência que os consumidores tem com a marca. O mesmo se aplica aos jogos, brinquedos, e outros produtos franqueados pela marca. A relação estabelecida entre a marca e o consumidor é tão forte que ela gera comunidade de marcas, legiões de fãs interessados em fazer parte do seu mundo mágico e ter acesso à fantasia que ela proporciona.
Por mais especial que isso seja para gerar lembranças, a marca pode incorrer num pequeno problema. Ela só consegue se comunicar com aqueles que escolhem adentrar no seu mundo mágico.
Como, então, conquistar novos consumidores fora desse círculo já fiel e estabelecido? Como a marca pode estar mais presente para pessoas que não dividem a mesma paixão pelo filme e seus personagens? Como deixar a marca mais real e próxima do cotidiano das pessoas?
Talvez este não seja nem parte de seus objetivos, mas a marca parece ter conseguido isso quando fez uma ação de oportunidade, mas cheia de boa intenção e profundidade: deixou um fã seu que tinha um câncer terminal ver o filme antes do resto do mundo, já que ele poderia não ter tempo de esperar o lançamento (veja aqui ). A ação tomou ares mais dramáticos quando a pessoa realmente acabou falecendo pouco depois de ter visto o longa (veja aqui ). A Star Wars conseguiu realizar um último sonho que seu fã tinha.
Ver sonhos sendo realizados é algo que toca os seres humanos, mesmo que eles não compartilhem do mesmo sonho. As demais pessoas podem nem ter interesse em ver o filme da Star Wars, mas ao perceber que a marca fez algo fora do ordinário para realizar o último desejo de alguém, nos sentimos automaticamente tocadas com a história, e mais próximos desta marca. A marca pode criar em nós uma experiência ou uma lembrança sem que ao menos fossemos impactados pelo seu produto.
Isso tira a marca do seu contexto “normal” de consumo e a eleva para um patamar diferente de humanização. Ela nos pareceu mais humana por ter emoções humanas: compaixão, entendimento, preocupação, solidariedade.
A marca Star Wars saiu do seu mundo de fantasia para entrar no mundo de fantasia de cada um de nós, rompendo as amarras do seu universo e entrando no universo das emoções humanas.
Este território é tão poderoso que outras marcas também estão buscando estar presente nestes momentos memoráveis da vida de alguns consumidores e, através das redes sociais, divulgar os seus feitos para o resto do mundo. Ações como a do McDonald´s e MasterCard, quando levam crianças para entrar com os jogadores da Copa do Mundo, proporcionam a mesma sensação. Apesar de serem apenas dezenas de crianças contempladas, os milhões de pessoas que veem o sonho realizado sentem que as marcas são mais humanas e mais próximas, melhorando o seu “goodwill” com relação à ela.
De tão poderosas, essas ações estão se tornando mais comuns. A Samsung, a Multiplan, a Lego e diversas outras marcas (veja aqui ) tem buscado soluções semelhantes como forma de criar lembranças positivas nos seus consumidores, realizando o sonho de poucos, mas gerando uma lembrança positiva para muitos. As marcas, para serem queridas pelas pessoas, devem gerar lembrança. E ver alguém realizando seu sonho, mesmo que não compartilhemos dele, é sempre uma lembrança memorável.