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Biscoito Globo: Sinta o Sabor

Durante 14 dias, o mundo esteve de olho e conheceu um pouco melhor o Rio de Janeiro. Com curiosidades, elogios e críticas, o mundo soube mais dos costumes, valores, particularidades, e junto com a cultura, conheceu as marcas cariocas. Um dos ícones da cultura de praia carioca surgiu soberano: o biscoito Globo. O biscoito Globo é uma grande marca, ainda que tenha uma amplitude reduzida. Dentro do seu território, as […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2016 às 10h11.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 07h31.

Durante 14 dias, o mundo esteve de olho e conheceu um pouco melhor o Rio de Janeiro. Com curiosidades, elogios e críticas, o mundo soube mais dos costumes, valores, particularidades, e junto com a cultura, conheceu as marcas cariocas.

Um dos ícones da cultura de praia carioca surgiu soberano: o biscoito Globo. O biscoito Globo é uma grande marca, ainda que tenha uma amplitude reduzida. Dentro do seu território, as areias cariocas, nenhuma outra marca tem uma lembrança tão forte ou um posicionamento tão preciso: ser uma tapeação para a fome para quem não quer perder um minuto de praia.

Comer um biscoito Globo é parte da experiência turística de se pegar praia no Rio de Janeiro. Ele é tão tradicional que houve até consumidor chateado quando ele trocou sua embalagem antiga de papel pelas novas, feitas de filme plástico. Ele não precisava mais de nada para se tornar mundialmente conhecido durante as Olimpíadas. Mas teve um empurrãozinho do The New York Times.

Ícones cariocas: praia de Ipanema, seus belos morros, biscoito Globo e mate gelado

David Seagal escreveu um artigo cujo título pode ser traduzido como “O Carnaval dos sentidos carioca acaba na fila da comida”, escrevendo que o Rio não poderia ser conhecido por uma culinária exuberante. E é verdade. Ainda que tenha bons restaurantes, as opções “de rua” e a “baixa gastronomia” do Rio de Janeiro não são os atributos mais procurados da cidade. Os turistas vão pela vista, e ficam pelo chopp e pelo bom papo. A comida não rivaliza com os outros atributos do Rio (leia na íntegra o texto, em Inglês, aqui ).

Seagal argumenta sobre o quanto insossas são as comidas cariocas usando o biscoito Globo como exemplo. Numa das passagens, ele pede para uma carioca descrever o sabor do biscoito Globo. Ela não consegue. Mas a verdade é que isso não importa. Não importa para quem come o biscoito, não importa para a formação da lembrança de marca, não importa para quem vende o biscoito.

Seagal talvez entenda de gastronomia, mas não parece entender muito de marca, e o que ela precisa ter para criar conexão com o consumidor. Um exemplo? Talvez ele pudesse descrever para o mundo o sabor de uma Coca-Cola. Provavelmente não conseguirá.

O sabor da Coca-Cola não é o mais importante para o sucesso do produto e pouco é utilizado como argumento de venda. Recentemente a marca até retomou o argumento, mas com o slogan “sinta o sabor”. Pois é, “sinta” o sabor. O importante são as sensações que circundam o uso do produto, e não necessariamente o seu sabor.

Portanto, pode-se dar o mesmo conselho para qualquer gringo que venha visitar o Rio de Janeiro: sinta o sabor de um biscoito Globo. Deitado numa espreguiçadeira em Ipanema curtido um dia de Sol. E aí sim, descreva se ele é igual a qualquer outra coisa que já tenha provado. Provavelmente não.

Coca-Cola e biscoitos Globo: sinta o sabor

A crítica de Seagal gerou uma repercussão enorme, e os biscoitos Globo foram amplamente defendidos pelos seus consumidores, e por todos os brasileiros. Na página dos Biscoitos Globo nas redes sociais eles agradeceram ao repórter, dizendo que “uma crítica negativa nunca repercutiu tão positivamente para uma marca”. E ela repercutiu positivamente porque criou uma legião de pessoas dispostas a defender a marca, nas redes sociais e nas areias cariocas. É assim que marcas fortes são tratadas pelos seus consumidores e simpatizantes.

O biscoito Globo pode ser considerado uma marca forte, pois ele consegue criar uma conexão fantástica com o consumidor por meio de um posicionamento único. Ele proporciona uma miríade de lembranças positivas, como dias de Sol, amizades, diversão, praia, paquera, e Rio de Janeiro. Sua marca é única e ícone. E dentro do seu território, a marca “biscoito Globo” não deve nada à marca Coca-Cola.

Durante 14 dias, o mundo esteve de olho e conheceu um pouco melhor o Rio de Janeiro. Com curiosidades, elogios e críticas, o mundo soube mais dos costumes, valores, particularidades, e junto com a cultura, conheceu as marcas cariocas.

Um dos ícones da cultura de praia carioca surgiu soberano: o biscoito Globo. O biscoito Globo é uma grande marca, ainda que tenha uma amplitude reduzida. Dentro do seu território, as areias cariocas, nenhuma outra marca tem uma lembrança tão forte ou um posicionamento tão preciso: ser uma tapeação para a fome para quem não quer perder um minuto de praia.

Comer um biscoito Globo é parte da experiência turística de se pegar praia no Rio de Janeiro. Ele é tão tradicional que houve até consumidor chateado quando ele trocou sua embalagem antiga de papel pelas novas, feitas de filme plástico. Ele não precisava mais de nada para se tornar mundialmente conhecido durante as Olimpíadas. Mas teve um empurrãozinho do The New York Times.

Ícones cariocas: praia de Ipanema, seus belos morros, biscoito Globo e mate gelado

David Seagal escreveu um artigo cujo título pode ser traduzido como “O Carnaval dos sentidos carioca acaba na fila da comida”, escrevendo que o Rio não poderia ser conhecido por uma culinária exuberante. E é verdade. Ainda que tenha bons restaurantes, as opções “de rua” e a “baixa gastronomia” do Rio de Janeiro não são os atributos mais procurados da cidade. Os turistas vão pela vista, e ficam pelo chopp e pelo bom papo. A comida não rivaliza com os outros atributos do Rio (leia na íntegra o texto, em Inglês, aqui ).

Seagal argumenta sobre o quanto insossas são as comidas cariocas usando o biscoito Globo como exemplo. Numa das passagens, ele pede para uma carioca descrever o sabor do biscoito Globo. Ela não consegue. Mas a verdade é que isso não importa. Não importa para quem come o biscoito, não importa para a formação da lembrança de marca, não importa para quem vende o biscoito.

Seagal talvez entenda de gastronomia, mas não parece entender muito de marca, e o que ela precisa ter para criar conexão com o consumidor. Um exemplo? Talvez ele pudesse descrever para o mundo o sabor de uma Coca-Cola. Provavelmente não conseguirá.

O sabor da Coca-Cola não é o mais importante para o sucesso do produto e pouco é utilizado como argumento de venda. Recentemente a marca até retomou o argumento, mas com o slogan “sinta o sabor”. Pois é, “sinta” o sabor. O importante são as sensações que circundam o uso do produto, e não necessariamente o seu sabor.

Portanto, pode-se dar o mesmo conselho para qualquer gringo que venha visitar o Rio de Janeiro: sinta o sabor de um biscoito Globo. Deitado numa espreguiçadeira em Ipanema curtido um dia de Sol. E aí sim, descreva se ele é igual a qualquer outra coisa que já tenha provado. Provavelmente não.

Coca-Cola e biscoitos Globo: sinta o sabor

A crítica de Seagal gerou uma repercussão enorme, e os biscoitos Globo foram amplamente defendidos pelos seus consumidores, e por todos os brasileiros. Na página dos Biscoitos Globo nas redes sociais eles agradeceram ao repórter, dizendo que “uma crítica negativa nunca repercutiu tão positivamente para uma marca”. E ela repercutiu positivamente porque criou uma legião de pessoas dispostas a defender a marca, nas redes sociais e nas areias cariocas. É assim que marcas fortes são tratadas pelos seus consumidores e simpatizantes.

O biscoito Globo pode ser considerado uma marca forte, pois ele consegue criar uma conexão fantástica com o consumidor por meio de um posicionamento único. Ele proporciona uma miríade de lembranças positivas, como dias de Sol, amizades, diversão, praia, paquera, e Rio de Janeiro. Sua marca é única e ícone. E dentro do seu território, a marca “biscoito Globo” não deve nada à marca Coca-Cola.

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