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Passarinho a jato: qual vai ser o futuro do Twitter?

A transação liga um sinal amarelo para usuários de todo mundo e também para outras redes sociais

O Twitter conta atualmente com 217 milhões de usuários monetizáveis (AFP/AFP)
O Twitter conta atualmente com 217 milhões de usuários monetizáveis (AFP/AFP)
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Bora Varejo

Publicado em 26 de abril de 2022 às, 15h41.

Por: Alfredo Soares

Parece que finalmente o pássaro azul resolveu pousar nas mãos do bilionário Elon Musk. Após quase um mês de negociações, o dono da Tesla e da SpaceX fechou um acordo de compra do Twitter por US$ 44 bilhões, ou seja, cerca de R$ 215 bilhões. Com isso, a empresa fecha o seu capital e não vai oferecer suas ações na bolsa de valores. A transação liga um sinal amarelo para usuários de todo mundo e também para outras redes sociais levando todos a fazerem a mesma pergunta: Quais são as intenções do empresário com essa ação e qual vai ser o futuro da plataforma?

O Twitter conta atualmente com 217 milhões de usuários monetizáveis, ou seja, ativos e sem participação de anúncios, e é um espaço para debates constantes e troca de informações sobre diversos assuntos. A rede social se viu diante de um grande problema no auge das eleições americanas ao ser cobrada por sua posição de não ser um canal que facilitasse a divulgação das chamadas fake news.

Na ocasião, o então ex-presidente Donald Trump teve sua conta banida da plataforma ao incitar a violência e promover a desinformação. Aqui no Brasil, até mesmo o então presidente Jair Bolsonaro teve seus tuítes apagados após desrespeitar regras da rede social durante a crise da Covid-19. Esses gestos geraram uma série de questionamentos sobre a liberdade de expressão dentro do Twitter e isso, segundo Musk, é um dos grandes fatores que serão priorizados após a compra. Para o empresário, o Twitter “é a praça da cidade digital onde assuntos vitais para o futuro da humanidade são debatidos” e tem um importante papel para a democracia.

Não se sabe ainda como vão ser as políticas de controle e fiscalização a discursos de ódio, violência entre outros tópicos sensíveis, porém, o foco agora vai ser em flexibilizar as restrições de posicionamentos e opiniões lá dentro a nível global. A inclusão de um botão “editar” dentro dos tuítes é uma das medidas mais desejadas pelo bilionário. Com a empresa fora da bolsa de valores, ela não será mais afetada pelas oscilações do mercado em caso de atitudes polêmicas por parte dos seus usuários ou obrigada a se posicionar contra ou a favor em determinado assunto para preservar suas ações.

Transparência nos dados

Um dos maiores problemas das redes sociais é a necessidade de estarem alinhados às expectativas dos seus muitos acionistas, priorizando a apresentação dos lucros em detrimento a outras informações igualmente importantes, como as análises de comprometimento social. Com Musk como único proprietário do Twitter esse tipo de priorização não vai mais existir. Um dos seus objetivos é abrir os algoritmos da rede social para que as pessoas confiem mais na plataforma e sugiram melhorias. No comunicado que fez após a compra, ele deixou claro que vai combater os bots e autenticar todos os usuários do Twitter em busca de evitar a disseminação de spams. Dessa forma, cada pessoa só poderá contar com uma conta cadastrada.

Menos anúncios?

Assim como boa parte das redes sociais, o principal modelo de negócios do Twitter é baseado em anúncios. Elon Musk quer alterar essa estratégia passando para um novo conceito de assinaturas pagas, propondo aos usuários que paguem uma taxa para que seus dados não sejam usados para conteúdos publicitários. Um movimento perigoso, tendo em vista que as redes sociais de forma geral são espaços gratuitos. Independente das decisões que serão tomadas a partir de agora, uma coisa é certa: o passarinho azul vai voar em outras direções.

Qual a sua opinião sobre a compra do Twitter pelo homem mais rico do mundo?