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O que ninguém enxerga na Black Friday: a ameaça silenciosa que pode acabar com o faturamento

A Black Friday é uma corrida pelo faturamento, mas também um teste de resiliência

Black Friday 
 (Hase-Hoch-2/Getty Images)

Black Friday (Hase-Hoch-2/Getty Images)

Publicado em 26 de novembro de 2025 às 00h26.

Por Protta, CEO da 7IT

 

A Black Friday, uma das datas mais esperadas pelo varejo global, e especialmente pelo brasileiro, se consolidou como o maior palco do comércio eletrônico. Em 2025, a expectativa é que o e-commerce brasileiro ultrapasse os R$ 13 bilhões em faturamento. Nesse cenário, é natural que as empresas concentrem seus esforços em campanhas, ofertas irresistíveis e estratégias de marketing. Mas uma pergunta crucial permanece fora do radar: sua operação está preparada para sustentar tudo o que pretende vender?

O risco invisível por trás do volume

Enquanto varejistas disputam a atenção no topo do funil, investindo pesado em publicidade, os bastidores (infraestrutura, segurança, dados e escalabilidade) seguem negligenciados. Ainda prevalece o perigoso mindset do "resolvemos depois". Mas é justamente nesses detalhes que reside o sucesso (ou fracasso) das operações. Se o site trava, o sistema de pagamento falha ou ocorre um ataque cibernético, a oportunidade de faturamento se transforma em prejuízo.

Na NRF 2025, ouvimos algo que muitos ainda fingem não ver: o varejo não é mais apenas sobre vender. Hoje, trata-se de sobreviver num mundo digital que muda em alta velocidade. A Black Friday se tornou o maior teste de resiliência do varejo.

Inteligência Artificial como aliada da estabilidade

A Inteligência Artificial deixou de ser uma tendência distante. Ela está no centro da operação: prevê picos de acesso, identifica falhas antes que ocorram, ajusta a capacidade automaticamente e sustenta a estabilidade mesmo diante de volumes massivos de transações. Ambientes digitais precisam ser flexíveis, elásticos e preparados para reagir em milissegundos. Afinal, o tráfego não avisa. O ataque cibernético não avisa. A fraude não avisa.

O preço da negligência

O que temos visto é um crescimento alarmante de problemas: fraudes explodindo, vazamentos de dados tornando-se rotina, falhas de pagamento se tornando comuns e instabilidade comprometendo vendas. O consumidor atual não espera. Se a experiência é ruim, ele troca de loja em segundos. E recuperar reputação perdida custa muito mais caro do que qualquer campanha de marketing.

Dados: o ativo mais valioso (e vulnerável)

O que movimenta o varejo não é apenas a compra, mas o rastro de dados que ela gera: padrões, comportamentos, históricos. Dados são ouro. Mas ouro sem proteção é risco. Sem governança adequada, o negócio fica exposto a sanções da LGPD, sequestro de informações e paralisação da operação. O recente incidente com a Cloudflare mostra que até gigantes globais podem parar. Imagine então estruturas menores, sem contingência e sem redundância.

Experiência é o que cria (ou destrói) a confiança

O consumidor busca mais do que preço: ele quer fluidez, agilidade e segurança em cada etapa. A melhor promoção perde valor se o site demora a carregar ou se o pagamento falha. Velocidade de acesso, estabilidade e proteção dos dados são invisíveis, mas determinantes. Quem cuida disso vende mais. Quem ignora, paga caro.

Tecnologia como estratégia

Chegou a hora de abandonar a ideia de que tecnologia é custo. Tecnologia é alavanca de receita. Ambientes auto escaláveis, orquestração automática, balanceamento inteligente, clusters autogerenciáveis e segurança inteligente não são luxo, são sobrevivência. Empresas que ainda operam com infraestrutura engessada estão pedindo para falhar.

IA e automação: eficiência real

A IA antecipa falhas, automatiza processos, reduz custos operacionais, personaliza ofertas e aumenta conversão. Mas nada disso funciona com dados desorganizados ou vulneráveis. A próxima fronteira da competitividade está na integração entre segurança, dados estruturados, experiência e IA aplicada.

Conclusão

A Black Friday é uma corrida pelo faturamento, mas também um teste de resiliência. Quem entende que tecnologia, segurança, dados e experiência são elementos estratégicos larga na frente. A verdadeira pergunta não é se você vai vender mais. É se sua operação está pronta para sustentar o que pretende vender.