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O futuro da moda no Brasil

Em sua coluna, Alfredo Soares fala com o CEO da Aramis sobre o futuro da moda e sua conexão com o digital

Ensaio de moda para Guia Casual de Moda da EXAME (Leandro Fonseca/Exame)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2022 às 14h20.

Última atualização em 13 de junho de 2022 às 13h30.

Com um mercado internacional que cresce cerca de 11,4% ao ano, com expectativa de faturamento de US$ 1 trilhão em 2025, a indústria da moda é o segmento com maiores resultados no e-commerce B2C, com vendas chegando a US$ 525 bilhões por ano. No Brasil, o setor movimenta R$ 229 bilhões de reais, sendo o maior em volume de quantidade de pedidos e representando 15% de tudo que é comprado na internet.

Com esses números, não é surpresa imaginar que investidores e empresários por toda parte buscam aprimorar esse segmento unindo tecnologia e sustentabilidade para oferecer uma nova experiência aos clientes. Provadores e desfiles virtuais, tecidos a prova de fogo, líquidos ou que mudam de cor, além de roupas 3D e NFTs, já são uma realidade para grandes marcas da moda nacional e internacional. Para falar um pouco sobre isso, convidamos Richard Stad, CEO da Aramis, que estão presentes em todo país e já se movimentam na direção dessas transformações

- Gostaria que você falasse um pouco de como a tecnologia vai impactar a moda nos próximos anos.

Pra mim, a tecnologia não é somente sobre omnichannel ou logística, é sobre uma mudança de mindset e de como a gente pode liderar uma companhia. E um setor como o nosso que está em constante transformação, muitas vezes o desafio está em acompanhar esse ritmo e entender como cada movimento de tecnologia pode impactar a gestão e governança.

Acredito que muito além da transformação digital, é importante também uma transformação cultural. É como você prepara a companhia para ter essa mentalidade, receber ferramentas e utilizar os dados. Varejo não é sobre acertar, é sobre errar menos e com o suporte de dados você consegue ter uma correção de rumo rápida. Enxergo a tecnologia como uma forma de integrar cada vez mais a empresa, a informação e as pessoas, porque no final boa parte do que a gente constrói é pautado em conexão humana.

- Quais vão ser os desafios para a indústria no Brasil?

Temos alguns desafios quando pensamos no nosso setor. O primeiro deles é que cada vez mais o cliente está com uma visão de omnichannel. A expectativa do consumidor sobre a marca e sobre a qualidade de entrega e sua velocidade é algo que tem evoluído muito rápido. Entender como fazer a conexão entre os canais, entender a jornada do consumidor e poder entregar para ele essas facilidades faz parte desse momento.

Outro ponto é a integração de performance e CRM. Estamos todos vivendo uma fase de aprendizado sobre como conversar com o consumidor no digital e é importante lembramos que no final ainda se trata de relações humanas, é o consumidor que está do outro lado. Construir essa jornada de interação, digital e física, para garantir uma experiência coerente e contínua, com menos ruptura, mais entrega e agilidade, integrando logística, lojas, canais, Growth e mídia em uma mesma mensagem, garante um trabalho de mais fluído e com menos fricção.

- A pandemia acelerou esse processo de transformação no segmento ou comprometeu o planejamento de alguma forma?

Falando especificamente sobre Aramis, é inegável que a pandemia acelerou processos e projetos, mas antes dela ocorrer já estávamos trilhando um caminho de transformação digital que ganhou ainda mais força nesse período. O resultado disso é o alto desempenho e crescimento que estamos conquistando alheio aos impactos que o setor está enfrentando.

Tem uma frase que gosto muito que diz “as pessoas tendenciam a superestimar o curto-prazo e subestimar o longo-prazo". A mudança de hábitos - sobretudo do consumidor - acontece de uma forma progressiva e a pandemia não mudou, mas acelerou e antecipou uma mudança que já estava acontecendo. Para nós na Aramis foi muito menos sobre um conflito de canais e sim sobre o poder da “exponencialidade” da integração dos canais e uma mudança de mentalidade no time comercial ao entender que o digital veio para escalar e a fusão dos dois – digital e físico - tem sido o segredo de um crescimento tão robusto como temos entregado ultimamente.

- O crescimento do Home Office trouxe novas oportunidades para o setor?

O home office trouxe praticidade, velocidade e até mesmo uma produtividade maior, mas acredito que o presencial gera conexão entre as pessoas. Acredito que a potência está na conexão entre os indivíduos numa visão única de construção de algo maior – e isso é algo que vivenciamos na Aramis, uma comunidade de gente de alta performance que ama o que faz em um ambiente feliz, de realização e crescimento – e essa é a base fundamental da marca.

Agora especificamente sobre moda, o home office nos trouxe uma demanda de um homem em busca de mais conforto. Mesmo com o retorno às ruas e ao escritório, esse homem manteve a expectativa de um produto que atendesse a esse conforto que ele vivenciou durante os últimos dois anos, mas que também tivesse expressão e atitude. Essa direção impulsionou o nosso movimento de marca e tornamos nosso posicionamento em casual sofisticado para atender essa evolução do lifestyle do nosso consumidor.

- Gap e Adidas foram algumas das empresas que já se movimentaram para criar seus próprios NFTs. Como você enxerga essas iniciativas?

O Metaverso é uma novidade em construção e os ativos digitais como os NFTs, além de seu grande valor pela escassez e exclusividade, servem como chaves de acesso a comunidades específicas, que valorizam experiências e benefícios semelhantes. Após fazer uma imersão nesse universo e estudar o cenário, decidimos apostar de forma pioneira nesse movimento e lançamos nossas NFTs na nova coleção DesInverno.

Ao adquirir a NFT da jaqueta metaheat, o primeiro produto phygital do mercado brasileiro em moda masculina, o comprador passa a integrar o Aramis RED, um clube de benefícios exclusivos que são desbloqueados pela compra do ativo digital. Os REDs tem acesso a um SAC especial de comunicação direta com a marca, além de experiências exclusivas, antecipação de lançamentos e também benefícios tangíveis como cashback em dobro, frete grátis e, é claro, a jaqueta física. Nosso objetivo é gerar cada vez mais conexão com os nossos consumidores.

- Como a Aramis está fazendo parte dessas mudanças?

Seguimos evoluindo com o nosso processo de transformação digital e fomento de uma cultura forte com valores e propósitos muito definidos. O mercado de moda está se transformando e os produtos digitais são uma grande aposta. Acreditamos que esse movimento que está só começando tem muito ainda a apresentar e a se desenvolver e somos entusiastas dessa novidade. Nos próximos meses teremos mais lançamentos digitais e acredito que essa realidade estará cada dia mais presente no nosso cotidiano.

Um dos indicadores que esse caminho já está aquecido foi o nosso sould out das NFTs em apenas algumas horas após o início das vendas.

Importante destacar: a metade das vendas dos produtos phygital foram realizados pelo nosso time comercial, isso mostra a importância da conexão entre os nossos colaboradores e clientes.

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Com um mercado internacional que cresce cerca de 11,4% ao ano, com expectativa de faturamento de US$ 1 trilhão em 2025, a indústria da moda é o segmento com maiores resultados no e-commerce B2C, com vendas chegando a US$ 525 bilhões por ano. No Brasil, o setor movimenta R$ 229 bilhões de reais, sendo o maior em volume de quantidade de pedidos e representando 15% de tudo que é comprado na internet.

Com esses números, não é surpresa imaginar que investidores e empresários por toda parte buscam aprimorar esse segmento unindo tecnologia e sustentabilidade para oferecer uma nova experiência aos clientes. Provadores e desfiles virtuais, tecidos a prova de fogo, líquidos ou que mudam de cor, além de roupas 3D e NFTs, já são uma realidade para grandes marcas da moda nacional e internacional. Para falar um pouco sobre isso, convidamos Richard Stad, CEO da Aramis, que estão presentes em todo país e já se movimentam na direção dessas transformações

- Gostaria que você falasse um pouco de como a tecnologia vai impactar a moda nos próximos anos.

Pra mim, a tecnologia não é somente sobre omnichannel ou logística, é sobre uma mudança de mindset e de como a gente pode liderar uma companhia. E um setor como o nosso que está em constante transformação, muitas vezes o desafio está em acompanhar esse ritmo e entender como cada movimento de tecnologia pode impactar a gestão e governança.

Acredito que muito além da transformação digital, é importante também uma transformação cultural. É como você prepara a companhia para ter essa mentalidade, receber ferramentas e utilizar os dados. Varejo não é sobre acertar, é sobre errar menos e com o suporte de dados você consegue ter uma correção de rumo rápida. Enxergo a tecnologia como uma forma de integrar cada vez mais a empresa, a informação e as pessoas, porque no final boa parte do que a gente constrói é pautado em conexão humana.

- Quais vão ser os desafios para a indústria no Brasil?

Temos alguns desafios quando pensamos no nosso setor. O primeiro deles é que cada vez mais o cliente está com uma visão de omnichannel. A expectativa do consumidor sobre a marca e sobre a qualidade de entrega e sua velocidade é algo que tem evoluído muito rápido. Entender como fazer a conexão entre os canais, entender a jornada do consumidor e poder entregar para ele essas facilidades faz parte desse momento.

Outro ponto é a integração de performance e CRM. Estamos todos vivendo uma fase de aprendizado sobre como conversar com o consumidor no digital e é importante lembramos que no final ainda se trata de relações humanas, é o consumidor que está do outro lado. Construir essa jornada de interação, digital e física, para garantir uma experiência coerente e contínua, com menos ruptura, mais entrega e agilidade, integrando logística, lojas, canais, Growth e mídia em uma mesma mensagem, garante um trabalho de mais fluído e com menos fricção.

- A pandemia acelerou esse processo de transformação no segmento ou comprometeu o planejamento de alguma forma?

Falando especificamente sobre Aramis, é inegável que a pandemia acelerou processos e projetos, mas antes dela ocorrer já estávamos trilhando um caminho de transformação digital que ganhou ainda mais força nesse período. O resultado disso é o alto desempenho e crescimento que estamos conquistando alheio aos impactos que o setor está enfrentando.

Tem uma frase que gosto muito que diz “as pessoas tendenciam a superestimar o curto-prazo e subestimar o longo-prazo". A mudança de hábitos - sobretudo do consumidor - acontece de uma forma progressiva e a pandemia não mudou, mas acelerou e antecipou uma mudança que já estava acontecendo. Para nós na Aramis foi muito menos sobre um conflito de canais e sim sobre o poder da “exponencialidade” da integração dos canais e uma mudança de mentalidade no time comercial ao entender que o digital veio para escalar e a fusão dos dois – digital e físico - tem sido o segredo de um crescimento tão robusto como temos entregado ultimamente.

- O crescimento do Home Office trouxe novas oportunidades para o setor?

O home office trouxe praticidade, velocidade e até mesmo uma produtividade maior, mas acredito que o presencial gera conexão entre as pessoas. Acredito que a potência está na conexão entre os indivíduos numa visão única de construção de algo maior – e isso é algo que vivenciamos na Aramis, uma comunidade de gente de alta performance que ama o que faz em um ambiente feliz, de realização e crescimento – e essa é a base fundamental da marca.

Agora especificamente sobre moda, o home office nos trouxe uma demanda de um homem em busca de mais conforto. Mesmo com o retorno às ruas e ao escritório, esse homem manteve a expectativa de um produto que atendesse a esse conforto que ele vivenciou durante os últimos dois anos, mas que também tivesse expressão e atitude. Essa direção impulsionou o nosso movimento de marca e tornamos nosso posicionamento em casual sofisticado para atender essa evolução do lifestyle do nosso consumidor.

- Gap e Adidas foram algumas das empresas que já se movimentaram para criar seus próprios NFTs. Como você enxerga essas iniciativas?

O Metaverso é uma novidade em construção e os ativos digitais como os NFTs, além de seu grande valor pela escassez e exclusividade, servem como chaves de acesso a comunidades específicas, que valorizam experiências e benefícios semelhantes. Após fazer uma imersão nesse universo e estudar o cenário, decidimos apostar de forma pioneira nesse movimento e lançamos nossas NFTs na nova coleção DesInverno.

Ao adquirir a NFT da jaqueta metaheat, o primeiro produto phygital do mercado brasileiro em moda masculina, o comprador passa a integrar o Aramis RED, um clube de benefícios exclusivos que são desbloqueados pela compra do ativo digital. Os REDs tem acesso a um SAC especial de comunicação direta com a marca, além de experiências exclusivas, antecipação de lançamentos e também benefícios tangíveis como cashback em dobro, frete grátis e, é claro, a jaqueta física. Nosso objetivo é gerar cada vez mais conexão com os nossos consumidores.

- Como a Aramis está fazendo parte dessas mudanças?

Seguimos evoluindo com o nosso processo de transformação digital e fomento de uma cultura forte com valores e propósitos muito definidos. O mercado de moda está se transformando e os produtos digitais são uma grande aposta. Acreditamos que esse movimento que está só começando tem muito ainda a apresentar e a se desenvolver e somos entusiastas dessa novidade. Nos próximos meses teremos mais lançamentos digitais e acredito que essa realidade estará cada dia mais presente no nosso cotidiano.

Um dos indicadores que esse caminho já está aquecido foi o nosso sould out das NFTs em apenas algumas horas após o início das vendas.

Importante destacar: a metade das vendas dos produtos phygital foram realizados pelo nosso time comercial, isso mostra a importância da conexão entre os nossos colaboradores e clientes.

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