Não tem sido um ano fácil para as startups brasileiras (z_wei/Getty Images)
Bora Varejo
Publicado em 26 de agosto de 2022 às 14h53.
Por Alfredo Soares
Não tem sido um ano fácil para as startups brasileiras. Cortes de investimento profundos em razão do cenário macroeconômico jogou as empresas de tecnologia em uma tempestade perfeita de riscos e incertezas. Uma análise da plataforma Distrito apontou que a queda nas captações em 2022 representa menos da metade dos valores registrados no mesmo período do ano passado. O número de rodadas de investimento também caiu: 40 este ano em comparação com as 74 realizadas em 2021. Até a principal aceleradora do mundo, Y Combinator, cortou em 40% o número de startups selecionadas em seu programa.
A falta de recursos impacta diretamente nas equipes, segundo pesquisa da Layoff Brasil, dez startups foram responsáveis por desligar cerca de 2 mil pessoas somente no primeiro semestre deste ano:
Com a crise atingindo a todos, unicórnios ou não, startups em estágio inicial são vistas com bons olhos pelos fundos por não exigirem grandes investimentos. O chamado early stage (anjo, pre-seed e seed) já totaliza 40% das rodadas de captação só em 2022. Além disso, aquelas que buscam times especializados no crescimento de empresas ou criação de estratégias em cenários de risco saem na frente na avaliação dos investidores. Para falar um pouco destas mudanças e também trazer insights para quem está começando, convidamos João Moressi, CEO da Opah, especializada em soluções digitais.
O mercado abastecido por incertezas locais e mundiais vem sofrendo mudanças, com isso, startups e empresas passaram a serem mais objetivas e pragmáticas nas suas operações. Tanto em resultado quanto em performance produtiva.
O movimento que tivemos anteriormente na aceleração das contratações resultou em um cenário de contratações por números e não por qualidade do capital intelectual.
Tecnologia da Informação está em amplo crescimento e não irá parar. Temos ainda um déficit de profissionais em comparação às demandas e necessidades dos mercados. Porém neste momento, está ocorrendo um movimento normal que era previsto de separar quem realmente está preparado versos quem estava somente surfando uma onda.
As empresas superarem a falta de mão de obra capacitada no setor de tecnologia, pois a aceleração de novos produtos e a necessidade de frentes de inovação que todos os setores precisam com orçamentos limitados e controlados.
Exigirá uma capacitação das startups nas suas solicitações e acompanhamento das soluções.
Focar na otimização das necessidades do negócio, lançando inicialmente MVPs das soluções para validar o seu mercado e não criar “elefantes” que não serão usados ou terão que ser readaptados.
Envolvimento com o planejamento, definir muito bem o retorno sobre investimento (ROI) e reavaliar bem o serviço prestado internamente para as demandas de criação e evolução.
Sim. Porém deve ser traçado um plano bem elaborado para tratar na mentoria e com o time que irá executar. Esse time deve possuir autonomia e realizar entregas semanais, essas entregas precisam ser validadas em um curto espaço de tempo, pois as expectativas precisam ser alinhadas.
Deve ser pedido ajudo no inicio da dor ou de algo que seja identificado como risco para o negocio, deixar algo aumentar ou não estar presente pode causar danos irrecuperáveis a empresa ou negocio.
A principal é não definir bem o nicho e o MVP a ser lançado, sem essas definições o produto fica volátil e não terá boas formas de evolução em um curto espaço de tempo.
Adicione energia nas atividades semanais, status report e KPIs que irão guiar para o sucesso do desenvolvimento e lançamento do produto.