Inovação e tecnologia para as PMEs na retomada da economia
É preciso fomentar a inovação dentro dos pequenos negócios, e não apenas no sentido de digitalizar processos, criar novas interfaces ou aplicativos
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2020 às 07h00.
Mais de meio milhão de pequenas e médias empresas brasileiras fecharam suas portas no mês de julho, segundo dados do IBGE. O impacto desses fechamentos na economia nos obriga a refletir sobre como mitigar os efeitos de crises e garantir a continuidade dos pequenos e médios negócios.
É de se notar que os desafios enfrentados pelos empreendedores brasileiros foram verificados, em maior ou menor grau, também em outros países. Mais de 25% dos pequenos e médios negócios do mundo fecharam nos cinco primeiros meses deste ano, enquanto na América Latina esse número pode ter chegado a 45% no mesmo período, segundo estudos de OCDE, Cepal e Banco Mundial.
Notadamente, os hábitos de consumo mudaram substancialmente. O consumo in loco, o contato físico e a interação deram lugar ao distanciamento. Nesse cenário, plataformas de delivery e e-commerce ganharam espaço em uma velocidade sem precedentes durante a crise. No Brasil, estudo recente mostrou que o comércio eletrônico cresceu cerca de 40% no último ano, com a adição de 470 mil lojas online.
Algumas empresas estavam mais preparadas para lidar com a adversidade, enquanto outras sentiram o impacto de maneira mais severa. Dentro desse último grupo, muitas acabaram despertando para um fator preponderante de sustentação do negócio: de acordo pesquisa da plataforma Capterra, 48% das pequenas e médias empresas do Brasil não tinham planos para investir em inovação e tecnologia, mas mudaram sua estratégia com o advento da crise.
É impossível não relacionar todos esses números. A cultura da inovação, até então, estava em segundo plano para grande parte das pequenas e médias empresas e teve que ser priorizada para lidar com os efeitos da pandemia, embora já fosse tarde para algumas delas.
O ensinamento que fica: é preciso fomentar a inovação dentro dos pequenos negócios. Inovar não apenas no sentido de digitalizar processos, criar interfaces ou aplicativos. Porque inovar não precisa ser caro ou complexo. Ao contrário, inovar é se permitir errar e tentar de novo. É desenvolver novas formas de trabalho, novos processos, novas entregas, novos canais, novas parcerias, novas formas de chegar até o cliente. É pensar em novas formas de atuar.
Obviamente, a tecnologia é um dos meios pelos quais essa mentalidade de inovação se concretiza. Mais do que uma necessidade para lidar com as adversidades, é fonte de empoderamento das pequenas e médias empresas. E tecnologia, é importante que se diga, não protege as empresas dos efeitos imediatos de crises, especialmente aquelas tão drásticas e imprevisíveis como a atual, mas muda completamente sua capacidade de reação para superar esses períodos da melhor forma possível.
Nesse contexto, a transformação digital da economia do país foi acelerada de forma brusca e é um caminho sem volta. Mais do que nunca, agora se faz necessário capacitar os pequenos e médios empreendedores para que prosperem. É um público com uma importância enorme para a economia do país, representando cerca de 30% do PIB, de acordo com a FGV. Ao mesmo tempo, é o segmento mais impactado pela crise atual. Por isso, mostra-se mais do que nunca necessário que se consolide essa cultura: a digitalização é, sim, fundamental para a sobrevivência dos negócios.
No entanto, isso não vai acontecer em um passe de mágica. Dada a importância dos pequenos e médios negócios para a nossa economia e o impacto deles na vida das pessoas, essa passa a ser uma responsabilidade compartilhada entre toda a sociedade – incluindo autoridades, grandes empresas, associações.
Todos precisam criar as condições necessárias para alavancar a digitalização dos pequenos e médios empreendedores. A pandemia mostrou que somente com esforços conjuntos conseguimos superar as crises mais difíceis. Neste momento de retomada, cabe a cada um de nós fazer a nossa parte para fortalecer um segmento vital para a geração de trabalho e de riqueza para o país.
* Francisco Prisco é CEO da Z-Tech, plataforma de tecnologia para PMEs da AB Inbev no mundo e da Ambev no Brasil.
Mais de meio milhão de pequenas e médias empresas brasileiras fecharam suas portas no mês de julho, segundo dados do IBGE. O impacto desses fechamentos na economia nos obriga a refletir sobre como mitigar os efeitos de crises e garantir a continuidade dos pequenos e médios negócios.
É de se notar que os desafios enfrentados pelos empreendedores brasileiros foram verificados, em maior ou menor grau, também em outros países. Mais de 25% dos pequenos e médios negócios do mundo fecharam nos cinco primeiros meses deste ano, enquanto na América Latina esse número pode ter chegado a 45% no mesmo período, segundo estudos de OCDE, Cepal e Banco Mundial.
Notadamente, os hábitos de consumo mudaram substancialmente. O consumo in loco, o contato físico e a interação deram lugar ao distanciamento. Nesse cenário, plataformas de delivery e e-commerce ganharam espaço em uma velocidade sem precedentes durante a crise. No Brasil, estudo recente mostrou que o comércio eletrônico cresceu cerca de 40% no último ano, com a adição de 470 mil lojas online.
Algumas empresas estavam mais preparadas para lidar com a adversidade, enquanto outras sentiram o impacto de maneira mais severa. Dentro desse último grupo, muitas acabaram despertando para um fator preponderante de sustentação do negócio: de acordo pesquisa da plataforma Capterra, 48% das pequenas e médias empresas do Brasil não tinham planos para investir em inovação e tecnologia, mas mudaram sua estratégia com o advento da crise.
É impossível não relacionar todos esses números. A cultura da inovação, até então, estava em segundo plano para grande parte das pequenas e médias empresas e teve que ser priorizada para lidar com os efeitos da pandemia, embora já fosse tarde para algumas delas.
O ensinamento que fica: é preciso fomentar a inovação dentro dos pequenos negócios. Inovar não apenas no sentido de digitalizar processos, criar interfaces ou aplicativos. Porque inovar não precisa ser caro ou complexo. Ao contrário, inovar é se permitir errar e tentar de novo. É desenvolver novas formas de trabalho, novos processos, novas entregas, novos canais, novas parcerias, novas formas de chegar até o cliente. É pensar em novas formas de atuar.
Obviamente, a tecnologia é um dos meios pelos quais essa mentalidade de inovação se concretiza. Mais do que uma necessidade para lidar com as adversidades, é fonte de empoderamento das pequenas e médias empresas. E tecnologia, é importante que se diga, não protege as empresas dos efeitos imediatos de crises, especialmente aquelas tão drásticas e imprevisíveis como a atual, mas muda completamente sua capacidade de reação para superar esses períodos da melhor forma possível.
Nesse contexto, a transformação digital da economia do país foi acelerada de forma brusca e é um caminho sem volta. Mais do que nunca, agora se faz necessário capacitar os pequenos e médios empreendedores para que prosperem. É um público com uma importância enorme para a economia do país, representando cerca de 30% do PIB, de acordo com a FGV. Ao mesmo tempo, é o segmento mais impactado pela crise atual. Por isso, mostra-se mais do que nunca necessário que se consolide essa cultura: a digitalização é, sim, fundamental para a sobrevivência dos negócios.
No entanto, isso não vai acontecer em um passe de mágica. Dada a importância dos pequenos e médios negócios para a nossa economia e o impacto deles na vida das pessoas, essa passa a ser uma responsabilidade compartilhada entre toda a sociedade – incluindo autoridades, grandes empresas, associações.
Todos precisam criar as condições necessárias para alavancar a digitalização dos pequenos e médios empreendedores. A pandemia mostrou que somente com esforços conjuntos conseguimos superar as crises mais difíceis. Neste momento de retomada, cabe a cada um de nós fazer a nossa parte para fortalecer um segmento vital para a geração de trabalho e de riqueza para o país.
* Francisco Prisco é CEO da Z-Tech, plataforma de tecnologia para PMEs da AB Inbev no mundo e da Ambev no Brasil.