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Bitcoin: o terceiro elemento da sua carteira de investimentos

A adoção do bitcoin cresceu exponencialmente nos últimos anos e fez com que o ativo se tornasse uma nova opção de diversificação para os investidores

 (Andy/Getty Images)
(Andy/Getty Images)
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Alex Nascimento

Publicado em 14 de setembro de 2021 às, 15h22.

Para alguns participantes do mercado financeiro, o bitcoin é a moeda do futuro, enquanto outros acreditam que seja apenas uma bolha especulativa. Contudo, o mercado vem demonstrando que mesmo diante de grande volatilidade, a valorização futura do bitcoin não apresenta sinais de incerteza.

Essa possível valorização tem estimulado cada vez mais a adoção da moeda por investidores institucionais e de varejo. Segundo a Chainalysis, plataforma líder em análise de transações em blockchain, a adesão mundial pelo bitcoin e por criptomoedas atingiu um crescimento de mais de 881% no último ano.

O estudo gerado a partir do Índice Anual de Adoção Global de Criptografia também desenvolvido pela mesma empresa de análise de dados, apontou que no final do segundo trimestre de 2020 a adoção global era de 2,5 pontos com base no índice da Chainalysis e, um ano depois, essa adoção subiu quase 10 vezes.

Os motivos pelos quais esta adesão vem sendo estimulada são baseados nos diferentes cenários econômicos mundiais. Investidores localizados em países em desenvolvimento estão realizando investimentos em bitcoin, buscando preservar suas economias devido à desvalorização de suas moedas nacionais e, também para enviar e receber remessas financeiras e efetuar transações comerciais internacionais. Já a motivação de investidores em mercados desenvolvidos para adquirir a moeda digital é incentivada por investimentos institucionais realizados por grandes instituições financeiras como JP Morgan, que já começam a oferecer derivativos e fundos de bitcoin para seus clientes.

Atualmente, empresas como MicroStrategy, provedora de serviços de tecnologia, e Square Inc., fornecedora de serviços financeiros, possuem respectivamente, 105.085 e 8.027 bitcoins em seu balanço corporativo. Já a automobilística Tesla, hoje detém cerca 38.300 bitcoins. Outros fatores como os investimentos da PayPal, Rothschild Investments, e o recente IPO da Coinbase junto com a capitalização do mercado cripto ultrapassando US$ 2 trilhões neste ano, confirmam a evolução do mercado de ativos digitais e sua adoção pelo mercado institucional tradicional.

Esses fatores levam os investidores de varejo a também buscarem uma exposição ao mercado de criptomoedas, ampliando a adesão do bitcoin, e incluindo o ativo digital em portfólios de investidores pessoa física, que anteriormente alocavam 60/40 para ações e títulos de dívida. Estes ativos mais tradicionais, agora passam a disputar espaço com o bitcoin, que representa uma possível mitigação do risco de inflação global pós-pandemia.

Em um estudo realizado pela Bitwise, empresa de investimentos em ativos digitais, portfólios tradicionais de 60/40 tiveram retornos de 74,72% entre janeiro de 2014 e junho de 2021, isto é, atingiram um retorno anual de 7,75%.

Caso estas carteiras tivessem seus ativos redistribuídos e alocados em cerca de 2,5% do portfólio em bitcoin com rebalanceamento trimestral, essas mesmas carteiras teriam atingido um retorno cumulativo de 112,73%.

Estes dados demonstram que a adição de táticas de diversificação de investimentos para inclusão de bitcoin minimiza o impacto da volatilidade e otimiza os níveis de retorno de portfólios de investimentos. Estes valores demonstram que investir em bitcoin, expande os ganhos cumulativos em todos os períodos, desde que seja implantado um plano de rebalanceamento da carteira.

Dessa forma, portfólios com exposição ao bitcoin demonstram um real aumento nos retornos ajustados ao risco da carteira, mesmo considerando a volatilidade do mercado cripto, o que torna o bitcoin um ativo ideal para diversificação de investimentos para muitos brasileiros.