Ciência

Voz de Stephen Hawking viajará ao espaço após seu funeral

A mensagem, especialmente escrita para a ocasião, será transmitida para o buraco negro mais próximo durante o enterro de suas cinzas, nesta sexta-feira

Mensagem pelo espaço: transmissão será feita pela Agência Espacial Europeia (Jemal Countess/Getty Images)

Mensagem pelo espaço: transmissão será feita pela Agência Espacial Europeia (Jemal Countess/Getty Images)

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AFP

Publicado em 15 de junho de 2018 às 10h37.

Uma mensagem do astrofísico britânico Stephen Hawking será transmitida para o buraco negro mais próximo da Terra durante o enterro de suas cinzas, nesta sexta-feira, na Abadia de Westminster, em Londres, junto ao túmulo de Isaac Newton.

A mensagem - com sua conhecida voz sintetizada e especialmente escrita para a ocasião - será transmitida pela Agência Espacial Europeia.

"É um gesto bonito e simbólico que cria um vínculo entre a presença do nosso pai neste planeta, seu desejo de ir ao espaço e a exploração do universo em sua mente", disse sua filha Lucy Hawking.

O professor, que dedicou sua vida a desvendar os mistérios do universo e lutou para vencer as deficiências, será enterrado ao lado de outros dois grandes cientistas: Isaac Newton e Charles Darwin.

A mensagem de Hawking será enviada "ao buraco negro mais próximo, o 1A 0620-00, em um sistema binário com uma estrela anã laranja bastante ordinária", revelou a filha de Hawking.

O sistema está a 3.500 anos-luz da Terra, o tempo que tardará para chegar a mensagem.

"É uma mensagem de paz e esperança, sobre a unidade e a necessidade de vivermos juntos e em harmonia neste planeta".

Hawking, que capturou a imaginação de milhões de pessoas no mundo, faleceu em 14 de março, aos 76 anos.

O cientista, que ganhou fama mundial com o livro de 1988 "Uma breve história do tempo", um sucesso inesperado de vendas, conquistou admiradores muito além do complicado mundo da astrofísica.

Sua morte rendeu uma série de homenagens, da rainha Elizabeth II à Nasa, que demonstraram o impacto de Hawking como cientista, mas também como farol de esperança para as pessoas afetadas por enfermidades degenerativas.

A cerimônia desta sexta-feira, com a presença de parentes, amigos colegas, celebrará não apenas suas conquistas como cientista, mas também seu caráter e resistência à doença devastadora.

"Estamos muito agradecidos à Abadia de Westminster por nos oferecer o privilégio de celebrar um serviço de ação de graças à extraordinária vida de nosso pai, e por ter reservado um local distinto para o repouso final", afirmaram seus filhos Lucy, Robert e Tim.

Stephen Hawking desafiou as previsões dos médicos que, em 1964, afirmaram que ele teria poucos anos de vida após o diagnóstico de uma forma atípica de esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença que ataca os neurônios motores responsáveis por controlar os movimentos voluntários e que o condenou durante décadas a uma cadeira de rodas.

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