Ciência

Visitantes assintomáticos estão levando covid-19 para dentro dos hospitais

Se antes o problema era voltar de um hospital contaminado, agora pesquisadores apontam que pacientes assintomáticos podem estar levando a doença até lá

Visitas: esta talvez não seja a melhor hora para visitar parentes e amigos nos hospitais, conforme aponta um novo estudo (ALAIN JOCARD / Colaborador/Getty Images)

Visitas: esta talvez não seja a melhor hora para visitar parentes e amigos nos hospitais, conforme aponta um novo estudo (ALAIN JOCARD / Colaborador/Getty Images)

RL

Rodrigo Loureiro

Publicado em 9 de novembro de 2020 às 13h20.

Última atualização em 9 de novembro de 2020 às 18h29.

Enquanto o nível de internações bate recorde no mundo, Pesquisadores brasileiros da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) estão estudando como pessoas assintomáticos com covid-19 podem ser determinantes para a propagação do vírus SARS-CoV-2 em hospitais. Os pesquisadores entendem que há um risco subestimado na transmissão do vírus por estes infectados dentro dos hospitais.

Publicado na revista científica International Journal of Infectious Diseases, o estudo feito com 150 pessoas aponta que, em um dia, 4% dos visitantes de um hospital (6 pessoas) tinham o vírus, mas eram assintomáticas. O local pedia o uso obrigatório da máscara, mas isto não foi suficiente para que pelo menos outras duas pessoas desenvolvessem a doença.

As duas pessoas que desenvolveram a doença posteriormente a visita dos infectados ao hospital tiveram contado com os doentes assintomáticos. Os resultados foram confirmados por testes RT-PCR. Isso significa que visitantes em hospitais, mesmo protegidos por máscaras, podem ser uma fonte de transmissão do vírus.

Embora a implementação de máscaras reduza as transmissões, elas também podem induzir uma falsa percepção de segurança que pode levar à negligência de outras medidas de proteção”, relata o estudo.

Os pesquisadores ainda afirmam que a ocorrência de surtos “pode ser mitigada com restrição de tempo e contato físico durante os períodos de visitação e garantia de higiene adequada e frequente das mãos, bem como equipamentos de proteção individual, quando necessário”.

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