Perseverance usa broca para penetrar rochas e tubos e armazenar as amostras coletada (NASA/Twitter/Reprodução)
Repórter
Publicado em 12 de setembro de 2025 às 14h31.
O veículo espacial Perseverance, da NASA, descobriu rochas em um canal de rio seco de Marte que podem conter potenciais sinais de vida. As informações são da Associated Press.
Os pesquisadores enfatizaram, porém, que uma análise aprofundada da amostra coletada — idealmente em laboratórios na Terra — é necessária antes de se chegar a qualquer conclusão.
Embora reconheça que a análise "certamente não é a resposta final", o chefe da missão científica da NASA, Nicky Fox, disse que é "o mais perto que chegamos de descobrir vida antiga em Marte".
Viajando por Marte desde 2021, o veículo espacial não consegue detectar diretamente vida, passada ou presente. Em vez disso, carrega uma broca para penetrar rochas e tubos e armazenar as amostras coletadas em locais considerados mais adequados para abrigar vida bilhões de anos atrás. As amostras aguardam recuperação na Terra,
"Essa é parte da razão pela qual não podemos chegar ao ponto de dizer: 'A-há, isso é uma prova positiva da existência de vida'", disse o pesquisador principal Joel Hurowitz, da Universidade Stony Brook, à Associated Press. "Tudo o que podemos dizer é que uma das possíveis explicações é a vida microbiana, mas pode haver outras maneiras de criar esse conjunto de características que observamos."
Foi a 25ª amostra coletada; o total agora chega a 30. As descobertas foram publicadas na revista Nature.
A amostra foi coletada um canal fluvial que outrora transportava água para a Cratera de Jezero. Junto do carbono orgânico, um bloco de construção da vida, Hurowitz e sua equipe encontraram partículas minúsculas, chamadas "sementes de papoula e manchas de leopardo", que eram enriquecidas com fosfato de ferro e sulfeto de ferro. Na Terra, esses compostos químicos são os subprodutos quando microrganismos "mastigam" matéria orgânica.
Não há evidências de vida atual em Marte, mas a NASA, ao longo das décadas, enviou espaçonaves a Marte em busca de ambientes que poderiam ter abrigado vida.
Quando o Perseverance foi lançado em 2020, a NASA esperava que as amostras retornassem à Terra no início da década de 2030. A data foi adiada para a década de 2040, quando os custos aumentaram para US$ 11 bilhões, segundo a AP.
O administrador interino da NASA, Sean Duffy, disse que os orçamentos e o cronograma determinarão a melhor forma de proceder e até levantou a possibilidade de enviar equipamentos mais sofisticados a Marte para analisar as amostras no planeta vermelho. "Todas as opções estão sobre a mesa", disse ele.