Dados suportam a hipótese de que a cepa possa ter evoluído em uma espécie animal não-humana (Naeblys/Getty Images)
Traçar os caminhos de origem de uma variante do coronavírus pode servir não só para elucidar as condições nas quais o vírus sofreu mutações, mas também ajudar na preparação ante o surgimento de novas cepas.
Nesse sentido, um estudo produzido pelo Instituto Nacional para o Controle e Prevenção de Doenças Transmissíveis da China, pode lançar luz sobre o aparecimento da Ômicron. Em uma pesquisa publicada no Journal of Biosafety and Biosecurity, cientistas apoiam a ideia de que a variante infectou primeiramente ratos, onde sofreu mutações, e só depois contaminou humanos.
Para fundamentar a hipótese, foram realizadas análises genéticas que mostraram que a variante não estava presente em um ramo evolutivo intermediário, e que a variante tem cinco locais de mutação adaptados ao roedores, sugerindo que pode ter evoluído em um hospedeiro não-humano.
O time de pesquisadores chineses acredita que o coronavírus acumulou lentamente mutações ao longo do tempo enquanto se tornava epidêmica em ratos, antes de ser transmitido de volta aos seres humanos.
A variante inicial do tipo selvagem do Sars-CoV-2 não infecta ratos, contudo, foram identificadas contaminações nesses animais. Várias cepas encontradas têm mutações localizadas na região dos receptores obrigatórios, que unem o vírus às células, e isso aumenta a capacidade de replicação do vírus e na formação de mutações.