Covid-19: cepa britânica preocupa cientistas (style-photography/Getty Images)
Rodrigo Loureiro
Publicado em 15 de março de 2021 às 11h54.
Uma pesquisa publicada nesta segunda-feira (15) aponta que o risco de morte em casos de infecção pela chamada “variante britânica” do novo coronavírus é até 61% maior do que em casos em casos em que a infecção ocorre por outra cepa da covid-19. Chamada de B.1.1.7, a cepa já está circulando no Brasil desde o fim de fevereiro.
A pesquisa foi publicada na revista científica Nature. Segundo os pesquisadores, o risco de morte em relação à mutação pode variar entre 42% e 82% de acordo com a idade e com o sexo da pessoa que for infectada. Homens com idades mais avançadas formam o grupo que corre mais risco de sucumbir aos efeitos letais do vírus.
O risco de morte para homens com mais de 85 anos aumenta de 17% para 25%, enquanto para mulheres nesta idade passa de 13% para 19%. Já para homens de 70 a 84 anos, o risco aumenta de 4,7% para 7,2%, enquanto para as mulheres na mesma faixa etária a probabilidade aumenta de 2,9% para 4,4%.
Para grupos mais jovens, em que os pacientes ainda não completaram 70 anos, o risco de morte do coronavírus continuou sendo menor do que 1%, assim como nas demais cepas. Os testes, no entanto, não levam em consideração a pré-existência de doenças que podem comprometer o sistema imunológico dos pacientes – como problemas pulmonares, por exemplo.
Os resultados foram obtidos com a análise de 2,2 milhões de testes realizados com pacientes infectados com covid-19 na Inglaterra entre setembro de 2020 e fevereiro deste ano. A ideia era entender quais destes testes envolviam a infecção pela cepa B.1.1.7. Os cientistas também analisaram o que houve em 17.452 casos em que os pacientes morreram da doença.
Vale destacar que um estudo publicado no mês passado na revista científica British Medical Journal apontava que o risco de morte com a nova variante britânica do coronavírus era, em média, 64% maior em relação à infecção por outras cepas do vírus. A nova pesquisa, então, mostra que este risco pode ser ainda maior, o que aumente a preocupação em relação à doença.