Ciência

Vacinas para bebês da Pfizer e Moderna são examinadas por especialistas nos EUA

Os laboratórios entregaram os resultados das vacinas em crianças de seis meses a quatro anos para a Pfizer e de seis meses a cinco anos para a Moderna

Vacinação: imunizante mudou a história da covid-19. (Brendan McDermid/Reuters)

Vacinação: imunizante mudou a história da covid-19. (Brendan McDermid/Reuters)

A

AFP

Publicado em 15 de junho de 2022 às 10h47.

Depois de meses de espera, um painel de especialistas se reunirá nesta quarta-feira (15) para ponderar a recomendação de vacinas contra a covid-19 para bebês e crianças pequenas, uma etapa crucial para a sua autorização. 

Após concluir os ensaios clínicos, os laboratórios Pfizer e Moderna entregaram os resultados das vacinas em crianças de seis meses a quatro anos para a Pfizer e de seis meses a cinco anos para a Moderna.

Como em muitos países, esta é a última faixa etária que ainda não tem acesso a essa proteção.

A dose foi adaptada: um quarto da dos adultos para Moderna (25 microgramas em vez de 100) e um décimo para Pfizer (3 microgramas, contra 30).

O processo de autorização acontecerá em várias etapas. Especialistas independentes são encarregados de revisar todos os dados disponíveis durante debates transmitidos ao vivo pela internet. No final do dia, votarão se recomendam ou não a autorização dessas vacinas para essa faixa etária.

Em caso de parecer favorável, a agência americana de medicamentos (FDA) poderia conceder sua autorização.

Depois, cerca de 10 milhões de doses seriam enviadas imediatamente para as diferentes regiões do país, que seriam seguidas por mais milhões nas próximas semanas, informou o governo dos EUA.

A vacinação pode começar na semana de 20 de junho, assim que os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) derem o aval. Os especialistas dos CDC se reunirão na sexta-feira e no sábado.

Pfizer em três doses

A principal diferença entre os dois produtos é o número de injeções necessárias para a proteção ideal: a vacina da Moderna continuará sendo administrada em duas doses, como para outras faixas etárias. A Pfizer em três, devido à baixa dose escolhida para reduzir efeitos colaterais em bebês, como febre.

As duas primeiras doses da Pfizer serão administradas com três semanas de intervalo e a terceira oito semanas após a segunda.

As vacinas são seguras e eficazes, de acordo com a FDA, que publicou sua própria análise dos ensaios clínicos na semana passada para fornecer uma base para as discussões dos especialistas.

De acordo com uma estimativa preliminar, a vacina Pfizer-BioNTech tem 80% de eficácia contra as formas sintomáticas da doença. Mas esse número é baseado em um pequeno número de casos positivos, disse a FDA.

A da Moderna demonstrou ser 51% eficaz em bebês de seis meses a menos de 2 anos e 37% eficaz em crianças de dois a cinco anos.

Os números são consistentes com a eficácia observada em adultos contra a variante ômicron, segundo a agência americana. No entanto, a vacina continua protegendo bem contra casos graves de covid-19.

Alguns pais estão ansiosos pela possibilidade de vacinar seus filhos pequenos, mas outros ainda estão céticos.

De acordo com uma pesquisa da fundação Kaiser Family, desde o início de maio, apenas um em cada cinco pais de uma criança menor de cinco anos (18%) disse que vacinará o mais rápido possível; 38% vão esperar para fazê-lo e os demais se opõem, a menos que seja obrigatório.

As taxas de vacinação são muito mais baixas entre os menores do que entre os adultos. Para aqueles com idades entre cinco e 17 anos, apenas a vacina da Pfizer está disponível, mas especialistas da FDA recomendaram nesta terça-feira que a vacina Moderna também seja autorizada para a partir de seis anos.

As crianças são menos vulneráveis à covid-19, mas podem pegar e transmitir a doença. Tal como os adultos, podem sofrer de sintomas a longo prazo (covid longa). Em casos raros, também podem desenvolver quadros graves de síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusEstados Unidos (EUA)ModernaPfizervacina contra coronavírus

Mais de Ciência

Há quase 50 anos no espaço e a 15 bilhões de milhas da Terra, Voyager 1 enfrenta desafios

Projeção aponta aumento significativo de mortes por resistência a antibióticos até 2050

Novo vírus transmitido por carrapato atinge cérebro, diz revista científica

Por que a teoria de Stephen Hawking sobre buracos negros pode estar errada