Agente de saúde durante pandemia de coronavírus em Nova York, Estados Unidos (Spencer Platt/Getty Images)
Mariana Martucci
Publicado em 30 de julho de 2021 às 15h56.
Última atualização em 30 de julho de 2021 às 16h17.
A variante delta do novo coronavírus é muito mais contagiosa, tem mais facilidade para burlar a proteção oferecida pelas vacinas e é mais propensa a causar doenças severas do que todas as outras versões do vírus, de acordo com um novo estudo publicado pelo Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos e divulgado pelo NYT.
Rochelle P. Walensky, diretora da agência, afirmou nesta terça-feira que pessoas vacinadas que foram infectadas com a varianta delta carregam tanto vírus no nariz e garganta quanto pessoas que não foram vacinadas, podendo espalhar o vírus com a mesma rapidez — mesmo que com uma frequência menor.
A infecção com a variante delta produz uma quantidade de vírus nas vias aéreas dez vezes maior do que a observada em pessoas infectadas com a variante alfa, que também é altamente contagiosa, analisou o documento. A quantidade aumenta mil vezes mais se comparada com pessoas infectadas com a versão original do vírus.
O documento se baseia em dados de vários estudos, incluindo uma análise de um surto recente em Provincetown, Massachusetts, que começou após as comemorações de 4 de julho na cidade, quando é celebrado o Dia da Independência nos Estados Unidos. Na quinta-feira, a aglomeração causado em torno de 882 casos. Cerca de 74% haviam sido vacinados, segundo autoridades locais.
A análise detalhada da propagação dos casos mostrou que as pessoas infectadas com a variante delta carregam enormes quantidades de vírus na região do nariz e garganta, independentemente da vacinação. O estudo ainda mostrou que a variante é mais transmissível do que os vírus que causam MERS, SARS, Ebola, resfriado comum, gripe sazonal e varíola, e é tão contagiosa quanto a catapora.
A infecção com a variante delta pode ter maior probabilidade de levar a doenças graves, também segundo o documento. Estudos do Canadá e da Escócia descobriram que as pessoas infectadas com a variante têm maior probabilidade de serem hospitalizadas, enquanto pesquisas em Singapura indicaram que é mais provável que necessitem de oxigênio.
Ainda assim, os números do CDC. mostram que as vacinas são altamente eficazes na prevenção de doenças graves, hospitalização e morte em pessoas vacinadas.
Os dados divulgados pelo CDC reforçam a necessidade do uso de máscaras faciais, com o objetivo de diminuir a porcentagem de transmissão entre as pessoas. Ainda nesta semana, o órgão havia recomendado que os americanos que foram totalmente vacinados voltassem a usar máscara em lugares públicos fechados em regiões de maior indicência da variante.
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