Ciência

Vacina de Oxford pode ser distribuída em junho do ano que vem no Brasil

A informação foi dada pela reitora da Unifesp, Soraia Smaili, em entrevista à GloboNews; vacina de Oxford é considerada a mais avançada pela OMS

Vacina: parceria entre Oxford e AstraZeneca pode ser distribuída no ano que vem (Taechit Taechamanodom/Getty Images)

Vacina: parceria entre Oxford e AstraZeneca pode ser distribuída no ano que vem (Taechit Taechamanodom/Getty Images)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 16 de julho de 2020 às 15h01.

Última atualização em 16 de julho de 2020 às 15h09.

A estimativa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) é de que a vacina da Universidade de Oxford contra o novo coronavírus pode ser distribuída no Brasil em junho de 2021, assim que o registro emergencial dela for aprovado. A informação foi dada pela reitora da Unifesp, Soraia Smaili, em entrevista à GloboNews.

A vacina de Oxford, feita em parceria com a empresa anglo-sueca AstraZeneca, é uma das três opções que estão atualmente na última fase de testes segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). As outras são a da americana Moderna e a chinesa Sinovac, que também será testada no Brasil. Para a OMS, a vacina britânica é a opção mais avançada no mundo em termos de testagem.

A AstraZeneca e Oxford testarão sua vacina em mais de 50.000 pessoas no mundo todo. No Brasil, serão 5.000 voluntários testados em São Paulo, na Bahia e no Rio de Janeiro. Antes a previsão da empresa anglo-sueca era que a vacina ficaria pronta já neste ano.

Os dados iniciais sobre os testes da vacina serão publicados na próxima segunda-feira, 20, na conceituada revista científica The Lancet.

"Esperamos que este artigo, que está passando por edição e preparação final, seja publicado na segunda-feira, 20 de julho, para divulgação imediata", disse uma porta-voz da publicação à agência de notícias Reuters. 

Para uma vacina ser aprovada e distribuída, ela precisa passar por três fases de testes. A fase 1 é a inicial, quando as empresas tentam comprovar a segurança de suas vacinas em seres humanos; a segunda é a fase que tenta estabelecer que a vacina produz, sim, imunidade contra um vírus, já a fase 3 é última fase do estudo, tenta demonstrar a eficácia da vacina. Para que uma vacina seja finalmente disponibilizada para a população, é necessário que essa fase seja finalizada e que a proteção receba um registo sanitário. Por fim, na fase 4, a vacina é disponibilizada para a população.

Em junho, o governo brasileiro anunciou uma parceria com Oxford para a produção de 100 milhões de doses uma vez que a vacina for aprovada.

Nunca antes foi feito um esforço tão grande para a produção de uma vacina em um prazo tão curto — algumas empresas prometem que até o final do ano ou no máximo no início de 2021 já serão capazes de entregá-la para os países. A vacina do Ebola, considerada uma das mais rápidas em termos de produção, demorou cinco anos para ficar pronta e foi aprovada para uso nos Estados Unidos, por exemplo, somente no ano passado.

Uma pesquisa aponta que as chances de prováveis candidatas para uma vacina dar certo é de 6 a cada 100 e a produção pode levar até 10,7 anos. Para a covid-19, as farmacêuticas e companhias em geral estão literalmente correndo atrás de uma solução rápida. 

Nenhum medicamento ou vacina contra a covid-19 foi aprovado até o momento para uso regular, de modo que todos os tratamentos são considerados experimentais.

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