Mosquito Aedes aegypti transmissor da dengue, vírus zika e febre chikungunya (Marvin Recinos/AFP)
Laura Pancini
Publicado em 11 de agosto de 2021 às 11h08.
O Instituto Butantan anunciou na última sexta-feira, 6, que a vacina contra chikungunya desenvolvida em parceria com a farmacêutica francesa Valneva teve 98,5% de eficácia na fase 3 dos testes clínicos.
O centro de pesquisa afirma que os resultados dos ensaios clínicos de fase 3, realizados nos Estados Unidos, são "animadores".
A vacina, chamada de VLA1553, gerou anticorpos neutralizantes em 98,5% dos voluntários 28 dias após aplicação da dose única.
Até o momento, ela é a única vacina contra a chikungunya na fase 3 dos ensaios clínicos. Na fase 1, houve 100% de soroconversão em 120 voluntários e os anticorpos foram mantidos mesmo após um ano, o que fez com que o estudo avançasse diretamente para a fase final.
“O resultado da fase 3 para a vacina significa que estamos um passo mais perto de combater essa ameaça de saúde pública. Vamos continuar trabalhando para trazer a vacina ao mercado o mais rápido possível”, comentou o diretor médico da Valneva, Juan Carlos Jamarillo, em comunicado.
Identificado em 2014 no Brasil, a chikungunya é uma doença viral transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue e da zika.
Os sintomas incluem febre alta; dores intensas nas articulações dos pés, mãos, dedos, tornozelos e pulsos; dor de cabeça; dor nos músculos e manchas avermelhadas na pele. Cerca de 30% dos infectados não apresentam sintomas, que costumam aparecer entre 2 a 12 dias após a picada do mosquito.
A doença pode ser mortal, especialmente quando o paciente já apresenta outras comorbidades.
A Valneva e o Instituto Butantan já tem um acordo firmado para o desenvolvimento, fabricação e comercialização da vacina contra a chikungunya no Brasil.
A previsão é que os resultados finais dos ensaios clínicos sejam divulgados em seis meses.