Ciência

Universo pode ter muito mais galáxias do que se pensava

Cientistas mostraram que estimativas anteriores sobre o número de galáxias no universo estavam bem erradas

Galáxias: o número de galáxias contabilizado pelos cientistas é mais de 10 vezes maior que o estimado anteriormente (//Thinkstock)

Galáxias: o número de galáxias contabilizado pelos cientistas é mais de 10 vezes maior que o estimado anteriormente (//Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2016 às 08h00.

Última atualização em 8 de junho de 2020 às 14h43.

São Paulo – Um estudo realizado ao longo dos últimos 15 anos promete abalar o que cientistas sabem sobre o universo. A pesquisa afirma que existem mais galáxias do que se acreditava até agora. A estimativa anterior, de 100 bilhões de galáxias, pode ser superada em até vinte vezes.

O trabalho, liderado pelo professor Christopher Conselice da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, estima que existem até dois trilhões de galáxias. Mas por que havia uma distorção tão grande anteriormente?

A estimativa anterior foi feita usando dados de imagens fotografadas pelo telescópio Hubble em 1990. Na nova pesquisa, os cientistas usaram modelos matemáticos, um mapa em 3D, imagens de telescópios e observatórios, entre outros dados.

Olhar mais longe no universo significa olhar para o passado, por conta da velocidade finita da luz. Ao voltar no tempo, cientistas viram mudanças importantes. Inicialmente, há um aumento na densidade de galáxias à medida que se volta ao passado. Isso é natural pois elas se juntam com o decorrer do tempo.

Mas a densidade cresceu só até certo ponto. A partir de um certo ponto, a densidade diminui. Isso trouxe uma dedução importante: galáxias mais antigas não estavam sendo vistas por serem menos luminosas aos instrumentos disponíveis. "Sabemos que devem haver muitas galáxias mais fracas para além dos limites atuais de observação”, conclui o estudo.

Os cientistas chegaram à conclusão que 90% das galáxias não são vistas. Seria preciso um telescópio mais poderoso do que os atuais para isso. "Sempre me impressiono quando penso que mais de 90% das galáxias ainda precisam ser estudadas. Quem sabe quais propriedades importantes descobriremos quando encontrarmos essas galáxias com gerações futuras de telescópios?", diz Conselice em comunicado.

O trabalho, que será publicado no Astrophysical Journal, é importante para entender como galáxias evoluíram ao longo do tempo. Muitas delas devem ter se fundido durante os primeiros bilhões de anos do universo.

“Encontrar mais galáxias do passado implica que a evolução deve ter ocorrido para reduzir o número de galáxias através de uma extensa fusão de sistemas”, explica o cientista.

Agora, cientistas esperam por novos telescópios mais poderosos para uma observação mais detalhada do espaço. Uma das ferramentas que deve auxiliar neste trabalho é o Telescópio Espacial James Webb, que será lançado pela Nasa para observar cantos escuros do universo.

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