Ciência

Universidade de Cambridge homenageia Stephen Hawking

Alunos da universidade onde o cientista lecionou prestaram homenagens nesta quarta

Ele incentivou as pessoas a sair de sua zona de conforto, disse um estudante de biologia molecular (Chris Radburn/Reuters)

Ele incentivou as pessoas a sair de sua zona de conforto, disse um estudante de biologia molecular (Chris Radburn/Reuters)

A

AFP

Publicado em 14 de março de 2018 às 10h37.

Última atualização em 14 de março de 2018 às 17h01.

"Espero que você descubra os verdadeiros segredos do Universo": as homenagens de estudantes e professores transbordavam nesta quarta-feira (14) na Universidade de Cambridge, onde Stephen Hawking, que faleceu aos 76 anos, era lenda, pelo seu trabalho científico, mas também pelo humor.

A bandeira da universidade, que flutua em cima de um prédio neogótico do campus, foi baixada a meio mastro.

Em um quadro de avisos, uma simples folha anuncia com toda a sobriedade a morte do famoso astrofísico: "A universidade tem a tristeza de anunciar a morte do professor Stephen Hawking".

Em uma capela do Gonville and Caius College, de onde Hawking era membro há mais de 50 anos, estudantes e professores escrevem no livro de condolências e prestam uma última homenagem àquele que foi para muitos uma fonte de inspiração e um verdadeiro mentor.

"Era alguém extraordinário", disse à AFP Edo Dzafic, de 26 anos, estudante de biologia molecular. "Ele incentivou as pessoas a sair de sua zona de conforto. É o que todos nós sonhamos fazer".

Justin Hayward foi aluno de Hawking durante seu doutorado, entre 1991 e 1995. Esta manhã, veio assinar o livro acompanhado de sua esposa.

"Era divertido trabalhar com ele. Ele tinha um grande senso de humor", recorda. "Ele contribuiu muito para desenvolver nossa compreensão dos resultados da relatividade geral. Era uma fonte de inspiração", disse.

"Que possa descansar em paz", escreveu sua esposa, Diana Hayward. "Espero que você encontre as respostas para muitas de suas perguntas".

Fará falta a todo o mundo

Entre as muitas de mensagens, também há anedotas pessoais. "Para a maioria de nós, você continuará sendo um professor, um estudioso e um cavalheiro, mas para mim, você sempre será sempre o pai de Lucy, que vinha me ver tocar violão", escreveu o professor Kerem Bayraktaroglu.

"Espero que você descubra os verdadeiros segredos do universo", acrescentou.

Fora da capela, Hu Xiaohua, de 49 anos, está em lágrimas com uma foto Hawking em preto e branco num quadro de avisos.

A professora de chinês, "professora convidada" na faculdade de inglês, sonhava em conhecer o astrofísico. Essa foi uma das razões pelas quais ela veio para Cambridge.

"Minha família inteira admirava sua determinação", disse ela à AFP. "Eu li seus livros, que são para mim uma fonte de inspiração".

"Ele me deu o gosto pela física quântica. Em parte por esta razão que eu vim para Cambridge. Eu gostaria de tê-lo conhecido. Foi o maior cientista do século XXI", acrescentou, confiando que por muito tempo havia rezado para que Hawking se curasse da Esclerose Lateral Amiotrófica que sofria.

"Stephen Hawking foi um dos grandes personagens de Cambridge. Acho que fará falta a todos", resume Robbie, um estudante da escola de engenharia. "É como se parte da Universidade de Cambridge tivesse desaparecido".

 

Acompanhe tudo sobre:MortesPesquisas científicasStephen Hawking

Mais de Ciência

Há quase 50 anos no espaço e a 15 bilhões de milhas da Terra, Voyager 1 enfrenta desafios

Projeção aponta aumento significativo de mortes por resistência a antibióticos até 2050

Novo vírus transmitido por carrapato atinge cérebro, diz revista científica

Por que a teoria de Stephen Hawking sobre buracos negros pode estar errada