Ciência

Unicef alerta para ressurgimento do sarampo no mundo, com Brasil à frente

98 países reportaram mais casos em 2018 do que em 2017, dificultando o progresso do tratamento desta doença altamente evitável, mas potencialmente mortal

Unicef advertiu nesta sexta-feira para o ressurgimento do sarampo no mundo (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Unicef advertiu nesta sexta-feira para o ressurgimento do sarampo no mundo (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A

AFP

Publicado em 1 de março de 2019 às 10h08.

Última atualização em 1 de março de 2019 às 10h12.

O Unicef advertiu nesta sexta-feira para o ressurgimento do sarampo no mundo e destacou que dez países, entre eles Brasil, Ucrânia, e França, foram responsáveis por aproximadamente três quartos do aumento total de casos em 2018.

Em nível mundial, 98 países reportaram mais casos de sarampo em 2018 do que em 2017, o que dificulta o progresso do tratamento desta doença altamente evitável mas potencialmente mortal, destacou o Fundo das Nações Unidas para a Infância em uma declaração.

"É um chamado de atenção, temos uma vacina segura, efetiva e econômica contra uma doença altamente contagiosa, uma vacina que salvou quase um milhão de vidas a cada ano nas últimas duas décadas", disse Henrietta Fore, diretora-executiva do Unicef.

Ucrânia, Filipinas e Brasil tiveram o maior aumento anual de casos.

Em 2018 foram notificados 35.120 casos na Ucrânia, 30.000 mais que em 2017.

E segundo o governo, 24.042 pessoas mais se infectaram nos primeiros meses de 2019.

No Brasil, foram registrados 10.262 casos em 2018, contra nenhum no ano anterior.

Na França, o aumento entre 2017 e 2018 foi de 2.269 casos, segundo Unicef.

A má infraestrutura sanitária, os distúrbios civis, a baixa conscientização da comunidade, a complacência e a reticência com relação à vacinação provocaram estas epidemias em países desenvolvidos e em desenvolvimento, segundo a agência.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para um surto de sarampo no mundo, com salto de cerca de 50% dos casos registrados no ano passado em comparação com 2017, matando 136.000 pessoas.

O aumento dos casos desta doença, mais contagiosa do que a gripe e a tuberculose, está vinculado em alguns países a informações sem fundamentação médica que vinculam a vacina contra o sarampo (MMR) ao autismo, e que se disseminam em parte nas redes sociais por membros do chamado movimento "anti-vacinas".

Acompanhe tudo sobre:DoençasSarampo

Mais de Ciência

Cabe um docinho? Estudo explica por que sempre sobra espaço para sobremesas ao final das refeições

SpaceX adia lançamento do Starship após problemas técnicos

Como identificar mentirosos? Cientista revela técnica 'infalível' para desmascarar os inimigos

Após 600 anos, peste negra voltou? O que se sabe sobre caso registrado da doença e possíveis riscos