Ciência

UFRJ desenvolve sistema para ajudar no tratamento da covid-19

Pesquisadores desenvolveram um sistema computacional para apoiar médicos e enfermeiros no acompanhamento de pacientes com covid-19

Hospitais: pesquisadores desenvolveram um oxímetro sem fio que informa em tempo real dados sobre oxigenação, frequência cardíaca e temperatura (Pedro Vilela/Getty Images)

Hospitais: pesquisadores desenvolveram um oxímetro sem fio que informa em tempo real dados sobre oxigenação, frequência cardíaca e temperatura (Pedro Vilela/Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 11 de outubro de 2020 às 17h56.

Pesquisadores do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ) desenvolveram um sistema computacional para apoiar médicos e enfermeiros no acompanhamento de pacientes internados com covid-19.

Como parte da ferramenta, um oxímetro (aparelho que afere a quantidade de oxigênio presente nas células, ajudando no monitoramento da oxigenação sanguínea) capaz de se comunicar com o sistema, sem a utilização de fios, foi desenvolvido pelos pesquisadores para ser acoplado em cada paciente disponibilizando, online e em tempo real, os dados sobre o índice de oxigenação no sangue, frequência cardíaca e temperatura.

Monitoramento mais eficiente

Segundo a Coppe, o sistema foi estruturado para atender, com baixo custo, a demanda de hospitais públicos por monitoramento mais eficiente em unidades como as enfermarias e leitos de isolamento. O próximo passo inclui a avaliação em laboratórios da Faculdade de Medicina e no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ.

De acordo com os pesquisadores, com o uso da nova tecnologia, caso algum dos sinais vitais, continuamente aferidos, apresente alteração de padrão que indique ou possa indicar mudança no estado clínico do paciente, um alerta então é emitido a um computador ou tela instalada na enfermaria, ou ainda, enviado ao celular do profissional de saúde.

“Tal procedimento reduz os tempos de resposta da equipe assistencial ao paciente e diminui os riscos associados à mudança de estado clínico, o que o torna especialmente útil para as pessoas que podem ter seu estado agravado rapidamente, como é o caso dos pacientes com infecção por coronavírus”, informa a Coppe.

O sistema está estruturado para monitorar até dez pacientes por enfermaria continuamente. Segundo a Coppe, os dados do monitoramento podem ser armazenados e automaticamente utilizados para produzir gráficos e relatórios dos registros, por paciente monitorado, permitindo que os profissionais de saúde transportem ou integrem as informações no prontuário do paciente e acompanhem sua evolução clínica.

 

Novas funcionalidades

Segundo os pesquisadores, novas funcionalidades estão sendo avaliadas e devem ser incorporadas ao projeto, como a adição de um botão acoplado ao dispositivo, para que o paciente possa avisar que está com alguma necessidade. Esse sinal deverá gerar um alerta para ser visualizado na tela instalada na enfermaria, acionando a equipe assistencial.

Segundo a enfermeira Patrícia Furtado da Silva, técnica em gestão e sistemas de saúde do Programa de Engenharia de Sistema e Computação da Coppe, que auxilia no levantamento e definição de requisitos para o projeto, a utilização dessa tecnologia será útil à gestão de serviços de saúde, pois permitirá melhorar a alocação de recursos críticos, o desempenho das equipes e, principalmente, refletirá sobre a segurança do paciente, já que aumenta a resiliência em todo sistema de prestação de cuidados, indicando, e até prevendo, situações críticas no menor tempo possível

Patrícia disse que o sistema foi idealizado para que pudesse dar suporte aos hospitais no atendimento de um grande volume de pacientes, como na pandemia por covid-19. Porém, sua utilidade se estende ao monitoramento de pacientes, por qualquer doença ou razão, internados em enfermarias e leitos de isolamento.

Criação

A ferramenta foi desenvolvida pelo engenheiro Ricardo Padilha Pareto, do Núcleo Avançado de Computação de Alto Desempenho da Coppe, e por pesquisadores e alunos do Programa de Engenharia de Sistema e Computação da Coppe e da Escola Politécnica da UFRJ, sob a coordenação do professor Guilherme Horta Travassos.

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