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Uerj expulsa aluno de medicina que fraudou sistema de cotas

A fraude no sistema de cotas sociais foi identificada ao final de 2013, com base em denúncias de colegas do próprio curso


	Estudantes: a denúncia sobre a fraude foi encaminhada pela Uerj ao Ministério Público Estadual e à Polícia Civil, por isso o ex-aluno corre o risco de responder a processo penal (Getty Images)

Estudantes: a denúncia sobre a fraude foi encaminhada pela Uerj ao Ministério Público Estadual e à Polícia Civil, por isso o ex-aluno corre o risco de responder a processo penal (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2014 às 15h21.

Rio de Janeiro - Um aluno que fraudou o vestibular de medicina da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) foi expulso da instituição e ainda pode responder na Justiça pelo crime.

A fraude no sistema de cotas sociais foi identificada ao final de 2013, com base em denúncias de colegas do próprio curso.

É o primeiro caso do tipo na Uerj, desde a criação de ações afirmativas, há 12 anos.

De acordo com o reitor da universidade, Ricardo Vieiralves, o jovem de classe média alta fraudou a declaração de renda familiar. Falsificou documentos para comprovar filiação a uma pessoa com renda de cerca de R$ 1 mil.

No entanto, foi descoberto por colegas, que desconfiaram do padrão de vida do estudante, que cursava o segundo período de medicina.

“As marcas das condições cultural e econômica, um dia, elas se revelam. Os estudantes ficam com medo [de denunciar] em um primeiro momento, porque ninguém quer ser dedo-duro, mas para preservar a lei, o sistema, é necessário [denunciar as fraudes]”, explicou o reitor da Uerj, em entrevista à TV Brasil.

Segundo ele, o ex-aluno foi denunciado por uma situação de clara “injustiça” em relação aos demais.

A Uerj investiga mais nove denúncias semelhantes, de fraudes em cotas para o vestibular.

A universidade reserva vagas com base na combinação de critérios econômicos e de raça, além de assegurar o ingresso de filhos de policiais e bombeiros mortos em serviço.

A denúncia sobre a fraude foi encaminhada pela Uerj ao Ministério Público Estadual e à Polícia Civil, por isso o ex-aluno corre o risco de responder a processo penal.

“A fraude que esse menino provocou não foi apenas de falsificação, causou prejuízo para outras pessoas”, reforçou Vieiralves.

Para ele, a Justiça pode levar esse aspecto como agravante.

Caso condenado, o jovem não poderá prestar vestibular para instituição pública nem assumir cargo no governo. A Uerj também fica impedida de fornecer documentos que permitam a transferência dele para outra faculdade, o que exige que ele preste novo vestibular.

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