Ciência

Três doses protegem por mais tempo do que se imaginava, mostram estudos

Novos estudos indicam que, tirando idosos e imunossuprimidos, a proteção contra covid-19 é robusta para enfrentar a Ômicron e outras variantes a médio e até longo prazo

Vacina Herpes: Cada aplicação custa em torno de R$ 843 (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Vacina Herpes: Cada aplicação custa em torno de R$ 843 (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

AO

Agência O Globo

Publicado em 21 de fevereiro de 2022 às 16h25.

À medida que as pessoas em todo o mundo lidam com a perspectiva de viver com o coronavírus no futuro próximo, uma pergunta se impõe: quando elas precisam de mais uma dose de vacina? Não por muitos meses, e talvez não por anos, de acordo com uma enxurrada de novos estudos.

Três doses de uma vacina Covid – ou mesmo apenas duas – são suficientes para proteger a maioria das pessoas de doenças graves e morte por um longo tempo, sugerem os estudos.

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Embora as pessoas com mais de 65 anos ou com alto risco de doença possam se beneficiar de uma quarta dose de vacina, esse reforço pode ser desnecessário para a maioria das pessoas, disse John Wherry, diretor do Instituto de Imunologia da Universidade da Pensilvânia.

Autoridades americanas de saúde, como Anthony Fauci, principal conselheiro Covid do governo de Joe Biden, também dizem que é improvável que recomendem uma quarta dose antes de setembro.

A variante Ômicron consegue driblar anticorpos produzidos após duas doses de uma vacina contra a Covid. Mas uma terceira dose das vacinas de mRNA feitas pela Pfizer-BioNTech ou pela Moderna leva o corpo a produzir uma variedade muito maior de anticorpos, o que seria difícil para qualquer variante do vírus escapar, de acordo com o estudo mais recente, publicado online na terça-feira.

O repertório diversificado de anticorpos produzidos deve ser capaz de proteger as pessoas de novas variantes, mesmo aquelas que diferem significativamente da versão original do vírus, sugere o estudo.

"Se as pessoas são expostas a outra variante como o Omicron, agora têm munição extra para combatê-la", disse Julie McElrath, médica de doenças infecciosas e imunologista do Fred Hutchinson Cancer Research Center, em Seattle.

Além disso, outras partes do sistema imunológico podem lembrar e destruir o vírus por muitos meses, se não anos, de acordo com pelo menos quatro estudos publicados em revistas de primeira linha no mês passado.

Células imunes especializadas chamadas células T produzidas após a imunização por quatro marcas de vacina Covid (Pfizer, Moderna, Johnson & Johnson e Novavax) são cerca de 80% tão poderosas contra a nova variante quanto contra as outras, segundo a pesquisa. Dado o quão diferentes as mutações do Ômicron são das variantes anteriores, é muito provável que as células T também montem um ataque igualmente robusto para qualquer variante futura, disseram os pesquisadores.

Isso corresponde ao que os cientistas descobriram para o coronavírus SARS, que matou quase 800 pessoas em uma epidemia de 2003 na Ásia. Em pessoas expostas a esse vírus, as células T duraram mais de 17 anos. As evidências até agora indicam que as células imunológicas do novo coronavírus – às vezes chamadas de células de memória – também podem diminuir muito lentamente, disseram especialistas.

“As respostas da memória podem durar séculos”, disse Wendy Burgers, imunologista da Universidade da Cidade do Cabo que liderou um dos estudos, publicado na revista Nature. “Potencialmente, a resposta das células T é extremamente longa.”

 

 

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