(Dado Ruvic/Reuters)
AFP
Publicado em 23 de maio de 2022 às 11h18.
Última atualização em 23 de maio de 2022 às 11h43.
A vacina da Pfizer-BioNTech contra a covid-19 é segura e eficaz para as crianças de entre seis meses e cinco anos quando administrada em três doses, anunciou o laboratório farmacêutico em um comunicado divulgado nesta segunda-feira (23).
O anúncio acontece no momento em que a Agência de Medicamentos e Alimentos (FDA) dos Estados Unidos tem várias reuniões programadas para analisar a autorização da vacina contra a covid para a faixa etária de 6 meses a 5 anos, que ainda não pode tomar o imunizante na maioria dos países.
A Pfizer-BioNTech fez um ensaio clínico no qual administrou três doses de três microgramas e registrou que a vacina provoca uma forte resposta imune.
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Os efeitos colaterais, segundo a empresa, foram similares entre os que receberam a vacina e o placebo. A eficácia da vacina foi de 80,3%, segundo uma estimativa preliminar.
"Estamos satisfeitos que nossa formulação para as crianças mais novas, que selecionamos cuidadosamente para ser um décimo da dose para adultos, foi bem tolerada e produziu uma forte resposta imunológica", afirmou o CEO da Pfizer, Albert Bourla, em um comunicado.
"Esperamos concluir em breve nossas apresentações aos reguladores em todo o mundo, com a esperança de disponibilizar esta vacina para crianças mais novas o mais rápido possível, submetida às autorizações regulatórias", acrescentou.
Os especialistas da FDA programaram três reuniões em junho para decidir se autorizam as vacinas contra a covid da Pfizer para menores de cinco anos e da Moderna para menores de seis anos - esta última administrada em duas doses de 25 microgramas.
A princípio, a agência pretendia avaliar a vacina da Pfizer administrada em duas doses em fevereiro, mas os dados mostraram que não provocava uma resposta imunológica suficientemente forte nas crianças de dois a quatro anos.
O FDA solicitou então os dados de uma terceira dose.
De acordo com os novos dados, 1.678 crianças receberam a terceira dose pelo menos dois meses depois da segunda, no momento em que a variante ômicron era predominante.
Uma análise de um subconjunto de participantes revelou que os níveis de anticorpos eram semelhantes aos observados em jovens de 16 a 25 anos que receberam duas doses. Não foram identificados novos eventos adversos e a maioria dos efeitos colaterais foi leve ou moderado.
"De acordo com o comunicado para a imprensa da Pfizer, as três doses de sua vacina contra a covid parecem ser muito seguras e altamente eficazes para prevenir não apenas casos graves da doença, a hospitalização e a morte por covid, mas também a covid sintomática em uma época na qual a ômicron era a variante dominante", declarou à AFP Celine Gounder, editora chefe de saúde pública da Kaiser Health News.
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"Porém, sabemos que a proteção contra a infecção por SARS-CoV-2 e a doença sintomática mais leve diminuem com o tempo", acrescentou Gounder, especialista em doenças infecciosas e epidemiologista.
"A Pfizer informa os dados de acompanhamento apenas até sete dias depois da terceira dcose da vacina. É muio cedo para dizer como funcionariam as três doses após vários meses ou um ano".
"Gostaria que a vacina de duas doses tivesse funcionado para a Pfizer-BioNTech. Não funcionou. Mas a série de três doses parece ter dado a estas crianças tão pequenas a proteção que queremos que tenham", declarou à AFP Jeremy Faust, do Departamento de Medicina de Emergência do Hospital Brigham and Women's, em Boston.
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